Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : Globos de Ouro

Crise no Oscar: sem produtor e sem apresentador, a três meses da festa
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Ana Maria Bahiana

Como era esperado, menos de 24 horas depois da saída de Brett Ratner como produtor dos Oscars 2012, Eddie Murphy entregou à Academia sua carta de demissão do posto de apresentador da cerimônia. Murphy havia sido escolhido pessoalmente por Ratner, seu amigo  e colaborador no recém-lançado filme de ação Tower Heist, e ninguém imaginava que ele fosse continuar como mestre de cerimônias depois da retirada estratégica de Ratner.

A primeira sensação aqui na cidade, pelo que pude julgar, foi de alívio. Muito poucos levavam fé nesta dupla. Ratner é um diretor competente mas de gosto duvidoso, com uma atitude irresponsável de quem, aos 42 anos, ainda age como um adolescente (como confirmaram suas declarações no fim de semana passado). A estrela de Murphy, que brilhou forte nos anos 1980 como um inspirado comediante e agente provocador da cultura black, está há tempos em curva descendente graças a uma série de filmes entre o insosso e o grotesco (Norbit, Dr. Dolittle, A Familia Klump).

O segundo sentimento está sendo um leve pânico _ os Oscars serão entregues dia 26 de fevereiro. Desde ontem a diretoria da Academia está reunida em clima de urgência, em busca de substitutos para ambos. Um nome que anda circulando com insistência é o do produtor Brian Grazer, responsável, entre muitos outros, tanto por Tower Heist quanto por J. Edgar, que estréia aqui na sexta feira.

A Academia ainda tem uma pessoa extremamente capaz ao timão dos Oscars 2012: o co-produtor Don Mischer, que há anos assina os Emmys. Mas Mischer precisa de alguém para dividir a complicada tarefa de pilotar um dos maiores espetáculos ao vivo da TV e a noite que toda a indústria espera ansiosamente, todos os anos.

Quanto a mestres de cerimônias, ninguém sabe. Definido o produtor, o nome pode surgir com maior rapidez.

Mas estamos a pouco mais de três meses da festa….

Amy Adams e Pedro Almodóvar anunciam o Cecil B. De Mille, hoje de manhã

Numa peculiar ironia, a saída de Murphy foi divulgada quase ao mesmo tempo que o anúncio do escolhido para receber o troféu Cecil B. de Mille, por conjunto de obra, os Globos de Ouro: Morgan Freeman.

A trajetória dos Oscars pode estar um caos, mas a dos Globos está absolutamente tranquila…

 

 

Fotos: Magnus Sundholm, Theo Kingma/HFPA


Corrida do Ouro 2011: Os primeiros favoritos de um ano sem favoritos
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Ana Maria Bahiana

Meados de outubro: dois meses para o anúncio dos indicados aos Globos de Ouro, três para sabermos os indicados ao Oscar. Ano passado, a esta altura, Inception-A Origem já tinha maravilhado plateias e críticos, e A Rede Social já tinha deixado bem claro que entrava na briga para disputar com tudo. Este ano, sento-me a uma mesa de jantar com alguns colegas votantes e o papo é o mesmo: “Mas que ano, hein? O que tem para a gente escolher?”

Tudo pelo Poder

Ter, tem, mas, até agora, nada que arrebate, que apaixone, que leve a discussões, campanhas furtivas, argumentos e contra-argumentos. Meus filmes mais queridos, até agora – Planeta dos Macacos-A Origem e Drive – não tem chance de ganhar nem um boa noite (embora o filme de Nicholas Winding Refn tenha um contigente passional dentro dos votantes dos Globos… mas me parece um contingente pequeno…) Árvore da Vida, que é lindo e exasperante em doses iguais, pode, igualmente, cativar e alienar número igual de votantes. Tudo pelo Poder é uma opção, assim como – para representantes de países onde há beisebol – Moneyball. O Artista deixou muitos colegas intrigados – “com certeza vimos um dos filmes mais originais dos últimos tempos “ – mas isso não significa, necessariamente, favoritismo.

Meia noite em Paris

Entre as comédias, Missão Madrinha de Casamento e Meia Noite em Paris estão na pole, e meu favorito, Amor a Toda Prova, é outra possibilidade bastante real, assim como outro querido meu, Beginners (no caso de ser considerado comédia…).

Enfim, este pode ser o ano em que se premia não o completamente excepcional, mas o melhor dentro de uma safra nada espetacular. Tem anos assim. Pode ser um momento bom para filmes como Harry Potter e as Relíquias da Morte –parte II. O gênero fantástico parece ter mais chances no derradeiro episódio de uma franquia, e o ano bamboleante pode abrir uma brecha, especialmente nos Oscars.

Estou falando, é claro, de filmes que já foram vistos, e de possibilidades pelo ângulo de quem tem que escolher indicados. Listas de favoritos feitas por gente que não tem que votar, incluindo filmes que ninguém viu,  estão dando sopa na internet.

Mia Wasikowska em Jane Eyre

As categorias dramáticas, por outro lado, vão dar congestionamento. Considerando, mais uma vez, apenas o que já foi visto, podem incluir no páreo, entre atrizes/atores principais: Glenn Close (Albert Nobbs), Michelle Williams (My Week With Marilyn), Emma Stone e Viola Davis (Histórias Cruzadas), Carey Mulligan (Drive), Mia Wasikowska (Jane Eyre), Jodie Foster e Kate Winslet (Carnage), Kristen Wiig (Missão Madrinha de Casamento), Julianne Moore (Amor a Toda Prova), Elizabeth Olsen (Martha Marcy May Marlene); Ryan Gosling (Drive e Tudo Pelo Poder), Brad Pitt (Moneyball), George Clooney (The Descendants), Jean Dujardin (O Artista), Ewan McGregor (Beginners), Steve Carell (Amor a Toda Prova), Michael Shannon (Take Shelter), Michael Fassbender (Shame), Paul Giamatti (Win Win), Christoph Waltz e John C.Reilly (Carnage).

Christopher Plummer em Beginners

Coadjuvantes? Fartura, também: Janet McTeer (Albert Nobbs), Octavia Spencer (Histórias Cruzadas), Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento), Berenice Bejo (O Artista), Evan Rachel Wood (Tudo pelo Poder), George Clooney (Tudo Pelo Poder), Albert Brooks (Drive), Christopher Plummer (Beginners), Ryan Gosling (Amor a Toda Prova).

E isso, repito, levando em conta apenas os títulos que já foram exibidos “para sua consideração”.

Ainda vem por aí J. Edgar, Hugo, O Espião Que Sabia Demais, War Horse e Os Homens que Não Amavam as Mulheres.

E, é claro supresas de última hora sempre são possíveis. Aliás, este ano serão mais que bem vindas, e podem dar sabor de real competição a uma disputa que cada vez mais está ficando previsível.

 

 


A pré-corrida do ouro, parte III: estrangeiros, animação e o saldo do primeiro semestre
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Ana Maria Bahiana

 

O que falta no balaio dos candidatos a candidatos a prêmios na temporada ouro?

Ryan Gosling em Drive

 

Para começar, algumas incógnitas : Contágio, de Steve Soderbergh (setembro nos EUA,; outubro no Brasil) e Drive, de Nicolas Winding Refn (setembro nos EUA, sem data no Brasil) , tem fôlego para prêmios? ;  Inquietos (Restless), de Gus Van Sant, ( setembro nos EUA; outubro no Brasil) será cabeça demais para ser lembrado?; o que vai acontecer com Melancolia (agosto no Brasil, novembro nos EUA), depois que Lars Von Trier desatou a dizer besteira?; e o duelo das divas diretoras – Madonna com W. E., (dezembro nos EUA) e Angelina Jolie, com In The Land of Blood and Honey (dezembro nos EUA)- no que vai dar?

Depois, os filmes estrangeiros. Para estes, existem dois caminhos _ serem escolhidos por seus países para representá-los nas categorias Filme Estrangeiro dos prêmios (como Grécia e Polônia já fizeram) ou se arriscarem na grande arena dos lançamentos no mercado norte-americano o que, automaticamente, qualifica qualquer filme para concorrer aos principais troféus.

O francês L’Artiste (novembro nos EUA, sem data no Brasil) é, neste momento, o líder nesta sub-categoria de filmes não americanos com força (e campanhas) capazes de transformá-los em competidores com os anglófonos. Uma vantagem: é mudo. Outra vantagem: é uma deliciosa, poética homenagem à alvorada de Hollywood. Mais uma vantagem: é distribuído pela Weisntein Company. Quem será seu rival? Talvez La piel que habito (setembro no Brasil, outubro nos EUA), Almodovar ingressando pelo thriller de terror, uma linguagem que acadêmicos e companhia podem compreender.

Resta olhar para o que já entrou em cartaz até agora e estimar quem tem fôlego para uma arrancada na reta final de novembro-dezembro-janeiro. Na encolha, Árvore da Vida (Tree of Life, maio nos EUA,  agosto no Brasil), de Terrence Malick, vem sendo exibido e re-exibido para grupos profissionais aqui em Los Angeles e em Nova York. Lírico, altamente pessoal, poético e, às vezes, exasperante, Árvore da Vida pode ser um favorito ou um azarão na temporada ouro.

 


Meia Noite em Paris (Midnight in Paris, maio nos EUA, junho no Brasil) é a grande unanimidade da safra do primeiro semestre. Não apenas foi (merecidamente) elogiado pela crítica mas tornou-se o maior sucesso comercial dos  últimos 25 anos da carreira de Woody Allen. É um duplo triunfo que não passa despercebido pelos votantes.

 

A outra unanimidade do primeiro semestre foi o independente  (Focus) Beginners (junho nos EUA, sem data no Brasil). Segundo filme de Milke Mills (Thumbsucker, vários videoclipes), Beginners é uma exploração autobiográfica das relações entre pais e filhos – complicada, no caso de Mills, pela revelação, depois da morte da mãe, de que seu pai era e sempre tinha sido gay. Uma indicação para Christopher Plummer (o pai) é mais do que provável, mas eu gostaria de ver o sempre excelente e sempre esquecido Ewan McGregor  (o filho) ser nomeado, também.

O primeiro semestre viu dois filmões-pipoca que podem, sim, ir para a briga no final do ano: Super 8 e Harry Potter e as Reliquias da Morte II. O primeiro seria o reconhecimento do valor do cinemão comercial norte americano da geração Goonies; o segundo seria a última oportunidade para saudar todo o extraordinário ciclo de adaptações da obra de J.K. Rowling, seu elenco, diretores e equipe.

E, finalmente, animação? Seria este o primeiro ano sem Disney ou Pixar entre os indicados? Até agora os dois favoritos pertencem respectivamente à Paramount – Rango, de Gore Verbinski – e 20th Century Fox – Rio, de Carlos Saldanha. Agora é ver as chances de Happy Feet 2 , Arthur Christmas (da Aardvark) e Gato de Botas neste combate…


A pré-corrida do ouro, parte II: independents day
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Ana Maria Bahiana

Se formos julgar pelos últimos anos quem realmente dá as cartas e impõe o ritmo da Temporada Ouro são os independentes. Principalmente os chamados independentes-de-luxo, as divisões especializadas dos estúdios que trabalham com orçamentos baixos, levantam financiamento no exterior e realizam projetos de autor. Olhem os últimos vencedores do Oscar: nos últimos cinco anos, todos eles vieram de independentes de luxo. E mesmo Os Infiltrados, de 2007, foi realizado por um produtor independente de vastos recursos, Graham King; a Warner levou a láurea, mas entrou na festa lá pelo meio.

Este é um fato que dá muita dor de cotovelo à Academia, onde a maioria dos integrantes sonha com triunfos como os de Titanic, filmão de estudião levando um monte de estatuetas. E que revela um paradoxo interessante: parte substancial dos acadêmicos passa o ano fazendo um tipo de filme e, na hora de escolher, vota em outro tipo…

Por essas e outras é essencial acompanhar as escolhas dos independentes. Mais até que os grandes estúdios os independentes-de-luxo passam o pente fino em suas aquisições e produções, e pré-selecionam para o segundo semestre os títulos com mais chances de cair no gosto dos votantes. Grandes estúdios tem bolsos fundos e podem se dar ao luxo de gastar dinheiro até com filmes sem chance, apenas para agradar estrelas, diretores e produtores. Independentes, não: orçamentos restritos obrigam a uma seleção rigorosa, e só vai pro fogo do segundo semestre quem tem alguma chance de emplacar alguma coisa.

Eis como está o panorama indie:

A Fox Searchlight deu uma sorte danada em 2009 quando repescou Quem Quer Ser um Milionário das ruínas da falecida Warner Independent e levou-o até os Oscars. Este ano ela está colocando suas fichas do segundo semestre em  The Descendants (dezembro nos EUA, janeiro no Brasil). É um roteiro delicioso que tive o privilégio de ler, adaptando o livro de Kaui Hart Hemmings sobre um havaiano ha’ole (branco) em crise de meia idade. George Clooney lidera um ótimo elenco e o sempre bom Alexander Payne  (Sideways-Entre Umas e Outras,  As Confissões de Schmidt) dirige.  Bom pedigree.

A vitória de O Discurso do Rei, este ano, deu novo alento à Weinstein Company, que passava por apuros sérios. Os apertos financeiros continuam, mas Harvey Weinstein mostrou que não esqueceu seu talento de estrategista. O abre-alas da WC este ano é, sem dívida, The Iron Lady (dezembro nos EUA, sem data no Brasil), a cinebio da primeira e única Primeira Ministra da Grã Bretanha, Margareth Thatcher. Meryl Streep se dissolve na Dama de Ferro com o tipo de transfiguração que platéias e votantes adoram. Mais questionável é a diretora Phyllida Lloyd, cuja obra anterior é o felizmente esquecido Mamma Mia!

O segundo título da WC para o final do ano é outra aposta em anglofilia e interpretações carismáticas: My Week With Marilyn (novembro nos EUA, sem data no Brasil), a narrativa das tensas filmagens de O Príncipe Encantado, na Londres de 1957. Michelle Williams é Marilyn , Kenneth Branagh é Laurence Olivier e o diretor, Simon Curtis, vem da TV…. Como Tom Hooper…

A Sony Classics, veterana da corrida do ouro, tem  três apostas fortes para o páreo 2011. A primeira é Carnage (novembro nos EUA, sem data no Brasil) adaptação de Roman Polanski para a peça God of Carnage, sucesso de Paris a Londres, Nova York e Los Angeles). Como a peça, o filme é uma obra de câmara para quatro atores – Kate Winslet, Jodie Foster, John C. Reilly e Christoph Waltz – no papel de dois casais que resolvem conversar cordialmente sobre um incidente entre seus filhos…. Até , como em Em Quem Medo de Virginia Woolf, reverterem a um estado pré-civilização.

O outro peso-pesado da SC é A Dangerous Method (novembro nos EUA e no Brasil), com David Cronenberg analisando a relação entre Sigmund Freud (Viggo Mortensen) e Carl Jung (Michael Fassbender).

Michael Shannon e a onipresente Jessica Chastain estão no terceiro filme da SC, Take Shelter (setembro nos EUA, sem data no Brasil), um estudo de personagem que fez sucesso em Sundance e Cannes, sobre um pacato pai de familia que pode (ou não) estar enlouquecendo.

Outros independentes tem títulos de peso. A Roadside Attractions vem com Albert Nobbs (ainda sem data nos EUA e no Brasil), com Glenn Close repetindo o tour-de-force que lhe valeu prêmios no teatro: uma mulher que se faz passar por homem na Irlanda do século 19. Rodrigo Garcia dirige e o resto do elenco é de responsabilidade: Jonathan Rhys Meyers, Mia Wasikowska, Brendan Gleeson.

A Focus Features espera que a Academia reacenda seu amor por Colin Forth com O Espião Que Sabia Demais (Tinker Taylor Soldier Spy, novembro nos EUA, janeiro no Brasil), a adaptação de Tomas Alfredson (Deixe Ela Entrar) para a semi biografia dos primeiros anos de Ian Fleming, o homem que inventou James Bond, por John  Le Carré.

A Lionsgate aposta em outro sucesso de Cannes, Coriolanus (dezembro nos EUA, sem data no Brasil): Ralph Fiennes é o general renegado de Shakespeare e o diretor desta atualização da peça, transposta para um universo extremamente contemporâneo de mercenários e guerras lucrativas. Elenco de primeira: além de Fiennes, Gerard Butler, Brian Cox, Vanessa Redgrave e a onipresente Jessica Chastain.

Na parte III e final da nossa aventura, um apanhado dos filmes do primeiro semestre que podem chegar até a reta final.

 


Globo de Ouro 2011: a noite, supreendentemente, foi boa
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Ana Maria Bahiana

Assim que anunciaram Carlos como vencedor na categoria filme para TV/mini-série eu achei que a noite, afinal, ia ser boa. Que íamos nos redimir das indicações bisonhas, e voltar ao nosso velho espírito de desencavar o original, o inusitado, o não-americano. Certo que, para o meu gosto, continuavam faltando indicações como a de Javier Bardem para melhor ator (falha que os BAFTAs corrigiram) ou Raising Hope em série/comédia, mas isso era detalhe diante dos horrores que inspiraram até o (genial, na minha opinião) monólogo de abertura de Ricky Gervais.

Vejam, aqui, como eu votei – e por que tive todo direito de celebrar…

Melhor filme/drama _ Praticamente sabendo que ia jogar o voto fora, cravei Inception-A Origem. Quem sabe… pensei. Mas minha segunda escolha, se a tivesse, teria sido A Rede Social, que é muito, muito mais que “o filme do Facebook”.

Melhor filme/comédia ou musical – Não tinha outro para votar, não é mesmo? Brinde geral ao redor da mesa 230 (“quem votou nos outros?” um colega me perguntou.)

Melhor atriz/drama_ Sem Natalie Portman Cisne Negro poderia ter sido um risco que desabaria em desastre. Outro brinde.

Melhor ator/drama _ Votei em Colin Firth ano passado, por A Single Man, e fiquei bem triste quando ele não levou. Este ano, meu voto foi para Jesse Eisenberg, cujo desempenho em Rede Social é preciso e complexo. Mas fiquei bem contente ao ver Firth reconhecido, ainda que um ano depois…

Melhor atriz/comédia ou musical_ Ia ficar com Minhas Mães e Meu Pai, mesmo : meu voto foi para Julianne Moore.

Melhor ator/comédia ou musical _ Fiquei super feliz com o reconhecimento a Paul Giamatti, que é muito superior ao filme em que está. Meu voto aqui foi para um caso semelhante: Kevin Spacey em Casino Jack.

Melhor atriz coadjuvante_ Amo Melissa Leo, e adoraria te-la visto ganhar anos atrás, por Rio Congelado,onde ela é absolutamente tudo. Este ano, meu voto (não convertido) foi para a igualmente extraordinária Jacki Weaver, de Animal Kingdom.

Melhor ator coadjuvante _ Aqui teria sido um bom lugar para honrar O Discurso do Rei: meu voto foi para Geoffrey Rush.

Melhor longa de animação _ Esse não tinha nem o que pensar- Toy Story 3. E um brinde por L’Illusioniste, tão lindo, pura poesia, ter sido lembrado.

Melhor diretor _ Continuei na linha Inception, com Chris Nolan. Mas aplaudi David Fincher, belo trabalho.

Melhor roteiro_ Aqui, depois de muito pensar e repensar, acabei cravando Aaron Sorkin, pela pura beleza do uso da linguagem em A Rede Social.

Melhor trilha_ Hans Zimmer, o Alemão Doido, ganhou meu voto, mas a dupla Trent Reznor/Atticus Ross mereceu- e o CD não sai do meu carro.

Melhor canção _ Minha favorita, “If I Rise”, de 127 horas, ficou de fora. As escolhas eram complicadas, optei pela canção de Enrolados, “I See the Light”, em honra da bela carreira de Alan Menken. Perdi.

Melhor filme estrangeiro _ Já que meu favorito, Incendies, não foi sequer indicado, votei em Biutiful, torcendo sobretudo por Javier Bardem. Mas entendo porque o dinamarques Haevnen ganhou, supreendendo todo mundo_ a diretora Susanne Bier tem a mão certa em dramas familiares que já lhe renderam dois remakes, Coisas Que Perdemos pelo Caminho e Entre Irmãos.

Melhor série TV/drama _ Num rasgo de loucura, cravei The Walking Dead, por pura insolência (minha e da série). Mas brindei a vitória de Boardwalk Empire com todo prazer.

Melhor série TV/comédia _ Minha querida Raising Hope ficou de fora (quem sabe ano que vem?) então votei na sempre infalível 30 Rock. Glee, nesta segunda temporada irregular, não merecia. Mas enfim – the kids are allright.

Melhor filme/ mini série_ Como assim Carlos? Uau! Brinde com grande entusiasmo_ e pensar que achei que era voto perdido…

Melhor atriz/ série drama _ Votei em Elizabeth Moss, cuja Peggy foi um farol de complicação e audácia nesta temporada de Mad Men. Mas fiquei feliz por Katey Segal, que deveria ter sido premiada um tempo atrás.

Melhor ator/série drama _ Brinde na mesa _ aparentemente todo mundo (eu também!) votou em Steve Buscemi, que os críticos americanos juravam ser errado para o papel.

Melhor atriz/comédia _ Laura Linney é tudo em The Big C. Ganhou meu voto_ e o Globo.

Melhor ator/comédia _Idem idem Jim Parsons. Outro que não acreditei quando ouvi o nome anunciado.

Melhor atriz/filme ou minissérie_ Não tinha pra mais ninguém, aqui. Claire Danes levou Globo e meu voto.

Melhor ator/filme ou minissérie_ Idem idem Al Pacino.

Melhor atriz coadjuvante/ TV_ Meu voto foi para a sublime Kelly McDonald em Boardwalk Empire. Com toda simpatia que tenho por Jane Lynch, nesta temporada eu não tinha como justificar meu voto.

Melhor ator coadjuvante/TV_ Este foi meu solitário voto em Glee – porque Chris Colfer está atacando com bravura um personagem complicado que teve bons momentos nesta temporada (e porque a competição era muito fraca _ embora Boardwalk tenha um belo elenco de apoio que não foi lembrado, aqui).

Meu balanço final dos Globos de Ouro, aqui.


Chuva de ouro: um guia prático da temporada de prêmios
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Ana Maria Bahiana

Ano novo: a temporada-ouro está em pleno vigor.  Antes que a gente comece a jogar palpites para todos os lados, achei mais proveitoso compartilhar com vocês o que são, como funcionam e o que representam cada um dos prêmios que estarão em nossos calendários nos próximos meses. Assim teremos todos a mesma base para as discussões com certeza acaloradas que vamos encarar.

Vamos lá:

Globos de Ouro Indicações: 14 de dezembro de 2010  Entrega: 16 de janeiro

O que são: Prêmios para destaques em cinema e TV no ano anterior. As principais categorias prevêem prêmios diferenciados para drama e comédia.

Quem vota: 85 correspondentes estrangeiros baseados em Los Angeles integrantes da Hollywood Foreign Press Association

Como votam: Por dever de ofício, os votantes (entre os quais me incluo) vêem todos os filmes e séries de TV que escolhem; mas com idades entre 30 e poucos e 80 e muitos e gostos, formação cultural e preferëncias pessoais tão diversos quanto os 55 países que representam, suas escolhas são as mais imprevisíveis entre todos os prêmios.

O que representam: A primeira munição para as campanhas do prêmio maior, os Oscars. O mito de que “os Globos antecipam os Oscars” não é inteiramente verdadeiro mas, de fato, a  a HFPA faz uma espécie de pré-seleção dos títulos que devem ser levados em conta a cada ano. Isso tornou-se ainda mais verdade com a mudança da categoria “melhor filme”, da Academia, de 5 para 10 títulos, o que de certa forma engloba os 5 dramas e 5 comédias que os Globos sempre destacam. Embora  que, este ano….

E também:  A festa mais divertida da temporada, um jantar à moda da velha Hollywood, com poucos discursos e muito champanhe. Ricky Gervais é o mestre de cerimônias este ano, Matt Damon apresentará o troféu Cecil B de Mille a Robert de Niro. (E eu escrevi os textos do livro-programa…)

Prêmios das Guildas (produtores, atores, diretores, roteiristas, diretores de arte, montadores, diretores de fotografia, efeitos visuais). Indicações: entre 4 e 12 de janeiro    Entrega: entre 22 de janeiro e 19 de fevereiro

O que são: Prêmios específicos para os diversos ofícios que compõem a arte e indústria do cinema

Quem vota: Membros das respectivas associações de classe ou “guildas”, que variam entre 800 (montadores, diretores de arte) e 4 mil integrantes (produtores).

Como votam: Com exceção dos produtores, cujo ofício é por natureza abrangente, os demais prêmios são absolutamente focados nos talentos específicos. São prêmios que destacam determinados aspectos dos filmes, vistos pelos olhos de alguns dos melhores praticantes dessas atividades.

O que representam: Como a maioria dos integrantes das associações profissionais tambem são membros dos departamentos específicos da Academia, suas escolhas são excelentes métodos de antecipar os Oscars, pelo menos na fase das indicações ( o vencedor do prêmio da Producers Guild costuma levar o Oscar…) . E, como eles se dedicam especificamente a certos aspectos da realização, muitas vezes destacam filmes que não tem oportunidades em outras áreas.

E também: Cada guilda tem regras próprias quanto a quem pode ser premiado.A Writers Guild tem-se mostrado a mais enjoada, não permitindo premiações para não-integrantes, o que, este ano, deixou de fora grandes roteiros como Toy Story, Another Year e O Discurso do Rei.

British Academy Indicações: Pre-selecionados, dia 7 de janeiro; indicados, 8 de fevereiro   Entrega: 13 de fevereiro

O que são: Os Oscars da indústria cinematográfica britânica

Quem vota: os 6,500 integrantes da British Academy of Film and Television, todos profissionais de cinema, TV e games

Como votam: Assim como seus colegas norte americanos, os integrantes da BAFTA votam nos filmes que eles mesmos fazem e, é claro, privilegiam não apenas as próprias obras ( e as de amigos/associados) mas as produções britânicas

O que representam: Muito importantes para filmes europeus e independentes, que frequentemente são realizados com recursos britânicos. Como muitos profissionais top são membros das duas Academias, pode indicar tendencias de voto para os Oscars.

E também: a festa é em Londres, no Covent Garden. E é o único prêmio com duas rodadas de indicação. Ah, esses britânicos…

Spirit Awards Indicações: 29 de novembro de 2010   Entrega: 26 de fevereiro

O que são: Os Oscars do cinema independente norte-americano

Quem vota: Os 4 000 integrantes da Film Independent, uma ONG dedicada ao apoio e incentivo do cinema independente; apesar de contar com grande número de profissionais (inclusive os indicados do ano anterior) , qualquer pessoa que pagar os 95 dólares de inscrição na Film Independent pode votar.

Como votam: Cada vez mais, os Indie Spirits tem ido para os lançamentos dos chamados independentes-de-luxo, as distribuidoras especializadas dos grandes estúdos, como Fox Searchlight e Sony Classics. Mas ainda é uma das únicas janelas para os filmes menores, mais autorais.

O que representam: Há muito pouco overlap com a Academia, em termos de corpo votante e gostos. Mas pode ser a diferença entre a vida e a morte para obras pequenas e de estreantes (como, este ano, Tiny Furniture e Night Catches Us)

E também: É uma festa divertidíssima, super informal, numa tenda armada na praia de Santa Monica.

Oscars Indicações: 25 de janeiro   Entrega: 27 de fevereiro

O que são: O prêmio que, assumidamente ou não, todo mundo que faz cinema quer ganhar, um dia.

Quem vota: Mais de 6 000 acadêmicos _  profissionais de todas as áreas da realização cinematográfica, de várias nacionalidades, divididos em departamentos de acordo com sua atividade profissional.

Como votam: Este é o voto da industria em si mesma. Todos os 6 000 votantes fazem ou fizeram cinema ativamente, em alguma capacidade. Embora em tese eles tenham que ver os filmes nos quais votam, na realidade muito poucos tem tempo para isso: os votos vão primeiro para suas próprias obras e depois para os trabalhos de gente amiga, associada ou, muitas vezes, sinceramente para quem se admira. Na etapa das indicações, cada departamento vota na sua categoria – atores em atores, diretores em diretores, etc. Na fase final, todo mundo vota em todas as categorias.

O que representam: Além da imensa massagem no ego, um profissional indicado tem um ganho imediato de 60%  em seu cachê e um filme acrescenta automaticamente 40% a mais de público. É uma das maiores alavancas de venda nos mercados internacionais e para plataformas secundarias como DVD/BluRay, TV e internet.

E também: Os prêmios-homenagem perderam espaço na festa, e agora são entregues num jantar privado, em novembro.


Globos de Ouro 2011, o dia depois das indicações: como eu votei (e não votei)
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Ana Maria Bahiana

Globos de Ouro 2011 _ o que dizer além de meus comentários para o UOL Cinema? Numa tentativa de compreender como um desastre cinematográfico como Burlesque foi parar na seleção dos melhores do ano (sem falar em obras bem mais ou menos como The Tourist, Red, Alice no País das Maravilhas e semelhantes) fiz uma pequena enquete entre meus colegas de  variadas vertentes. Alguns estavam tão chocados quanto eu. Outros justificaram o voto na base da diversidade, da necessidade de incluir estrelas no mix da festa, etc. É complicado _ eventos de prêmios são, cada vez mais, eventos. Foi assim que o Oscar perdeu as honras históricas e ganhou 10 indicados a melhor filme.

Queria muito poder dizer, em detalhes, como votei, mas a verdade é que não me lembro de todos os votos. Fiquei feliz de ver nos finalmentes algumas das minhas apostas na contramão: Jacki Weaver por Animal Kingdom, Jennifer Lawrence por Winter’s Bone, Edgar Ramirez por Carlos, Idris Elba por Luther. Mas a lista dos meus votos que ficaram no pó da estrada é maior ainda.

Tentando reconstruir minhas escolhas, aqui vão as principais categorias:

Drama: Emplaquei Inception, A Rede Social e Cisne Negro. Mas meus votos suicidas para Não Me Abandone Jamais e Ghost Writer (um filme muito melhor do que a maioria das pessoas recorda) se perderam. The Fighter tem seus fãs, mas não me incluo entre eles _ me parece qualquer outro filme sobre boxe/familias operárias da costa leste, e todo mundo interpretando como se fosse uma novela mexicana. Sim, até minha amada Melissa Leo.

Comédia: Aqui apanhei mais que Jake La Motta em Touro Indomável. Meu único voto convertido foi Minhas Mães e Meu Pai. Meus votos perdedores foram It’s Kind of a Funny Story (um filme lindo, lírico, que merece muito), Cyrus, Scott Pilgrim Contra o Mundo e Please Give.

Atores: Ó céus, Johnny Depp, gosto muito de você, mas o que você está fazendo DUAS vezes nessa lista?! Não com meu voto. Jesse Eisenberg, Colin Firth e Ryan Gosling foram votos meus, mas adeus Andrew Garfield por Não me Abandone Jamais e Leonardo di Caprio por Inception entre os dramáticos. Entre os comediantes, consegui algo tão dificil quanto emplacar todos: não emplaquei nenhum. Minhas escolhas: Michael Cera (Scott Pilgrim), Keir Gilchrist (Funny Story), John C. Reilly (Cyrus), Jim Carrey (I Love You Philip Morris).

Atrizes: Só emplaquei a dupla de Duas Mães na arena da comédia. Foram-se Sally Hawkins em Made in Dagenham (que não sei se deveria estar em comédia, pra começar…), Catherine Keener por Please Give, Mary Elisabeth Winstead por Scott Pilgrim. No drama fui um pouco melhor, e quatro das minhas escolhas estão lá. Mas Halle Berry no papel de uma stripper com múltipla personalidade me lembrou aqueles telefilmes cafonas dos anos 1980. Quem não consegui emplacar:  a mais que divina Lubna Azabal, de Incendies.

Coadjuvantes: Jacki Weaver, Andrew Garfield, Jeremy Renner e Geoffrey Rush eu consegui. Não consegui: Pierce Brosnan por Ghost Writer, Marion Cotillard por Inception, Chloe Moretz por Let Me In.

Filme estrangeiro: Aqui, novamente, levei uma surra. Só converti Biutiful.  Está certo que Tio Boonmee e Des Hommes et Des Dieux podem parecer muito extremos, mas como esnobar Incendies, um dos melhores filmes do ano, em qualquer língua?

TV: Não fui de todo mal. Meus escolhidos ficaram na órbita de Mad Men, Boardwalk Empire, Walking Dead, Breaking Bad, Carlos, Temple Grandin, You Don’t Know Jack. Não consegui emplacar Sherlock nem minha querida Raising Hope _ espero que ela segure a onda até o ano que vem…

Agora é esperar a cédula defiitiva, para os vencedores, que chega dia 28…


Foi dada a partida: quem está na frente na Corrida do Ouro 2010-2011
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Ana Maria Bahiana

Pronto, agora é guerra. Como vocês podem ver pelo estado de coisas no meu escritório, as armas incluem dvds/blu rays, livros, sacos de bala e pipoca, garrafas de vinho, babilaques diversos ligados ao conceito de filmes e séries de TV.

É a Corrida do Ouro 2010-2011 em pleno vigor a partir do feriadão do Dia de Ação de Graças, encerrado ontem. Não se pode acessar um site ou abrir uma revista ou jornal sem ser bombardeado por anúncios “para sua consideração” e, na mesma proporção, listas e mais listas de possíveis, prováveis candidatos a candidatos.

E a verdade é que há tão pouca certeza…

Eis o que se sabe:

  • Os Oscars escalaram seus apresentadores : Anne Hathaway e James Franco. A decisão  mostra claramente o desejo de rejuvenescer o evento e garantir uma porção maior do público abaixo de 35 anos para suas três horas de transmissão, de onde as referências técnicas e históricas – os prêmios científicos e honorários- já foram cuidadosamente removidos. Os dois são jovens, bonitos, charmosos, desincumbem-se bem da tarefa de cantar e dançar. Vamos ver o que acontece…
  • Nos Globos, Ricky Gervais vai repetir a dose. É uma boa combinação, clima de festa à moda antiga, todo mundo relax por conta da bebida farta, e o humor britânico, seco e às vezes cruel. A azeitona no martini.
  • Existe também um processo da minha associação contra a Dick Clark Productions, pelo controle dos direitos da marca Golden Globes. Por motivos de confidencialidade, não posso dar mais detalhes, mas eis o que importa: nada disso afeta o evento deste ano, dia 16 de janeiro.

Para quem tem a responsabilidade de escolher indicados e vencedores, o barulho constante dos anúncios e das previsões é uma distração não muito bem-vinda. Essa é uma das razões pelas quais procuro não entrar tão cedo nesse exercício de antecipação _ porque compreendo que ele faz parte da estratégia da campanha,  e que as listas são, em grande parte, resultado de sugestões vindas dos estrategistas. É um pouco assim: se a gente falar muito que fulano é candidato, e  se quem vota ler isso muito, quem sabe ela não vota no fulano?

Entendendo isso, e a curiosidade de quem acompanha o processo, posso dizer que estes são os títulos que estão mesmo na dianteira para diversas considerações: Inception-A Origem; A Rede Social; O Discurso do Rei; 127 Horas; Cisne Negro; The Town; e Rabbit Hole.

Entre as comédias, num ano magro, Minhas mães e meu pai é a pole, com múltiplas indicações possíveis; e também: Scott Pilgrim Contra o Mundo, Due Date, Reds-Aposentados e Perigosos, CyrusBurlesque é a grande incógnita_ será que meus colegas gostaram? É uma espécie de Showgirls com muita cantoria, mas o fator-Cher/Aguilera não deve ser desprezado.

Desempenhos individuais que podem ser lembrados incluem Leonardo Di Caprio em Ilha do Medo; Lelsey Manville em Another Year; Jacki Weaver e Ben Mendelsohn em Animal Kingdom; Jennifer Lawrence em Winter’s Bone; Andrew Garfield e Carey Mulligan em Não Me Abandone Jamais; Sally Hawkins em Made in Dagenham; Rebecca Hall em  Please Give; Christian Bale e Mark Wahlberg por The Fighter; Naomi Watts por Jogo do Poder; Robert Duvall e Bill Murray em Get Low; Michelle Williams e Ryan Gosling em Blue Valentine; Chloe Moretz e Kody Smit-McPhee em Let me In; Dakota Fanning em The Runaways; e Tilda Swinton em Il Sono L’Amore.

Filme estrangeiro é um mistério completo _ muito poucos realmente chamaram a atenção do povo. Incendies, Biutiful, La Prima Cosa Bella e Des Hommes et des Dieux são os poucos que vi deixarem marcas mais unânimes.

Na animação, Toy Story 3 domina, mas há tambem L’Illusioniste, Como Treinar o Seu Dragão e A Lenda dos Guardiões.

Na TV, os dramas que realmente chamaram atenção foram Mad Men, Breaking Bad, Boardwalk Empire, The Walking Dead, Fringe, The Good Wife e o final de Lost; nas comédias, Glee, Modern Family, Raising Hope. E vai ser dificil tirar os premios de ator/telefilme de Al Pacino por You Don’t Know Jack e de Claire Danes por Temple Grandin.

O resto é a incerteza que todo tudo mais apetitoso…