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As indicações dos Globos de Ouro 2015: sim, não, talvez
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Ana Maria Bahiana

56432309 A “tempestade da década” atrasou (só vai desabar agora de tarde), mas os Globos de Ouro não decepcionaram: mantiveram a tradição de misturar “uau!”, “que legal!” e “WTF???” em proporções bem dosadas. O que eu já esperava:

  •  As “iscas de Oscar” estão todas lá. Mas entendo por que filmes como A Teoria de Tudo, O Jogo da Imitação e até o inesperado Pride estão entre os indicados – a adoração por uma história bem contada, com ótimos atores, no conhecido padrão britânico de execução brilha ainda mais forte num ano fraco como este. Teoria e Jogo são os Discursos do Rei deste ano. Pride é o Full Monty. Tudo em casa.
  •  A rejeição a Interestelar (acho que tem colega com dor de cabeça até agora). Sinceramente, nem a trombose cerebral daquela trilha do Hans Zimmer deveria ter entrado.
  •  O reconhecimento da “outra TV”: Transparent, Orange is the New Black, House of Cards.
  •  A esnobada em filmes e desempenhos ótimos mas que pouca gente viu/apreciou: Mr. Turner, Miss Julie, A Imigrante.
  •  Não entenderam Vício Inerente, mesmo. Mas pelo menos acenaram para Joaquin Phoenix… (merecido…) Também não entenderam The Homesman e o desempenho espetacular de Hillary Swank. Pena.

O que eu não esperava

  • Invencível ser esnobado. Meus colegas adoram tudo o que o filme representa, da diretora célebre ao estilo old school.
  •  Game of Thrones entre as melhores séries/drama. Supresa total para mim. Mas gostei muito.
  •  Foxcatcher entre os melhores filmes/drama, Steve Carell e Mark Ruffalo lembrados e Channing Tatum esnobado. O filme não é tudo isso.
  •  Julianne Moore entre as melhores atrizes/comédia (além de drama…) por Maps to the Stars. Maps é o meu momento-Julianne favorito do ano, mas achei que o humor soda-cáustica do filme ia confundir meus colegas.

O que eu gostei

  •  O reconhecimento de Whiplash, Selma, o reconhecimento das novas séries/minisséries como Fargo, True Detective, Jane The Virgin, The Affair, The Missing, Olive Kitteridge.
  •  A festa da família Gyllenhaal: Jake por O Abutre, Maggie pela minissérie The Honorable Woman. Ambos muito merecidos.
  •  Os indicados da animação. Tudo certinho.
  •  Clive Owen e Liev Schreiber lembrados por The Knick e Ray Donovan. Dois personagens complicados resolvidos espetacularmente.
  • Finalmente se livraram da obsessão por Modern Family! (Mas o fetiche por Downton Abbey continua…)

Departamento WTF???:

  •  The Judge? St. Vicent? Adoro Robert Duvall e Bill Murray, mas esses dois filmes pedem deles apenas uma espécie de cópia da cópia do que já fizeram antes.
  •  Quvenzhané Wallis por Annie? Helen Mirren por Hundred Foot Journey? Juram? Está certo que tínhamos poucas opções, mas…
  •  Ricky Gervais por aquele horror que é Derek? Isso é fetiche masoquista por conta dos Globos de idos tempos?
  •  Em Big Eyes Christoph Waltz está fazendo o mesmo papel que já vimos em todos os outros filmes dele. Desconfio que seja só que ele consegue fazer.
  •  E finalmente: cadê Penny Dreadful? Cadê todo o elenco de Pennyt Dreadful? Cadê Peter Dinklage?

Os Globos de Ouro serão entregues dia 11 de janeiro em Beverly Hills. Agora é torcer pelos seus favoritos…


Agora vai começar: o que pode acontecer nas indicações dos Globos de Ouro
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Ana Maria Bahiana

 

Boyhood

 

 

Birdman

Duas coisas marcantes vão acontecer nesta quinta feira de manhã: a “tempestade da década” vai chegar a Los Angeles, trazendo a água que a região tanto precisa; e serão anunciados os indicados ao Globo de Ouro de 2015, coisa que ninguém precisa mas que já são tão parte da rotina da terra quanto as chuvas de inverno.

Este ano os dois filmes que dividem (mas, curiosamente, não polarizam) as atenções são,como previ, os dois “Bs”: Boyhood e Birdman. Boyhood concorre como drama, Birdman como comédia, e certamente vão puxar a fila de indicados, não apenas como filme mas também como diretor, roteiro e elenco.

Sim, é verdade, meus colegas adoram estrelas e ficam com os olhinhos brilhando quando vêem um filme que é bom mas não espetacular, mas tem pedigree no elenco. Por isso esperem ver, na categoria “drama”, os dois “isca de prêmios”, A Teoria de Tudo e O Jogo da Imitação, e com certeza Eddie Redmayne e Benedict Cumberbatch entre os atores. Invencível, que tem estrela na direção – Angelina Jolie – e um estilo que ecoa os grandes filmes de guerra de idos tempos – também deve estar lá. American Sniper, de Clint Eastwood, e Corações de Ferro são mais problemáticos, mas não descarto como possibilidade – assim como Bradley Cooper, Brad Pitt e Jack O’Donnell por Invencível. Uma possibilidade: Jake Gyllenhaal por O Abutre. Olho nele.

Whiplash-5547.cr2

Livre, de Jean Marc Vallée, é uma possibilidade também, levando consigo Reese Whiterspoon para as indicações de melhor atriz. Outras possibilidades: Garota Exemplar (e Rosamund Pike), Foxcatcher (Channing Tatum, Steve Carell), Selma (David Oyelowo, Carmen Ejogo), Still Alice (Julianne Moore). Gostaria muito de ver Mr Turner (com o diretor Mike Leigh e seus sensacionais atores Timothy Spall e Dorothy Atkinson) nessas listas, assim como Marion Cotillard por qualquer um de seus dois filmes (A Imigrante e Dois Dias, Uma Noite) , Jessica Chastain por Miss Julie e Oscar Isaac por A Most Violent Year, mas não sei se meus colegas chegam lá. Idem Whiplash, que para mim é um dos grandes filmes do ano _ pelo menos J.K. Simmons, será?

Interestelar é um buraco negro. Metade dos meus colegas tem dor de cabeça só de lembrar do filme. Curiosamente, pode ser o filme-surpresa da manhã.

INTO THE WOODS

Na categoria “comédia ou musical” Birdman vai ter que brigar com Grande Hotel Budapeste e Caminhos da Floresta (onde Meryl Streep já se classificou como coadjuvante). Vício Inerente é capaz de estar lá também (embora não tenha certeza se meus colegas realmente entenderam o que PTA está fazendo nesse filme…), assim como Big Eyes, que é um Tim Burton em tom menor mas tem seu charme de anotação sócio-cultural. E sabe o que não me surpeenderia? Ver Guardiões da Galáxia no mix. Todo mundo adorou.

Nos filmes estrangeiros, Ida é o favorito, seguido de Force Majeure e Leviathan. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho tem fãs entre meus colegas, assim como Dois Dias, Uma Noite, o filipino Norte e o mexicano Cantinflas. A ver. Big Hero 6, Lego Movie e Boxtrolls são os ponta de lança da animação. Na TV, vejo os Globos de novo tomando a liderança no reconhecimento da audácia, e destacando Olive Kitteridge, Transparent, Getting On, True Detective, Fargo,  Rectify, Orange is The New Black, The Knick e The Affair.

Estarei sendo otimista demais? Vamos ver. De uma coisa tenho certeza: vai chover muito, mas muito mesmo, nesta quinta. O resto…


Por que os Emmys funcionam como show de TV
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Ana Maria Bahiana

 

E os Emmys, hein? Vocês viram? Gostaram?

Toda vez que sigo um evento assim eu fico pensando como ele se traduz para outros países e culturas, em termos de linguagem e referências. Imagino que os produtores devem ter a mesma preocupação mas, no fim das contas, a arquibancada para quem estão jogando é, em primeiro lugar, a comunidade de indicados e por indicar, os que votaram e os que concorrem (que, em geral, são mais ou menos a mesma coisa); e depois o público norte americano, que, no caso de shows de TV, é quem ainda sustenta o modelo econômico.

Minhas reações aos prêmios estão aqui no UOL TV, mas podem ser resumidos em : Barry Pepper? ARGH! Peter Dinklage? OBA!

Fiquei pensando depois no show em si. Justo no momento em que um dos papos mais comuns na cidade é o-que-vai-acontecer-com-a-transmissão-do-Oscar, um evento de prêmios que mostra saúde nos índices de audiência está dando o que falar.

A meu ver, os Emmys tem alguns elementos sólidos para seu sucesso como show de TV:

  • Só transmite as categorias populares. Os Emmys tem mais categorias que os Grammys, capazes de confundir o mais devoto aficionado ( e isso sem falar em suas subdivisões: Emmys Creative Arts, Emmys Internacionais, Emmys Locais, Emmys do Horário Diurno). Mas todos os prêmios técnicos – direção de arte para shows com uma única câmera, por exemplo- são entregues em cerimônias não televisionadas, deixando na transmissão apenas os prêmios que o público quer ver , aqueles que tem caras e nomes conhecidos.
  • Não mexe na fórmula que deu certo. Ao contrário dos Oscars, que há tempos vem tentando revirar seu formato, alterando o esquema dos musicais, a abertura e o tipo de apresentadores, os Emmys não mexem no time que está ganhando. É um formato simples, sem sofisticação que funciona em grande parte porque…
  • Não se leva a sério. Há sempre um tom de “veja como somos maravilhosos” nos Oscars. Os Emmys há tempos assumiram sua condição de “primo pobre” do cinema e, mesmo no momento em que não são nada pobres (muito pelo contrário, com a TV resgatando várias carreiras e abrindo novos horizontes criativos no vácuo do cinema independente) continuam investindo na linha da ironia e da auto- gozação. Vocês imaginariam um musical como o hilariante Lonely Island (direto do Saturday Night Live), com Michael Bolton e tudo mais, nos Oscars? Ou aquele mash-up em cima do The Office, que começa com Jess entregando um pacotinho suspeito no quartel general de Cranston? Ou mesmo aquela abertura (da qual Alec Baldwin foi eliminado pela Fox, porque queria incluir uma piada sobre Murdoch e escutas telefônicas…) em que basicamente dava-se uma grande risada às custas dos sonhos por atacado da TV? E indicadas a melhor atriz se comportando como se estivessem num prom/baile de debutantes/ concurso de miss? Nos Oscars? Impensável.

  • Abre espaços para o quase perigoso- mas mantém a situação sob controle. Este ano, os momentos-espoleta ficaram por conta das aparições de Charlie Sheen, possivelmente o nome mais falado da TV em 2011 (pelos motivos errados) e Ricky Gervais, tormento dos deuses de todas as telas . Cúmplices do jogo, ambos se comportaram bem – Gervais com o artificio de que sua participação teria sido “editada”, mais um comentário mordaz de Jane Lynch sobre suas possíveis carências de infância. Mas o frisson já tinha sido estabelecido.

E para vocês? Foi bom?

 


A pré-corrida do ouro, parte III: estrangeiros, animação e o saldo do primeiro semestre
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Ana Maria Bahiana

 

O que falta no balaio dos candidatos a candidatos a prêmios na temporada ouro?

Ryan Gosling em Drive

 

Para começar, algumas incógnitas : Contágio, de Steve Soderbergh (setembro nos EUA,; outubro no Brasil) e Drive, de Nicolas Winding Refn (setembro nos EUA, sem data no Brasil) , tem fôlego para prêmios? ;  Inquietos (Restless), de Gus Van Sant, ( setembro nos EUA; outubro no Brasil) será cabeça demais para ser lembrado?; o que vai acontecer com Melancolia (agosto no Brasil, novembro nos EUA), depois que Lars Von Trier desatou a dizer besteira?; e o duelo das divas diretoras – Madonna com W. E., (dezembro nos EUA) e Angelina Jolie, com In The Land of Blood and Honey (dezembro nos EUA)- no que vai dar?

Depois, os filmes estrangeiros. Para estes, existem dois caminhos _ serem escolhidos por seus países para representá-los nas categorias Filme Estrangeiro dos prêmios (como Grécia e Polônia já fizeram) ou se arriscarem na grande arena dos lançamentos no mercado norte-americano o que, automaticamente, qualifica qualquer filme para concorrer aos principais troféus.

O francês L’Artiste (novembro nos EUA, sem data no Brasil) é, neste momento, o líder nesta sub-categoria de filmes não americanos com força (e campanhas) capazes de transformá-los em competidores com os anglófonos. Uma vantagem: é mudo. Outra vantagem: é uma deliciosa, poética homenagem à alvorada de Hollywood. Mais uma vantagem: é distribuído pela Weisntein Company. Quem será seu rival? Talvez La piel que habito (setembro no Brasil, outubro nos EUA), Almodovar ingressando pelo thriller de terror, uma linguagem que acadêmicos e companhia podem compreender.

Resta olhar para o que já entrou em cartaz até agora e estimar quem tem fôlego para uma arrancada na reta final de novembro-dezembro-janeiro. Na encolha, Árvore da Vida (Tree of Life, maio nos EUA,  agosto no Brasil), de Terrence Malick, vem sendo exibido e re-exibido para grupos profissionais aqui em Los Angeles e em Nova York. Lírico, altamente pessoal, poético e, às vezes, exasperante, Árvore da Vida pode ser um favorito ou um azarão na temporada ouro.

 


Meia Noite em Paris (Midnight in Paris, maio nos EUA, junho no Brasil) é a grande unanimidade da safra do primeiro semestre. Não apenas foi (merecidamente) elogiado pela crítica mas tornou-se o maior sucesso comercial dos  últimos 25 anos da carreira de Woody Allen. É um duplo triunfo que não passa despercebido pelos votantes.

 

A outra unanimidade do primeiro semestre foi o independente  (Focus) Beginners (junho nos EUA, sem data no Brasil). Segundo filme de Milke Mills (Thumbsucker, vários videoclipes), Beginners é uma exploração autobiográfica das relações entre pais e filhos – complicada, no caso de Mills, pela revelação, depois da morte da mãe, de que seu pai era e sempre tinha sido gay. Uma indicação para Christopher Plummer (o pai) é mais do que provável, mas eu gostaria de ver o sempre excelente e sempre esquecido Ewan McGregor  (o filho) ser nomeado, também.

O primeiro semestre viu dois filmões-pipoca que podem, sim, ir para a briga no final do ano: Super 8 e Harry Potter e as Reliquias da Morte II. O primeiro seria o reconhecimento do valor do cinemão comercial norte americano da geração Goonies; o segundo seria a última oportunidade para saudar todo o extraordinário ciclo de adaptações da obra de J.K. Rowling, seu elenco, diretores e equipe.

E, finalmente, animação? Seria este o primeiro ano sem Disney ou Pixar entre os indicados? Até agora os dois favoritos pertencem respectivamente à Paramount – Rango, de Gore Verbinski – e 20th Century Fox – Rio, de Carlos Saldanha. Agora é ver as chances de Happy Feet 2 , Arthur Christmas (da Aardvark) e Gato de Botas neste combate…


Alegrias e mistérios dos Emmys 2011
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Ana Maria Bahiana

Peter Dinklage em Game of Thrones

 

Interrompo brevemente a sequencia de posts sobre os candidatos a indicados (nos próximos: os independentes e os filmes do primeiro semestre) para comentar as indicações para os Emmys, anunciadas hoje.

Para entender (ou tentar entender) algumas indicações e alguns desaparecimentos, é bom explicar um detalhe importante no modo como os Emmys são escolhidos: ao contrário dos Globos, que levam em consideração toda a temporada de uma série ou mini-série, os Emmys  baseiam suas escolhas em episódios específicos, que são submetidos pelos produtores  aos mais de 15 mil votantes. Eu, pessoalmente, sempre achei o sistema estranhíssimo, uma adaptação não muito adequada das normas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Um filme se expressa no espaço contido de seu tempo de tela. Um título de TV frequente se expressa ao longo de vários episódios, uma qualidade que a torna mais semelhante aos folhetins da literatura ou aos “serials” da primeira metade do século 20, com seus longos arcos de trama e a possibilidade de desenvolver personagens e situações ao longo de um tempo maior.

Com essa explicação, é possível pelo menos achar uma desculpa para a mini-série The Kennedys, bastante tosca, ter recebido quatro indicações, inclusive para melhor mini-série; Glee ter ocupado um espaço que poderia ter ido, com mais equilibrio, para Community (Gwyneth Paltrow por Glee? Jura?!! E nada de John Noble por Fringe? Mesmo?!) ; a falta de Nick Offerman (Parks and Recreation) ou mais gente de Mad Men. The Killing e Game of Thrones entre os atores e atrizes indicados;o  sumiço absurdo de Breaking Bad e a Bryan Cranston . (Ok, esta temporada não era elegível por questão de datas. Mas fica registrada minha indignação, de todo modo…) E a aparição da inacreditavelmente cafona The Pillars of the Earth entre as mini-séries só pode ser explicada pela idade avançada da média dos votantes da Academia de TV…

Agora vamos ao que gostei: a merecida lavada da HBO, com mais uma safra espetacular _ Mildred Pierce, Game of Thrones, Boardwalk Empire, Too Big to Fail, His Way, Cinema Verité. Terem destacado Peter Dinklage em Thrones, e registrado Mireille Enos por The Killing, Elizabeth Moss por Mad Men, Kate Winslet por Mildred Pierce, Katy Bates for Harry’s Law, e Cloris Leachman por Raising Hope.  A inclusão de Downton Abbey, uma perfeita gema do melhor da produção britânica tradicional.

E vocês, o que acharam?

 


Está lançado o Oráculo do Oscar 2011!
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Ana Maria Bahiana

Hollywoodianas e hollywoodianos, chegou o momento que vocês tanto esperavam (além do Oscar, é claro).

Está lançado oficialmente o internacionalmente famoso Oráculo do Oscar edição 2011.

Você acha que consegue prever os vitoriosos da noite de domingo com o mesmo poder oracular de Renato Félix e Weliton Vicente, detentores do título em 2010, que acertaram 20 das 24 categorias? Ou, quem sabe, bater o recorde da verdadeira pitonisa do Oscar, a carioca Danielle Lima, que cravou 21 acertos em 2009 e é a recordista de acertos do Oráculo?

As regras são muito simples: mande seus votos para o email oraculo2011@bol.com.br até o meio dia (horário do Brasil) de domingo, dia 27 de fevereiro. Mande apenas para este endereço de email, e somente até o meio dia de domingo. Votos enviados depois deste horário não serão considerados.  Você pode corrigir ou emendar seus votos, mas apenas a última versão será levada em conta _ as demais serão deletadas. Não  esqueça de incluir seu nome (completo ou artístico –sei lá, você pode ser o Banksy…) e um email para contato. Ah! Facilita muito se você mandar seus palpites na cédula oficial do Oscar, que você pode baixar aqui. Ter os votos todos na mesma ordem agiliza muito o processo.

Os resultados  serão anunciados aqui, com grande pompa, fotos e entrevistas , assim que minha cabeça voltar a funcionar depois do evento e conseguir contar os votos. O que, em termos práticos, é em torno de terça feira, 1 de março.

Além da suprema honra de ser aclamada/o neste mesmo espaço onde, durante o ano, trafegam estrelas e cineastas do primeiro time, a/o Oráculo(s) 2011 receberá uma seleção de mimos exclusivos da temporada de prêmios. Por  motivos legais, não posso enviar DVDs. E, por motivos de segurança e de custo, também não posso mandar grandes objetos (os comestíveis e bebíveis se foram há muito tempo). Não se preocupem – tem muita coisa super bacana para escolher.

A postos?


Semana do Oscar, dias 2 e 3: a sorte está sendo lacrada
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Ana Maria Bahiana

Hollywood Boulevard, hoje pela manhã

O Oscar 2011 já está decidido, mas apenas os contadores da PriceWaterhouseCooper sabem disso. Os votos fecharam ontem à tarde e foram encaminhados  imediatamente à contadoria . Quando você estiver lendo este post os resultados já terão sido apurados, e os vencedores, estabelecidos _ agora é a hora de preparar os cartões fatais, colocá-los nos envelopes e lacrá-los.

Antes que vocês perguntem: as estatuetas não recebem os nomes vencedores nesta etapa. Em números muito maiores que o necessário – por garantia- as estatuetas ficam nos bastidores do Kodak, com placas em branco. Depois da entrega, elas são enviadas para a gravação dos nomes e devolvidas aos vencedores.

Nas últimas 48  horas da disputa Christopher Hitchens, que não tolera bobagens, massacrou O Discurso do Rei por sua “memória seletiva” na reconstituição dos fatos em torno do reinado de Jorge VI e seu pai. Jorge V; Annette Bening deu entrevistas para praticamente todos os programas de TV; Harvey Weinstein correu com Colin Firth para cima e para baixo de todas as festas, recepções e eventos, e explorou ao máximo o endosso da família real ao Discurso; Lucy Walker, diretora de Lixo Extraordinário, deu uma entrevista na qual não consegui achar a palavra “Brasil”; e o divulgador de Geefwee Boedoe, diretor do curta Let’s Pollute, desfechou emails  dizendo que o filme era o “Davi diante do Golias da Pixar” – o favorito Day and Night (isso  nunca dá certo…)

Teddy Newton, diretor de Day and Night, na recepção da Academia

Isso apenas no campo “estratégia”. No setor “produção”, a Academia abriu as portas para festejar os curtas de animação indicados; o tapete vermelho começou a ser instalado na entrada do Kodak; Anne Hathaway e James Franco ensaiaram um tributo a Nos Tempos da Brilhantina; e soube-se o por que de não haver prévia dos cenários, como é costumeiro –  os produtores Bruce Cohen e Don Mirscher optaram por um cenário minimalista, praticamente nu, que será alterado exclusivamente através de projeções. “Será um cenário virtual, que vai nos possibilitar levar a plateia a diversos momentos da história do cinema”, disse Cohen.

O que também não vai acontecer: vários indicados anteriores apresentando prêmios e falando sobre os indicados do ano; e longas montagens de clipes, como aquele tributo aos  filmes de terror do ano passado. O que voltou: “o Oscar vai para…” e  interpretação integral de todas as canções indicadas.

Esta noite, os documentaristas serão homenageados. Vamos ver o que vai rolar…


Na semana decisiva, a pergunta é: quem vai ficar com Oscar?
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Ana Maria Bahiana

A duas semanas exatas do Oscar 2011 e uma semana para entrega dos votos finais, eis o que é absoluta certeza: que Anne Hathaway  e James Franco serão os anfitriões da festa; que os apresentadores de prêmios incluem Nicole Kidman, Tom Hanks, Cate Blanchett, Jude Law, Reese Whiterspoon e Annette Bening; que Gwyneth Paltrow (que agora ninguém consegue tirar de um palco, pelo jeito) vai cantar a indicada “Coming Home”, do seu filme Country Strong, e que Florence do Florence & the Machine vai tomar o lugar de Dido ao lado de A.R. Rahman na interpretação de outra indicada, “If I Rise”, de 127 Horas.

Sabemos também que o Governors’ Ball, tradicional homenagem da direção da Academia a indicados e vencedores do ano, terá como tema, segundo a produtora e desiger do evento, Cheryl Ceccetti, “uma noite num night club da era de ouro de Hollywood”,com palmeiras artificiais, clima art-deco e cores intensas.

E que Wolfgang Puck, chef-estrela que há 20 anos atende os 1500 convidados do Ball, preparou um menu de “sabores latinos”, com uma paella e outros pratos de peixes e frutos do mar, além da tradicional  pizza do Oscar”, com caviar e salmão, e as mini estatuetas de chocolate.

Quase todo o resto ainda está no terreno da especulação, algo que , como muito bem diz Timothy Gray, editor da Variety (e um dos autores de um livro delicioso sobre os bastidores do festival de Cannes) “envolve uma quantidade tremenda de gases”. Uma olhada nas duas tabelas compiladas por Gray demonstra, entre outras coisas, o quanto o gostos e prioridades mudaram entre os votantes dos prêmios pré-Oscars, e o quanto a mudança da data do evento da Academia foi importante para essa mudança.

Um outro elemento, que Gray não menciona, é uma tendencia da Academia, em anos recentes, de distribuir suas dádivas por vários filmes. Posso estar errada, mas me lembro apenas de Titanic, em 1998, levando para casa todos os tipos de indicação (menos, significativamente, as dramáticas e de roteiro).

As vitórias de O Discurso do Rei nos prêmios BAFTA, ontem, são importantes, mas eu faço uma ressalva: a superposição de votantes das academias britânica e norte-americana não é tão grande a ponto de podermos tirar uma conclusão certa.

O quadro que temos agora, em linhas gerais, indica um pau-a-pau entre O Discurso do Rei e A Rede Social, com Inception (que levou o prêmio da ASC, guilda dos diretores de fotografia) na pole para os prêmios técnicos e Cisne Negro, O Vencedor e Bravura Indômita bem posicionados nas categorias dramáticas.

Vou observar com cuidado o que acontece nos bastidos desta semana tão decisiva.


As desventuras de Melissa Leo revelam um pouco do avesso das campanhas
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Ana Maria Bahiana

Qual a diferença entre este anúncio…

...e este?

A duas semanas dos Oscars, a disputa continua em aberto. E a grande pergunta na cabeça de todo mundo é: o que Melissa Leo estava pensando?

Para quem perdeu esse capítulo da emocionante novela do Oscar 2011, aqui vai um resumo: há uma semana um par de anúncios de página inteira apareceu nos trades, os jornais especializados da indústria. Neles, Melissa aparecia em trajes de gala, com uma palavra através da página: “Consider” (considere).

Era claramente um pedido de voto, mas, pela etiqueta da campanha, absolutamente bizarro, embora permitido.

Entre as muitas nebulosidades (ouso dizer hipocrisias?) das batalhas por uma estatueta, a questão da auto-promoção é das mais delicadas. Pelas regras da Academia,  tudo é permitido desde que não ataque diretamente os concorrentes ou envolva presentes ou mordomias ligados aos filmes. Notem que pedidos diretos de votos, feitos sem ataque e sem mimos, são permitidos, assim como brindes e mordomias não diretamente ligados aos filmes _ o que enche a cidade, nesta época do ano, de “gifting suites”, com farta distribuição de todo tipo de artigo de luxo, de bebidas a jóias, para indicados, suas equipes, seus amigos e seus estúdios, na esperança de que esses formadores de opinião usem os produtos em público ou pelo menos falem deles.

Mas voltemos às campanhas e a Melissa.  Ligar para seus amigos e para os amigos de amigos; conversar com todo mundo que pertence à Academia ou é esposo/esposa, parente ou associado de um acadêmico; lembrar favores passados; prometer favores futuros; ter vontades súbitas de oferecer almoços e jantares de congraçamento; enviar emails pessoais; perguntar pela saúde e bem estar de tias, primos, avós, bebês recém-nascidos  de acadêmicos ou mesmo envar cartões, flores e mimos com o mesmo objetivo; se oferecer para passear o cachorrinho ou tomar conta do gato de acadêmicos _ tudo isso é permitido. Mais que isso: é o pão com manteiga de uma campanha.

Gastar cerca de 18 mil dólares por uma página no Variety com um anúncio pedindo votos é, na verdade, tão corriqueiro que ninguém notaria. A não ser por uma coisa: não se tratava dos produtores ou distribuidores de O Vencedor que estavam pedindo consideração para Melissa Leo. Também não era seu agente ou empresário. Era ela mesma. Isso é permitido? É. Mas, como me disse um votante, “é de mau gosto, e parece desespero. E você sabe como esta cidade tem repulsa ao desespero.”

É verdade. Não vamos nos deter sobre a questão do “mau gosto”, algo inteiramente discutível  nesta indústria. Fiquemos no item “desespero”: de fato, este  é o repelente mais eficiente desta terra. Um dos elementos mais cruéis do jogo do sucesso, aqui, é exatamente esse: quanto mais alguém está querendo ou precisando de algo, menos ela e ou ele tem que aparentar que está querendo ou precisando.  O mistério número um, no caso, é que, depois de suas vitórias nos Globos de Ouro e na SAG, Melissa não precisava querer nada _ ela já era a favorita na categoria melhor atriz coadjuvante por seu trabalho como a mãe autoritária e superprotetora dos irmãos Mark Wahlberg e Christian Bale em O Vencedor.

Resta a teoria da pura ingenuidade, que é a linha que Melissa Leo está adotando, agora. Numa entrevista para  Marie Claire, Leo garantiu que “não sabe nada” sobre Oscar e campanhas para o Oscar, e que pensou que os anúncios eram “uma boa ideia”. Isso seria plenamente aceitável se ela não tivesse uma carreira de 20 anos  na TV e no cinema, e se, na mesma entrevista, não dissesse que Amy Adams, que também está indicada como coajuvante por O Vencedor, mas que até agora não ganhou nada, “tem uma certa inveja”; que Helena Bonham Carter lhe deu “empurrões” durante o almoço dos indicados; e que Hailee Steinfeld, a segunda favorita na categoria, está “cafetinando” sua indicação.

Resultado: Hailee está agora na pole position entre as atrizes coadjuvantes, por Bravura Indômita.

E a lição da semana é: se você for indicada e quiser gastar dinheiro, contrate primeiro um assessor de imprensa/estrategista.

Adendo importante: por que Melissa Leo não usou fotos dela no filme? Teria sido mais eficiente?

Teria. Mas ela não tem o direito de uso dessas imagens. Quem tem é o distribuidor. E aí temos outro nó: a decisão de quem, num filme, deve receber atenção nas campanhas públicas, com anúncios, folhetos, convites, etc cabe a ele, o distribuidor. Muita briga rola por causa disso. Melissa pode ter-se sentido não prestigiada com anúncios pagos pelo distribuidor, com cenas do filme, e partido para o ataque por conta própria. Grande erro, como se viu.


Almoço com as estrelas: álbum de retratos
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UOL Interação

A tradição começou em 1981: no intervalo entre o envio das cédulas para os votos finais e o prazo para sua entrega a Academia convida todos os indicados para um almoço de confraternização. “É um momento sem competição numa temporada marcada pela competição”, me disse certa vez uma porta voz da Academia. “Uma lembrança do por que da Academia e dos prêmios.”

Este ano, 150 dos 190 convidados compareceram ontem à tarde ao International Ballroom do Beverly Hilton (ironicamente, onde são entregues os Globos de Ouro) para um menu de salmão, filê mignon, jardineira de legumes e sobremesas sortidas de chocolate. Aqui, alguns momentos (todas as fotos cortesia A.M.P.A.S. Fotógrafos: Darren Decker , Todd Wawrychuk, Richard e Greg Harbaugh e Ivan Vejar).

Chegando ao Beverly Hilton: os fãs de Anorofsky…

…as luvinhas de Helena Bonham Carter…

…e o reencontro do rei e do professor_ Colin Firth e Geoffrey Rush (com minha amiga Melody Korenbrot ao fundo, super estressada…)

Na tradicional pose para a foto da “turma do ano”: Annette Bening usou seus privilégios de diretora do Departamento de Atores e foi para o colo de Jeff Bridges…

… mas James Franco arranjou uma cadeira para a supergrávida Natalie Portman (com o apoio de John Lasseter e Chris Nolan)…

… enquanto Mark Ruffalo, Michelle Williams e o extraordinário DP Matthew Libatique (Cisne Negro) sorriem para a câmera.

No salão: los amigos Javier Bardem e Alejandro González-Iñarritu…

…Nicole Kidman e o co-presidente da Fox, Jim Gianopulos…

… e o diretor Tom Hooper (O discurso do rei) fazendo média com o presidente da Academia, Tom Sherak, e Warren Beatty.

E finalmente, os arqui-rivais Jesse Eisenberg e Colin Firth. Qual seria o diálogo?