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Crise no Oscar resolvida: Billy Crystal é o apresentador
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Ana Maria Bahiana

Os bons companheiros

 

Depois de muito doce de parte a parte- Academia dizendo que queria trazer novas pessoas, ele dizendo que não tinha tempo disponível- Billy Crystal pos sua capa de super-herói e veio salvar o atribulado Oscar 2012. Pela nona vez na história do prêmio ele será o apresentador da cerimônia – produzida em ritmo de urgência por Brian Grazer e Don Mischer.

Fora o fato de Crystal ter anunciado sua participação no Twitter, sua escolha representa, na verdade, um retorno a tempos mais amenos e clássicos para o Oscar. Não é de hoje que a Academia tenta “modernizar” a festa – os fantasmas de Rob Lowe dançando com a Branca de Neve em  1989 ainda chacoalham correntes pelos corredores do prédio da Wilshire com LaPeer. Mas a lição de cada tentativa parecia passar batido pelas diretorias da organização: com mais de 80 anos de vida a cerimônia tem uma bagagem histórica e emocional que reage muito mal a “modernizações” superficiais.

Este ano o universo ou quem sabe os deuses padroeiros do bom gosto criaram uma crise prévia para evitar o que poderia ter sido o armageddon a cerimônia: um espetáculo com a produção criativa de Brett Ratner e a apresentação de Eddie Murphy.

O nome de Crystal sempre esteve presente ao fundo de toda crise, como uma espécie de desejo secreto dos fãs e dos próprios acadêmicos. A diretoria devia ter prestado mais atenção à ovação estrondosa que Crystal recebeu este ano quando subiu ao palco do Kodak para a homenagem a Bob Hope – outro apresentador que agregava a unanimidade de público e Academia. A sensação, no Kodak e na sala de imprensa, era de alívio _ ah, se ele pudesse ficar ali até o final da noite!

Meses depois, num evento promovido pela American Cinematheque, Crystal confessou que a entusiástica acolhida durante a festa trouxe boas lembranças e acendeu a vontade de voltar ao posto. Mas essas coisas não funcionam quando as pessoas se oferecem _ era melhor que o convite viesse…

Curiosamente, toda essa confusão teve um interessante efeito colateral: tornou os Oscars empolgantes de novo…


Crise no Oscar: Brian Grazer e a busca de um retorno à elegância
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Ana Maria Bahiana

Não, Grazer não levou um susto com o convite; o cabelo dele é assim mesmo.

 

Como se comentava, Brian Grazer, produtor com vasto curículo de sucessos cinematográficos , responsável tanto por Tower Heist quanto por J. Edgar e quatro vezes indicado ao Oscar, acaba de dizer sim à Academia. Grazer vai parceirar com o experiente Don Mischer na difícil tarefa de produzir o complicado evento em pouco mais de três meses.

O posto de apresentador continua, nesta tarde aqui em Los Angeles, em aberto. Um convite da Academia a Billy Crystal já foi recusado ; o igualmente experiente mestre de cerimônias do Oscar disse estar “muito ocupado” em fevereiro para poder aceitar a responsabilidade. Próximo da lista? Neil Patrick Harris, que arrasou quando foi apresentador dos Emmys (onde Mischer era o produtor).

O clima na Academia, esta tarde, foi  descrito como de “pânico e ansiedade”. Não é apenas uma questão de prazo _ é uma questão de percepção. Há anos o Oscar vem procurando uma mudança e um rejuvenescimento que não tem dado muito certo. Isso estava implícito no convite que Tom Sherak, presidente da Academia, fez a Ratner, em agosto: “Você gosta de comédia, sabe como fazer as pessoas darem risada, e nós queremos trazer mais diversão e alegria ao show”.

Ok, deu no que deu, e ninguém está rindo.

Pelo que pude sentir dos acadêmicos de várias alas, conservadores e vanguarda igualmente, é que todos sonham com um retorno à elegancia e à simplicidade, e esperam ver mais respeito e menos gargalhada em torno da cerimônia. “A Academia devia parar de tentar produzir os prêmios da MTV ou o People’s Choice Awards e se concentrar em trazer classe para os Oscars”, disse um deles.

Vamos ver…


Crise no Oscar: sem produtor e sem apresentador, a três meses da festa
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Ana Maria Bahiana

Como era esperado, menos de 24 horas depois da saída de Brett Ratner como produtor dos Oscars 2012, Eddie Murphy entregou à Academia sua carta de demissão do posto de apresentador da cerimônia. Murphy havia sido escolhido pessoalmente por Ratner, seu amigo  e colaborador no recém-lançado filme de ação Tower Heist, e ninguém imaginava que ele fosse continuar como mestre de cerimônias depois da retirada estratégica de Ratner.

A primeira sensação aqui na cidade, pelo que pude julgar, foi de alívio. Muito poucos levavam fé nesta dupla. Ratner é um diretor competente mas de gosto duvidoso, com uma atitude irresponsável de quem, aos 42 anos, ainda age como um adolescente (como confirmaram suas declarações no fim de semana passado). A estrela de Murphy, que brilhou forte nos anos 1980 como um inspirado comediante e agente provocador da cultura black, está há tempos em curva descendente graças a uma série de filmes entre o insosso e o grotesco (Norbit, Dr. Dolittle, A Familia Klump).

O segundo sentimento está sendo um leve pânico _ os Oscars serão entregues dia 26 de fevereiro. Desde ontem a diretoria da Academia está reunida em clima de urgência, em busca de substitutos para ambos. Um nome que anda circulando com insistência é o do produtor Brian Grazer, responsável, entre muitos outros, tanto por Tower Heist quanto por J. Edgar, que estréia aqui na sexta feira.

A Academia ainda tem uma pessoa extremamente capaz ao timão dos Oscars 2012: o co-produtor Don Mischer, que há anos assina os Emmys. Mas Mischer precisa de alguém para dividir a complicada tarefa de pilotar um dos maiores espetáculos ao vivo da TV e a noite que toda a indústria espera ansiosamente, todos os anos.

Quanto a mestres de cerimônias, ninguém sabe. Definido o produtor, o nome pode surgir com maior rapidez.

Mas estamos a pouco mais de três meses da festa….

Amy Adams e Pedro Almodóvar anunciam o Cecil B. De Mille, hoje de manhã

Numa peculiar ironia, a saída de Murphy foi divulgada quase ao mesmo tempo que o anúncio do escolhido para receber o troféu Cecil B. de Mille, por conjunto de obra, os Globos de Ouro: Morgan Freeman.

A trajetória dos Oscars pode estar um caos, mas a dos Globos está absolutamente tranquila…

 

 

Fotos: Magnus Sundholm, Theo Kingma/HFPA


Crise no Oscar: Brett Ratner fala besteira e se demite
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Ana Maria Bahiana

A grande massa de descontentes com a decisão de entregar o comando do Oscar 2012 ao diretor Brett Ratner está respirando aliviada esta tarde: Ratner acaba de se demitir do posto. Brett Ratner é o diretor da franquia A Hora do Rush, e sua indicação para produtor da cerimônia, anunciada em setembro, causou espanto e apreensão na indústria, que duvidava de sua capacidade para conduzir um projeto tão complexo e de tanta visibilidade.

Ninguém precisou dar o chute fatal _ ele mesmo se enforcou com duas entrevistas recentes, parte da promoção de seu novo filme, Tower Heist. Na primeira, parte de uma exibição promovida pela revista Variety,  sexta feira passada, Ratner disse que  não estava prevendo muito ensaio para o evento porque “ensaio é coisa de viado”.

Dois dias depois, Ratner foi ao programa de rádio de Howard Stern e – com certeza com grande incentivo de Stern – fez uma detalhada lista de seus hábitos sexuais, incluindo o tamanho de seus testículos, as proezas de sua língua, como ele obriga suas parceiras sexuais a fazerem um check up com seu médico de confiança e os detalhes de sua “transa com Lindsay Lohan quando ela ainda era garotinha.”

Segunda de manhã já tinha gente na Academia pedindo a cabeça de Ratner. Em troca, ele ofereceu uma desenxabida carta de desculpas. Agora à tarde, aqui em Los Angeles, Ratner finalmente apresentou sua carta de demissão. “Ele fez a coisa certa”, declarou o presidente da Academia, Tom Sherak. “ Palavras tem peso e consequencia. Brett é uma boa pessoa, mas suas palavras são indesculpáveis.”

Um acadêmico teria comentado: “Se Gil Cates (veterano produtor de múltiplos Oscars, falecido recentemente) ouvisse o que ele disse, morria de novo.”

Dúvida: e Eddie Murphy, que entrou na festa via Ratner? Fica ou vai?

Já sabemos a resposta: vai. Hoje (quarta dia 9) pela manhã Murphy pediu demissão do posto, para alívio de muitos.


Ausência de favoritos pode ajudar Harry Potter?
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Ana Maria Bahiana

Mais um mês se passou e ainda não apareceram os super-favoritos que, nos anos anteriores, definiam a corrida do ouro. Vocês se lembram, não é? Sangue Negro ou Onde os Fracos Não Tem Vez? Crash ou Brokeback Mountain? Avatar ou Guerra ao Terror? Benjamim Button ou Quem Quer Ser Um Milionário? A Rede Social ou O Discurso do Rei?

Para fãs, isso pode ser um fator empolgante na disputa deste ano. Para os estrategistas, o vazio tem cor e cheiro de oportunidade: a impressão é que, com pouco mais de um mês até as indicações para os Globos de Ouro e 70 dias das indicações para o Oscar, tudo pode acontecer.

Depois de ver alguns títulos que estavam no balaio de possibilidades – mas impedida, por embargos diversos, de dizer algo a respeito, agora – posso adiantar que a lista original encolheu um pouco. Por outro lado, cresce o burburinho em torno de Young Adult – que não vi ainda-,  retorno da dupla Jason Reitman (diretor)- Diablo Cody (roteirista).

A falta de francos favoritos entre as opções de costume – independentes, independentes de luxo e lançamentos “de prestígio” dos estúdios, principalmente dramas, de preferência de época – pode levar a uma interessante resolução: a premiação de quem menos se esperava, em circunstâncias habituais. Quem se lembra de O Silêncio dos Inocentes em 1992? Lançado em fevereiro de 1991, o thriller de Jonathan Demme disparou na última hora exatamente porque seus rivais – Bugsy, JFK, O Príncipe das Marés e A Bela e a Fera (que aliás entrou na lista pelo mesmo motivo) – não tinham aquele “algo mais” que define o franco favorito.

Mais recente e mais adequada como comparação, a vitória de O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei em 2004 nasceu exatamente do mesmo impasse, a falta de poder de fogo da competição (Sobre Meninos e Lobos, Encontros e Desencontros, Mestre dos Mares e Seabiscuit-Alma de Herói).

Acho ainda mais interessante que Retorno do Rei tenha levado tanto o Oscar quanto o Globo de Ouro. O corpo votante dos Globos é menor e mais difícil de prever, impulsionado por preferências pessoais e culturais (afinal, somos todos correspondentes estrangeiros…). Já os Oscars e os prêmios das Guildas representam o consenso da indústria, dos colegas, de quem faz os filmes concorrentes. Suas escolhas revelam um tanto do, digamos assim, subconsciente do ofício: o que se faz é uma coisa, o que merece prêmio é outra.

Quando nenhum título das categorias previsíveis – drama, filme de época- tem a capacidade de gerar admiração sem reservas, sobem as chances de filmes que a indústria faz em grande volume mas quase nunca acha que merecem honra especial – thriller, fantasia, sci-fi.

Quem se beneficia este ano? Harry Potter e As Reliquias da Morte, parte II. É, até agora, uma unanimidade inquestionável de crítica, público e, sobretudo, apreciação de seus pares na indústria.  Seria também um modo de reconhecer uma década de trabalho de superior qualidade realizado por uma equipe extremamente talentosa. E, para a platéia, uma supresa gostosa num ano até agora imprevisível.


Corrida do Ouro 2011: Os primeiros favoritos de um ano sem favoritos
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Ana Maria Bahiana

Meados de outubro: dois meses para o anúncio dos indicados aos Globos de Ouro, três para sabermos os indicados ao Oscar. Ano passado, a esta altura, Inception-A Origem já tinha maravilhado plateias e críticos, e A Rede Social já tinha deixado bem claro que entrava na briga para disputar com tudo. Este ano, sento-me a uma mesa de jantar com alguns colegas votantes e o papo é o mesmo: “Mas que ano, hein? O que tem para a gente escolher?”

Tudo pelo Poder

Ter, tem, mas, até agora, nada que arrebate, que apaixone, que leve a discussões, campanhas furtivas, argumentos e contra-argumentos. Meus filmes mais queridos, até agora – Planeta dos Macacos-A Origem e Drive – não tem chance de ganhar nem um boa noite (embora o filme de Nicholas Winding Refn tenha um contigente passional dentro dos votantes dos Globos… mas me parece um contingente pequeno…) Árvore da Vida, que é lindo e exasperante em doses iguais, pode, igualmente, cativar e alienar número igual de votantes. Tudo pelo Poder é uma opção, assim como – para representantes de países onde há beisebol – Moneyball. O Artista deixou muitos colegas intrigados – “com certeza vimos um dos filmes mais originais dos últimos tempos “ – mas isso não significa, necessariamente, favoritismo.

Meia noite em Paris

Entre as comédias, Missão Madrinha de Casamento e Meia Noite em Paris estão na pole, e meu favorito, Amor a Toda Prova, é outra possibilidade bastante real, assim como outro querido meu, Beginners (no caso de ser considerado comédia…).

Enfim, este pode ser o ano em que se premia não o completamente excepcional, mas o melhor dentro de uma safra nada espetacular. Tem anos assim. Pode ser um momento bom para filmes como Harry Potter e as Relíquias da Morte –parte II. O gênero fantástico parece ter mais chances no derradeiro episódio de uma franquia, e o ano bamboleante pode abrir uma brecha, especialmente nos Oscars.

Estou falando, é claro, de filmes que já foram vistos, e de possibilidades pelo ângulo de quem tem que escolher indicados. Listas de favoritos feitas por gente que não tem que votar, incluindo filmes que ninguém viu,  estão dando sopa na internet.

Mia Wasikowska em Jane Eyre

As categorias dramáticas, por outro lado, vão dar congestionamento. Considerando, mais uma vez, apenas o que já foi visto, podem incluir no páreo, entre atrizes/atores principais: Glenn Close (Albert Nobbs), Michelle Williams (My Week With Marilyn), Emma Stone e Viola Davis (Histórias Cruzadas), Carey Mulligan (Drive), Mia Wasikowska (Jane Eyre), Jodie Foster e Kate Winslet (Carnage), Kristen Wiig (Missão Madrinha de Casamento), Julianne Moore (Amor a Toda Prova), Elizabeth Olsen (Martha Marcy May Marlene); Ryan Gosling (Drive e Tudo Pelo Poder), Brad Pitt (Moneyball), George Clooney (The Descendants), Jean Dujardin (O Artista), Ewan McGregor (Beginners), Steve Carell (Amor a Toda Prova), Michael Shannon (Take Shelter), Michael Fassbender (Shame), Paul Giamatti (Win Win), Christoph Waltz e John C.Reilly (Carnage).

Christopher Plummer em Beginners

Coadjuvantes? Fartura, também: Janet McTeer (Albert Nobbs), Octavia Spencer (Histórias Cruzadas), Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento), Berenice Bejo (O Artista), Evan Rachel Wood (Tudo pelo Poder), George Clooney (Tudo Pelo Poder), Albert Brooks (Drive), Christopher Plummer (Beginners), Ryan Gosling (Amor a Toda Prova).

E isso, repito, levando em conta apenas os títulos que já foram exibidos “para sua consideração”.

Ainda vem por aí J. Edgar, Hugo, O Espião Que Sabia Demais, War Horse e Os Homens que Não Amavam as Mulheres.

E, é claro supresas de última hora sempre são possíveis. Aliás, este ano serão mais que bem vindas, e podem dar sabor de real competição a uma disputa que cada vez mais está ficando previsível.

 

 


Eddie Murphy nos Oscars: é pra rir ou pra chorar?
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Ana Maria Bahiana

Os bons amigos: Eddie Murphy, Brett Ratner

 

E o Eddie Murphy nos Oscars, hein? Confesso que estou apreensiva. E não sou só eu: passei os últimos dias fazendo a mesma pergunta a amigos, conhecidos e acadêmicos sortidos, e a resposta foi consistentemente a mesma: ninguém espera muito, na melhor das hipóteses; na pior, esperam um desastre. Ecos do ano-catástrofe de 1989 – aquele da Branca de Neve e Rob Lowe- já estão circulando pela cidade. E isso seis meses depois de um Oscar que, segundo alguns observadores, ficou com a duvidosa palma de pior. Oscar. De todos os tempos.

É sobretudo o potencial para essa  dose dupla e consecutiva de horrores que me preocupa _ e não só a mim. Afinal não tenho nenhum interesse direto no evento além da paixão de fã de cinema e o dever de observadora profissional. “Este ano não me animo a brigar por ingresso”, me disse um acadêmico que é do tipo não-perco-uma.

A apreensão com a escolha tem dois motivos, infelizmente entrelaçados. O primeiro, e básico, é que a escolha foi feita por um produtor no qual, aparentemente, só a diretoria da Academia acredita: Brett Ratner, realizador de notória e, digamos assim, agressiva mediocridade. Sua nomeação como piloto dos Oscars este ano foi o primeiro susto ; certo que ele vem escorado pela experiência de seu co-produtor Don Mischer (Emmys, Comedy Awards, Billboard Awards), mas a reputação (ou falta dela) de Ratner foi o bastante para dar um susto coletivo na comunidade.

Aguardava-se, com a mesma reserva, sua escolha de apresentador. Os rumores de que ele estaria flertando com Oprah Winfrey já provocaram marolas _ Oprah, com certeza uma das pessoas mais poderosas do entretenimento, teria cacife suficiente como pessoa de cinema para ancorar a cerimônia?

E aí… Ratner convida Eddie Murphy, seu amigo e co-astro, ao lado de Ben Stiller (que teria sido, a meu ver, uma escolha melhor) do próximo filme do diretor, Tower Heist.

Murphy foi, depois de Richard Pryor, o comediante negro que mais abriu espaços na indústria, à custa exclusivamente de seu talento e de uma combinação perfeita de audácia, insolência e simpatia. Infelizmente, seus trabalhos mais recentes tem sido, à falta de uma definição melhor, patéticos (com exceção de sua participação em Dreamgirls, cinco anos atrás, torpedeada nos Oscars por sua atuação em Norbit, exemplo típico de onde ele anda desperdiçando seu talento).

Se os Oscars de 2012 tivessem outro produtor, mais criativo e com mais cacife junto a atores, sua escolha poderia ser super interessante _ como disse Dave Karger na Entertainment Weekly, seria muito bom que o evento marcasse a volta triunfal de um grande artista.

De todo modo, apresentar os Oscars é uma das tarefas mais ingratas da indústria _ as chances de tudo dar errado são muito maiores do que as de tudo dar certo. A maioria das estrelas de primeira linha foge dos convites exatamente pelo temor do possível impacto negativo em suas carreiras.

Vamos ver o que acontece em fevereiro…

 


A pré-corrida do ouro, parte III: estrangeiros, animação e o saldo do primeiro semestre
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Ana Maria Bahiana

 

O que falta no balaio dos candidatos a candidatos a prêmios na temporada ouro?

Ryan Gosling em Drive

 

Para começar, algumas incógnitas : Contágio, de Steve Soderbergh (setembro nos EUA,; outubro no Brasil) e Drive, de Nicolas Winding Refn (setembro nos EUA, sem data no Brasil) , tem fôlego para prêmios? ;  Inquietos (Restless), de Gus Van Sant, ( setembro nos EUA; outubro no Brasil) será cabeça demais para ser lembrado?; o que vai acontecer com Melancolia (agosto no Brasil, novembro nos EUA), depois que Lars Von Trier desatou a dizer besteira?; e o duelo das divas diretoras – Madonna com W. E., (dezembro nos EUA) e Angelina Jolie, com In The Land of Blood and Honey (dezembro nos EUA)- no que vai dar?

Depois, os filmes estrangeiros. Para estes, existem dois caminhos _ serem escolhidos por seus países para representá-los nas categorias Filme Estrangeiro dos prêmios (como Grécia e Polônia já fizeram) ou se arriscarem na grande arena dos lançamentos no mercado norte-americano o que, automaticamente, qualifica qualquer filme para concorrer aos principais troféus.

O francês L’Artiste (novembro nos EUA, sem data no Brasil) é, neste momento, o líder nesta sub-categoria de filmes não americanos com força (e campanhas) capazes de transformá-los em competidores com os anglófonos. Uma vantagem: é mudo. Outra vantagem: é uma deliciosa, poética homenagem à alvorada de Hollywood. Mais uma vantagem: é distribuído pela Weisntein Company. Quem será seu rival? Talvez La piel que habito (setembro no Brasil, outubro nos EUA), Almodovar ingressando pelo thriller de terror, uma linguagem que acadêmicos e companhia podem compreender.

Resta olhar para o que já entrou em cartaz até agora e estimar quem tem fôlego para uma arrancada na reta final de novembro-dezembro-janeiro. Na encolha, Árvore da Vida (Tree of Life, maio nos EUA,  agosto no Brasil), de Terrence Malick, vem sendo exibido e re-exibido para grupos profissionais aqui em Los Angeles e em Nova York. Lírico, altamente pessoal, poético e, às vezes, exasperante, Árvore da Vida pode ser um favorito ou um azarão na temporada ouro.

 


Meia Noite em Paris (Midnight in Paris, maio nos EUA, junho no Brasil) é a grande unanimidade da safra do primeiro semestre. Não apenas foi (merecidamente) elogiado pela crítica mas tornou-se o maior sucesso comercial dos  últimos 25 anos da carreira de Woody Allen. É um duplo triunfo que não passa despercebido pelos votantes.

 

A outra unanimidade do primeiro semestre foi o independente  (Focus) Beginners (junho nos EUA, sem data no Brasil). Segundo filme de Milke Mills (Thumbsucker, vários videoclipes), Beginners é uma exploração autobiográfica das relações entre pais e filhos – complicada, no caso de Mills, pela revelação, depois da morte da mãe, de que seu pai era e sempre tinha sido gay. Uma indicação para Christopher Plummer (o pai) é mais do que provável, mas eu gostaria de ver o sempre excelente e sempre esquecido Ewan McGregor  (o filho) ser nomeado, também.

O primeiro semestre viu dois filmões-pipoca que podem, sim, ir para a briga no final do ano: Super 8 e Harry Potter e as Reliquias da Morte II. O primeiro seria o reconhecimento do valor do cinemão comercial norte americano da geração Goonies; o segundo seria a última oportunidade para saudar todo o extraordinário ciclo de adaptações da obra de J.K. Rowling, seu elenco, diretores e equipe.

E, finalmente, animação? Seria este o primeiro ano sem Disney ou Pixar entre os indicados? Até agora os dois favoritos pertencem respectivamente à Paramount – Rango, de Gore Verbinski – e 20th Century Fox – Rio, de Carlos Saldanha. Agora é ver as chances de Happy Feet 2 , Arthur Christmas (da Aardvark) e Gato de Botas neste combate…


A pré-corrida do ouro, parte II: independents day
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Ana Maria Bahiana

Se formos julgar pelos últimos anos quem realmente dá as cartas e impõe o ritmo da Temporada Ouro são os independentes. Principalmente os chamados independentes-de-luxo, as divisões especializadas dos estúdios que trabalham com orçamentos baixos, levantam financiamento no exterior e realizam projetos de autor. Olhem os últimos vencedores do Oscar: nos últimos cinco anos, todos eles vieram de independentes de luxo. E mesmo Os Infiltrados, de 2007, foi realizado por um produtor independente de vastos recursos, Graham King; a Warner levou a láurea, mas entrou na festa lá pelo meio.

Este é um fato que dá muita dor de cotovelo à Academia, onde a maioria dos integrantes sonha com triunfos como os de Titanic, filmão de estudião levando um monte de estatuetas. E que revela um paradoxo interessante: parte substancial dos acadêmicos passa o ano fazendo um tipo de filme e, na hora de escolher, vota em outro tipo…

Por essas e outras é essencial acompanhar as escolhas dos independentes. Mais até que os grandes estúdios os independentes-de-luxo passam o pente fino em suas aquisições e produções, e pré-selecionam para o segundo semestre os títulos com mais chances de cair no gosto dos votantes. Grandes estúdios tem bolsos fundos e podem se dar ao luxo de gastar dinheiro até com filmes sem chance, apenas para agradar estrelas, diretores e produtores. Independentes, não: orçamentos restritos obrigam a uma seleção rigorosa, e só vai pro fogo do segundo semestre quem tem alguma chance de emplacar alguma coisa.

Eis como está o panorama indie:

A Fox Searchlight deu uma sorte danada em 2009 quando repescou Quem Quer Ser um Milionário das ruínas da falecida Warner Independent e levou-o até os Oscars. Este ano ela está colocando suas fichas do segundo semestre em  The Descendants (dezembro nos EUA, janeiro no Brasil). É um roteiro delicioso que tive o privilégio de ler, adaptando o livro de Kaui Hart Hemmings sobre um havaiano ha’ole (branco) em crise de meia idade. George Clooney lidera um ótimo elenco e o sempre bom Alexander Payne  (Sideways-Entre Umas e Outras,  As Confissões de Schmidt) dirige.  Bom pedigree.

A vitória de O Discurso do Rei, este ano, deu novo alento à Weinstein Company, que passava por apuros sérios. Os apertos financeiros continuam, mas Harvey Weinstein mostrou que não esqueceu seu talento de estrategista. O abre-alas da WC este ano é, sem dívida, The Iron Lady (dezembro nos EUA, sem data no Brasil), a cinebio da primeira e única Primeira Ministra da Grã Bretanha, Margareth Thatcher. Meryl Streep se dissolve na Dama de Ferro com o tipo de transfiguração que platéias e votantes adoram. Mais questionável é a diretora Phyllida Lloyd, cuja obra anterior é o felizmente esquecido Mamma Mia!

O segundo título da WC para o final do ano é outra aposta em anglofilia e interpretações carismáticas: My Week With Marilyn (novembro nos EUA, sem data no Brasil), a narrativa das tensas filmagens de O Príncipe Encantado, na Londres de 1957. Michelle Williams é Marilyn , Kenneth Branagh é Laurence Olivier e o diretor, Simon Curtis, vem da TV…. Como Tom Hooper…

A Sony Classics, veterana da corrida do ouro, tem  três apostas fortes para o páreo 2011. A primeira é Carnage (novembro nos EUA, sem data no Brasil) adaptação de Roman Polanski para a peça God of Carnage, sucesso de Paris a Londres, Nova York e Los Angeles). Como a peça, o filme é uma obra de câmara para quatro atores – Kate Winslet, Jodie Foster, John C. Reilly e Christoph Waltz – no papel de dois casais que resolvem conversar cordialmente sobre um incidente entre seus filhos…. Até , como em Em Quem Medo de Virginia Woolf, reverterem a um estado pré-civilização.

O outro peso-pesado da SC é A Dangerous Method (novembro nos EUA e no Brasil), com David Cronenberg analisando a relação entre Sigmund Freud (Viggo Mortensen) e Carl Jung (Michael Fassbender).

Michael Shannon e a onipresente Jessica Chastain estão no terceiro filme da SC, Take Shelter (setembro nos EUA, sem data no Brasil), um estudo de personagem que fez sucesso em Sundance e Cannes, sobre um pacato pai de familia que pode (ou não) estar enlouquecendo.

Outros independentes tem títulos de peso. A Roadside Attractions vem com Albert Nobbs (ainda sem data nos EUA e no Brasil), com Glenn Close repetindo o tour-de-force que lhe valeu prêmios no teatro: uma mulher que se faz passar por homem na Irlanda do século 19. Rodrigo Garcia dirige e o resto do elenco é de responsabilidade: Jonathan Rhys Meyers, Mia Wasikowska, Brendan Gleeson.

A Focus Features espera que a Academia reacenda seu amor por Colin Forth com O Espião Que Sabia Demais (Tinker Taylor Soldier Spy, novembro nos EUA, janeiro no Brasil), a adaptação de Tomas Alfredson (Deixe Ela Entrar) para a semi biografia dos primeiros anos de Ian Fleming, o homem que inventou James Bond, por John  Le Carré.

A Lionsgate aposta em outro sucesso de Cannes, Coriolanus (dezembro nos EUA, sem data no Brasil): Ralph Fiennes é o general renegado de Shakespeare e o diretor desta atualização da peça, transposta para um universo extremamente contemporâneo de mercenários e guerras lucrativas. Elenco de primeira: além de Fiennes, Gerard Butler, Brian Cox, Vanessa Redgrave e a onipresente Jessica Chastain.

Na parte III e final da nossa aventura, um apanhado dos filmes do primeiro semestre que podem chegar até a reta final.

 


A pré-corrida do ouro já começou: quem está no páreo para os prêmios 2011-2012, parte I
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Ana Maria Bahiana

Muito cedo para falar de temporada de prêmios? Não mesmo. A calmaria que reina sobre Los Angeles – crianças de férias, turistas pelas ruas de Beverly Hills, engarrafamento de ónibus de excursão – esconde uma atividade frenética: as primeiras movimentações que vão determinar quem está dentro ou fora da corrida do ouro 2011-2012.

De um lado, a Academia, que já anunciou as mudanças de regras para esta temporada, ungiu uma nova leva de integrantes e elegeu os diretores dos departamentos para  o próximo biênio. Todas medidas fundamentais para estabelecer o perfil de quem vai votar _ e como vai votar.

A preocupação com o a festa também está fervendo neste caldeirão oculto. O fiasco do ano passado ainda está muito presente na lembrança e na mídia, especialmente depois da entrevista de James Franco na Playboy norte americana deste mes, chamando os textos do evento “sem graça” e sua  própria atuação como “restrita, aprisionada pelos textos”.

Sim, Oprah Winfrey está no topo da lista dos candidatos a apresentador de 2012, e muita gente na indústria acha que seria a escolha certa, trazendo ao mesmo tempo classe e popularidade ao evento, e, possivelmente, aumentando sua audiência … e dando uma força à nova rede de TV de Oprah que, conta-se, quer transmitir com exclusividade os bastidores da festa, em troca da presença de sua fundadora/CEO na frente das câmeras.

Algumas das decisões mais importantes, contudo, estão sendo tomadas em ambientes menos glamourosos: as salas de reunião dos departamentos de marketing e distribuição dos estúdios e independentes. Eis a verdade dos prêmios: por mais que, individualmente, os votantes possam querer,em sua opinião pessoal, peneirar os melhores do ano, o voto médio será sempre influenciado pelo modo como os títulos são apresentados ao mercado. É um processo de pré-seleção que fica nas mãos dos distribuidores e produtores, e começa com a decisão de quais filmes merecem a (custosa) atenção extra que pode posicioná-los “para sua consideração”.

O primeiro passo dessa estratégia é determinar quando o filme será lançado. Só de olhar o calendário do segundo semestre já é possível fazer especulações razoavelmente informadas sobre quem está em campo, pelo menos.

Na primeira parte deste levantamento de quem está no listão da temporada-ouro 2011-2012 vamos ver quem, entre os lançamentos do segundo semestre, os grandes estúdios pré-escolheram para entrar na disputa:

The Help ( agosto nos EUA, entre setembro e novembro internacionalmente) Há um mês a Disney vem trabalhando incansavelmente este filme, adaptação do best seller de Kathryn Stockett sobre a vida diária no sul dos Estados Unidos durante a campanha pelos direitos civis. A aposta é menos no diretor de primeira viagem, Tate Taylor, e mais no conjunto de elenco, onde despontam Emma Stone, Jessica Chastain, Viola Davis, Mary Steenburgen, Octavia Spencer, Cicely Tyson e Sissy Spacek.

Anonymous (outubro nos EUA e no Brasil). A Columbia espera que os nomes “Roland Emmerich” e “Shakespeare” não se excluam mutuamente neste intrigante lançamento. O mestre dos arrasa-quarteirões apocalípticos explora a teoria de que “Shakespeare” seria meramente um pseudônimo, e o estúdio saliva com o elenco britânico e as possibilidades da anglofilia dos prêmios _ David Thewlis, Rhys Ifahns, Vanessa Redgrave (como a Rainha Elizabeth) e Joely Richardson.

J. Edgar (outubro nos EUA, janeiro no Brasil). Se você perguntar a qualquer pessoa do meio qual é o filme que ninguém viu mas é o favorito da temporada ouro, este título vai aparecer em 9 de 10 respostas. O pedigree é impecável: Clint Eastwood na direção, roteiro de Dustin Lance Black (Milk) , Leonardo di Caprio como J. Edgar Hoover, o complicado e controvertido criador do FBI. É a grande aposta da Warner neste segundo semestre.

The Ides of March (outubro nos EUA e no Brasil) O fracasso de um astro (Tom Hanks) comod diretor pode ser um mau presságio para o novo filme de outro astro – George Clooney- como diretor. Mas a Sony está posicionando esta comédia dramática sobre a perda da inocência como uma possibilidade de indicações, nem que seja apenas para o elenco de notáveis: Ryan Gosling, Paul Giamatti e o próprio Clooney.

Hugo Cabret (Hugo,  novembro nos EUA, janeiro no Brasil) Prestem atenção nesta dobradinha de datas – segundo semestre aqui, janeiro no Brasil. Isso é  sinal claro de que o estúdio – no caso, a Paramount- acredita firmemente que o filme vai para as cabeças. A estréia de Martin Scorsese no 3D é um dos mais aguerridos representantes do gênero fantástico na disputa deste ano (sim, Harry Potter e as Relíquias da Morte II é outro…)

Homens Que Não Amavam as Mulheres (The Girl With the Dragon Tattoo, dezembro nos EUA, janeiro no Brasil) A Sony vem elaborando cuidadosamente a campanha desta refeitura do filme sueco com a griffe vitoriosa de David Fincher. E a possibilidade de um filme comercial com credenciais para prêmios faz estúdio e Academia babarem. Meryl, Glenn, olho em Rooney Mara…

As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn, novembro no Brasil, dezembro nos EUA) A Paramount, que tem os direitos de distribuição nos EUA, acredita que Steven Spielberg pode concorrer consigo mesmo e levar alguma coisa do ouro. A Sony, que distribui Tintin internacionalmente, aposta mais no impacto do filme entre os fãs dos quadrinhos de Hergé.

Young Adult (ainda sem data) Será que a dupla Jason Reitman/Diablo Cody emplaca de novo? A Paramount está estudando as possibilidades antes de tentar um repeteco de Juno com esta comédia romântico-dramática estrelada por Charlize Theron e Patrick Wilson.

We Bought a Zoo (dezembro nos EUA e no Brasil) Será que Cameron Crowe recuperou seu mojo? A Fox sonha com o retorno do toque de midas que levou Jerry Maguire, uma raridade – uma comédia romântico-esportiva – aos prêmios em 1996.

War Horse (dezembro nos EUA, janeiro no Brasil) A peça é um sucesso estrondoso; Spielberg volta ao drama de guerra; a Disney precisa desesperadamente de prestígio e impacto na temporada-ouro..

Extremely Loud and Incredibly Close (dezembro nos EUA, sem data no Brasil) O prestígio do aclamado livro de Jonathan Safran Foer, a temática que mistura elementos de realismo mágico com o trauma do 11 de setembro, o elenco liderado por Tom Hanks e Sandra Bullock e a direção de Stephen Daldry garantem o peso que Paramount/Warner (co-distribuidoras) estão dando a este lançamento e campanha.

Moneyball ( setembro nos EUA,  novembro no Brasil) _ Filmes de esporte não costumam “viajar” bem, mas a Columbia está mais preocupada em emplacar com votantes e críticos norte-americanos  esta cinebio de Billy Beane, o cartola do time de beisebol Oakland As que trouxe os computadores para o esporte. O fato de Brad Pitt estar encabeçando o elenco faz a Columbia  sonhar com um Blindside só seu.

No próximo post, os independentes  – simples e de luxo – com esperanças de ouro.