Globo de Ouro 2011: a noite, supreendentemente, foi boa
Ana Maria Bahiana
Assim que anunciaram Carlos como vencedor na categoria filme para TV/mini-série eu achei que a noite, afinal, ia ser boa. Que íamos nos redimir das indicações bisonhas, e voltar ao nosso velho espírito de desencavar o original, o inusitado, o não-americano. Certo que, para o meu gosto, continuavam faltando indicações como a de Javier Bardem para melhor ator (falha que os BAFTAs corrigiram) ou Raising Hope em série/comédia, mas isso era detalhe diante dos horrores que inspiraram até o (genial, na minha opinião) monólogo de abertura de Ricky Gervais.
Vejam, aqui, como eu votei – e por que tive todo direito de celebrar…
Melhor filme/drama _ Praticamente sabendo que ia jogar o voto fora, cravei Inception-A Origem. Quem sabe… pensei. Mas minha segunda escolha, se a tivesse, teria sido A Rede Social, que é muito, muito mais que “o filme do Facebook”.
Melhor filme/comédia ou musical – Não tinha outro para votar, não é mesmo? Brinde geral ao redor da mesa 230 (“quem votou nos outros?” um colega me perguntou.)
Melhor atriz/drama_ Sem Natalie Portman Cisne Negro poderia ter sido um risco que desabaria em desastre. Outro brinde.
Melhor ator/drama _ Votei em Colin Firth ano passado, por A Single Man, e fiquei bem triste quando ele não levou. Este ano, meu voto foi para Jesse Eisenberg, cujo desempenho em Rede Social é preciso e complexo. Mas fiquei bem contente ao ver Firth reconhecido, ainda que um ano depois…
Melhor atriz/comédia ou musical_ Ia ficar com Minhas Mães e Meu Pai, mesmo : meu voto foi para Julianne Moore.
Melhor ator/comédia ou musical _ Fiquei super feliz com o reconhecimento a Paul Giamatti, que é muito superior ao filme em que está. Meu voto aqui foi para um caso semelhante: Kevin Spacey em Casino Jack.
Melhor atriz coadjuvante_ Amo Melissa Leo, e adoraria te-la visto ganhar anos atrás, por Rio Congelado,onde ela é absolutamente tudo. Este ano, meu voto (não convertido) foi para a igualmente extraordinária Jacki Weaver, de Animal Kingdom.
Melhor ator coadjuvante _ Aqui teria sido um bom lugar para honrar O Discurso do Rei: meu voto foi para Geoffrey Rush.
Melhor longa de animação _ Esse não tinha nem o que pensar- Toy Story 3. E um brinde por L’Illusioniste, tão lindo, pura poesia, ter sido lembrado.
Melhor diretor _ Continuei na linha Inception, com Chris Nolan. Mas aplaudi David Fincher, belo trabalho.
Melhor roteiro_ Aqui, depois de muito pensar e repensar, acabei cravando Aaron Sorkin, pela pura beleza do uso da linguagem em A Rede Social.
Melhor trilha_ Hans Zimmer, o Alemão Doido, ganhou meu voto, mas a dupla Trent Reznor/Atticus Ross mereceu- e o CD não sai do meu carro.
Melhor canção _ Minha favorita, “If I Rise”, de 127 horas, ficou de fora. As escolhas eram complicadas, optei pela canção de Enrolados, “I See the Light”, em honra da bela carreira de Alan Menken. Perdi.
Melhor filme estrangeiro _ Já que meu favorito, Incendies, não foi sequer indicado, votei em Biutiful, torcendo sobretudo por Javier Bardem. Mas entendo porque o dinamarques Haevnen ganhou, supreendendo todo mundo_ a diretora Susanne Bier tem a mão certa em dramas familiares que já lhe renderam dois remakes, Coisas Que Perdemos pelo Caminho e Entre Irmãos.
Melhor série TV/drama _ Num rasgo de loucura, cravei The Walking Dead, por pura insolência (minha e da série). Mas brindei a vitória de Boardwalk Empire com todo prazer.
Melhor série TV/comédia _ Minha querida Raising Hope ficou de fora (quem sabe ano que vem?) então votei na sempre infalível 30 Rock. Glee, nesta segunda temporada irregular, não merecia. Mas enfim – the kids are allright.
Melhor filme/ mini série_ Como assim Carlos? Uau! Brinde com grande entusiasmo_ e pensar que achei que era voto perdido…
Melhor atriz/ série drama _ Votei em Elizabeth Moss, cuja Peggy foi um farol de complicação e audácia nesta temporada de Mad Men. Mas fiquei feliz por Katey Segal, que deveria ter sido premiada um tempo atrás.
Melhor ator/série drama _ Brinde na mesa _ aparentemente todo mundo (eu também!) votou em Steve Buscemi, que os críticos americanos juravam ser errado para o papel.
Melhor atriz/comédia _ Laura Linney é tudo em The Big C. Ganhou meu voto_ e o Globo.
Melhor ator/comédia _Idem idem Jim Parsons. Outro que não acreditei quando ouvi o nome anunciado.
Melhor atriz/filme ou minissérie_ Não tinha pra mais ninguém, aqui. Claire Danes levou Globo e meu voto.
Melhor ator/filme ou minissérie_ Idem idem Al Pacino.
Melhor atriz coadjuvante/ TV_ Meu voto foi para a sublime Kelly McDonald em Boardwalk Empire. Com toda simpatia que tenho por Jane Lynch, nesta temporada eu não tinha como justificar meu voto.
Melhor ator coadjuvante/TV_ Este foi meu solitário voto em Glee – porque Chris Colfer está atacando com bravura um personagem complicado que teve bons momentos nesta temporada (e porque a competição era muito fraca _ embora Boardwalk tenha um belo elenco de apoio que não foi lembrado, aqui).
Meu balanço final dos Globos de Ouro, aqui.