Blog da Ana Maria Bahiana

Categoria : Gritos e sussurros

Da Tailândia, sem amor: o novo de Gosling/Refn
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Ana Maria Bahiana

Te cuida, Tarantino: Nicolas Winding Refn foi à Tailândia com Ryan Gosling e cinco milhões de dólares de uma co-produção franco-sueca-tailandesa com a Film District de Graham King e voltou com este sonho violento e altamente estilizado que segue os passos de Drive pelo submundo de Bangkok. E que, me dizem, vai a Cannes antes de estrear nos EUA em julho. Com vocês, Only God Forgives.


Novo diretor para o filme de Natalie Portman
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Ana Maria Bahiana

Gavin O’Connor vai assumir as rédeas de Jane Got a Gun, que ontem, no primeiro dia de filmagem, ficou subitamente sem diretor. Lynne Ramsey (Precisamos falar sobre Kevin), que desenvolveu o projeto ao longo de dois anos juntamente com o produtor Scott Steindorff simplesmente não apareceu no set no primeiro dia da produção, deixando equipe e elenco perplexos.

Sabe-se hoje que Ramsey e Steindorff vinham tendo brigas diárias a respeito de orçamento e administração do projeto. O clima pesado já havia afastado Michael Fassbender do filme, algumas semanas atrás. Brigas entre criativos e produtores são comuns. Até mesmo crises incontornáveis com diretores e atores fazem parte dos obstáculos de uma produção, e podem levar a adiamentos, re-estruturações, mudanças de equipe. Mas nem nem nem ninguém com quem eu conversei tem noticia de um diretor simplesmente não aparecendo no set por conta das famosas “divergências criativas”.

Ramsey ainda não contou seu lado da história, é claro. Mas enquanto isso Jane retoma as filmagens ainda esta semana. O’Connor é um diretor experiente, com tempo de serviço na TV e no cinema (dirigiu o maravilhoso piloto de The Americans) , e que chamou a atenção em 2011 com o excelente Warrior, que dava uma outra dimensão ao bom e velho filme de porrada. Joel Edgerton, protagonista de Warrior, foi quem trouxe O’Connor para o atribulado Jane Got a Gun, com o endosso completo da estrela Natalie Portman.

Mas o drama continua: Jude Law acaba de deixar o projeto. Seu contrato era vinculado ao de Ramsey — Law só participaria do filme se ela fosse a diretora.

A pergunta é: será que Gavin O’Connor e o produtor Scott Steindorff vão conseguir manter elenco e equipe unidos o bastante para que o projeto continue?

 


Apertem os cintos, a diretora sumiu
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Ana Maria Bahiana

Lynne Ramsay

Estava tudo certo  hoje de manhã no set do western Jane Got a Gun, em Santa Fé, Novo México. Os 150 técnicos da equipe a postos, o elenco – Natalie Portman, Joel Edgerton, Jude Law, Rodrigo Santoro – de primeira, preparando-se para o primeiro dia de filmagem. Só faltava uma pessoa: a diretora.

E esperando ficaram todos porque a diretora, Lynne Ramsay (Precisamos Falar Sobre Kevin) não apareceu.

Enquanto escrevo isto, a cidade está agitada com boatos, teorias e fofocas. Uma semana atrás Michael Fassbender, que teria o principal papel masculino do western, anunciou subitamente sua saída, alegando conflito com as filmagens da nova aventura dos X Men (que na verdade só começa mes que vem, mas tudo bem, as duas filmagens iriam se sobrepor em algum momento). Joel Edgerton passou para o seu papel, com Jude Law ficando no papel que seria dele.

E hoje, isso. O produtor Scott Steindorff, que levantou os 15 milhões de dólares da produção independente, está muitos quilômetros além de simplesmente furioso, e já anunciou que entrará com uma ação legal contra Ramsay. Para não perder o prazo, a equipe e o elenco, vários diretores foram chamados para uma seleção às pressas, hoje ao longo do dia – em seu contrato Natalie Portman tem uma cláusula que lhe dá palavra final na escolha do diretor, e ela é sabidamente exigente.

O que aconteceu? O que está acontecendo? Este é um verdadeiro suspense hollywoodiano… Estou acompanhando…


Hollyworld: crise leva produção e efeitos para o mundo
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Ana Maria Bahiana

O que a eleição para prefeito de Los Angeles e a comoção com o discurso interrompido do ganhador do Oscar por efeitos especiais tem em comum?

Numa cidade que, literalmente, vive de cinema e TV, tudo.

Os dois candidatos a prefeito, escolhidos num primeiro turno três semanas atrás —  Wendy Greuel e Eric Garcetti, ambos democratas  — vão disputar o cargo no segundo turno, em maio tendo como um dos pontos principais de suas campanhas suas iniciativas para deter a “produção em fuga”. “Nesta cidade, quando há um volume produção em  andamento, todo mundo ganha. Eu não estou na indústria, mas as compras na minha loja aumentam quando estão filmando aqui na rua”, disse uma eleitora numa entrevista de rádio, no dia do primeiro turno.

Somente entre 2004 e 2011, o município de Los Angeles perdeu mais de três bilhões de dólares em salários que teriam ido para equipes de cinema e TV se os projetos não tivessem sido relocados para outros estados e países, atraídos por incentivos fiscais e facilidades burocráticas.

O problema não vem de hoje – uma rápida pesquisa nos arquivos de Variety e Los Angeles Times revela matérias e declarações preocupadas já em meados da década de 1990. Mas a globalização, a expansão das comunicações e o desenvolvimento de infra estrutura em outros países, junto com a prática cada vez mais comum de grandes incentivos fiscais, está neste século, levando a produção norte americana de cinema e TV cada vez mais para longe de Los Angeles. Leste europeu, Austrália e Nova Zelândia, Irlanda, Canadá, Filipinas, Tailândia, Taiwan e África do Sul recebem hoje produções que, décadas atrás, seriam filmadas em locações ou estúdios do Sul da Califórnia. E outros estados– Carolina do Norte,  Novo México, Georgia, Michigan, Louisianna, Havaí, Alasca – oferecem incentivos fiscais tão ou mais apetitosos quanto esses países.

A crise financeira de 2008 acelerou ainda mais esse processo, e agregou outro elemento da produção a essa fuga: os efeitos especiais.

Quando, cinco anos atrás, o dinheiro sumiu e o público decidiu ficar em casa, os grandes estúdios – que são os grandes movimentadores de recursos, contribuindo com mais de 15 bilhões de dólares  por  ano em impostos federais e estaduais – apertaram o botão de pânico em duas frentes: uma, baixar ao máximo o custo de produção; duas, só investir no que pode dar certo, ou seja, filmes espetaculares para o público infanto-juvenil.

Só existe um modo de resolver essa equação: levando os efeitos especiais, que hoje podem representar mais de 40 por cento do orçamento de uma produção, pelos mesmos caminhos da filmagem, ou seja, para lugares onde o custo seja menor e haja incentivos fiscais.

Bill Westenhofer (à direita) , à frente do seu time, tenta agradecer a vitória por As Aventuras de Pi, no Oscar

“Os efeitos especiais estão vivendo um momento de enormes desafios”, diz Bill Westenhofer, um dos fundadores e CEO da Rhythm ‘n Hues, uma das mais antigas e respeitadas empresas de efeitos visuais de Los Angeles. Premiada com um Oscar pelos efeitos de As Aventuras de Pi, a Rhythm ‘n Hues tinha pedido concordata uma semana antes da festa, e, neste momento, tem sua sorte decidida nos tribunais.  “Temos que repensar nosso modelo de negócios”, Westenhofer continua. “Nossos artistas de efeitos visuais estão sofrendo, agora. A Rhythm ‘n Hues sempre foi uma empresa onde o profissional vinha em primeiro lugar, onde cada um era tratado como o artista que ele ou ela de fato é. Como manter isso sem se colocar numa crise financeira? Como não perder a qualidade quando os orçamentos que nos propõem são cada vez mais apertados?”

Westenhofer e seus sócios parecem ter encontrado a resposta: além de suas filiais na Malásia e na India (que não foram afetadas pelo processo de falência), estão planejando abrir uma nova empresa em Taiwan. Nada foi anunciado oficialmente ainda, mas neste último domingo, dia 17, um anúncio da Rhythm ‘n Hues  no jornal chinês China Post procurava candidatos para 200 vagas de técnicos e artistas de efeitos.

Teria sido por isso que Westenhofer foi tão brutalmente interrompido pelos temas de Tubarão e Bonanza, na noite do Oscar? Porque seu discurso de agradecimento nos Oscars estava rumando para um exposé do estado de coisas da indústria dos efeitos em Los Angeles? E concluindo que os dias em que Los Angeles era a capital por default da produção do cinema estavam terminando? E que isso não é coisa que se diga na noite em que a indústria está dando tapinhas nas próprias costas?

Não se iludam, contudo: o poderio financeiro e o know how ainda estão aqui. Mas o mundo está cada vez mais acessível e interessante, sustentado por mercados com apetite cada vez maior por produto audioviosual e com estrutura e mão de obra altamente competitivas. O que hoje se chama Hollywood migrou da costa leste para a California, um século atrás, exatamente por esse motivo. E, agora, vai mais além.


Ang Lee, em breve na sua TV
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Ana Maria Bahiana

Não que ninguém ainda precise ser convencido de que a TV é a nova alternativa viável ao cinema independente de qualidade, mas aqui vai mais uma: o primeiro projeto de Ang Lee depois de ganhar Oscar de melhor diretor por As Aventuras de Pi será um piloto para uma nova série de TV. Tyrant, a nova série criada pelo mesmo time de Homeland, Howard Gordon e Gideon Raiff (que também criou a série israelense Prisoners of War, que foi a base de Homeland), mais Craig Wright de Dirty Sexy Money, segue o drama de uma família norte-americana num país do Oriente Médio que se torna cada vez mais instável e perigoso.  Lee, já envolvido no desenvolvimento do projeto, está enfatizando a complexidade psicológica da situação – um traço comum em toda a sua filmografia.

O canal FX – que está dando um banho nesta temporada com The Americans, em breve aqui no blog – vai por o piloto no ar no início de 2014, e pouca gente duvida que não será seguido da encomenda de uma série.

Lee segue nos passos de Martin Scorsese, David Lynch, David Fincher, Steve Soderbergh, Miguel Arteta, Paul Greengrass, Jonathan Demme, Nicole Holofcener, Mike White e, mais recentemente, Jane Campion (cuja Top of the Lake vou comentar em breve aqui no blog, também) em abraçar a TV como uma opção criativa real numa indústria que está cada vez mais reservando o espaço nobre da tela para o exclusiva e obviamente comercial infanto-juvenil.


Mad Men, sexta temporada: alta ansiedade
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Ana Maria Bahiana

“Não é por acaso que há um homem caindo no vazio na abertura da série.”, diz Matthew Weiner, numa manhã bem cedo no centro de Los Angeles. “ No fundo de tudo que foi escrito em todas as temporadas há a ideia de um olhar sobre a natureza do sucesso, e se, na realidade, o que na aparência é uma pessoa bem sucedida, no fundo não é, na verdade, uma queda livre existencial.”

Nos estúdios LA Center, no coração de LA numa manhã fria de março, Weiner, criador e showrunner de Mad Men, está supervisionando as filmagens da sexta – e possivelmente penúltima- temporada da série, que estreia aqui dia 7 de abril. E que, hoje, divulgou seu primeiro cartaz oficial, exatamente no tom que Weiner havia me antecipado, no estúdio: em plena Madison Avenue , Don Draper cruza com… um outro Don Draper?

A trama da quinta temporada terminou na Páscoa de 1967, “num tom que indicava alguma esperança”, segundo Weiner. A sexta temporada começa na turbulenta virada para 1968, “mas a série não é sobre a época, é sobre as pessoas. Os grandes acontecimentos- os assassinatos de Martin Luther King e Bob Kennedy, a guerra no Vietnã, a contracultura—são apenas o pano de fundo, e só me interessam na medida em que tocam e afetam as vidas dos meus personagens. Mad Men nunca foi sobre a História, mas sobre as histórias dessas pessoas, suas vidas cotidianas, aquilo  que é importante para cada uma delas.”

Como sempre, Weiner não quer contar nada nada nada nadica de nada da nova temporada – e o elenco é igual a ele. Mas isto ele adianta: “Este é um período de rápida transformação social e cultural, o sempre  gera grande ansiedade. Esta temporada vai acompanhar os processos que cada personagem tem para lidar com essa ansiedade. Também é um momento, depois desses anos todos nas vidas dos personagens, em que eles estão numa posição de aprender com seus erros. Mas eles serão ou não capazes, emocionalmente, de por em prática o que aprenderam?”


Novo filme de Christopher Nolan: através das estrelas, em outra dimensão
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Ana Maria Bahiana

Interstellar, o novo filme de Cristopher  Nolan, finalmente acertou os derradeiros detalhes de financiamento e já tem luz verde e data de lançamento: a Paramount, onde o projeto estava ancorado  desde 2006, vai arcar com metade do (certamente generoso) orçamento e lançar o filme nos Estados Unidos; a Warner, onde Nolan é o rei da cocada branca, preta e puxa, paga pela outra metade da festa, e distribui o filme internacionalmente. Data prevista: 7 de novembro de 2014. O que já diz muito a respeito das expectativas dos dois estúdios para o filme.

Dois estúdios rachando custos e renda de um filme de grande porte é uma estratégia cada vez mais comum desde que Fox e Paramount dividiram a conta de Titanic, em 1997, com os resultados que se sabe. Em um período de crise financeira nos EUA e Europa, a parceria é uma solução mais que sensata, com cada estúdio trazendo para a mesa de negociação sua especialidade: Paramount, a distribuição doméstica; Warner, o poderio de seu marketing internacional.

Interstellar começou 28 anos atrás com uma troca de correspondência entre o autor e astrofísico Carl Sagan e o físico teórico Kip Thorne, a respeito do livro de Sagan, Contato (que seria transformado em filme por Robert Zemeckis). Thorne e Sagan debatiam a possibilidade de saltos dimensionais e viagem no tempo através de wormholes, e a conversa entre os dois acabou inspirando um super nerd sempre interessado na conexão ciência/fantasia: Steven Spielberg.

Spielberg encomendou a Thorne um argumento exatamente com essa ideia e, em 2006, colocou o projeto em andamento na DreamWorks, anunciando que seria “a primeira história científicamente correta sobre um grupo de exploradores que viaja através de um wormhole e atinge outra dimensão.”

Wormholes podem levar a outras dimensões no mundo da física teórica, mas ainda não salvam bons projetos da longa e árdua jornada pelo purgatório do desenvolvimento. Durante anos, a DreamWorks e sua parceira e distribuidora, a Paramount, tocaram o projeto com físicos da CalTech (sim, a mesma CalTech de The Big Bang Theory…), Thorne e, a partir de 2007, Jonathan Nolan, o irmão roteirista e parceiro de Christopher Nolan.

Em janeiro deste ano, as crescentes dificuldades financeiras da DreamWorks fizeram Spielberg passar a bola para Chris Nolan, que tem um acordo de produção com a Warner. E aí as coisas deslancharam, graças ao imenso cacife que os irmãos, juntos, tem no estúdio.

Agora é aguardar a escalação do elenco, que arrisca ser tão interessante quanto o tema de Interstellar


Matt Damon e Michael Douglas, atrás do candelabro
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Ana Maria Bahiana

E já que estamos falando de campanhas, o que vocês acham de Matt Damon e Michael Douglas na capa da Entertainment Weekly, promovendo Behind the Candelabra, de Steve Soderbergh?

O filme, produzido pela HBO, é na verdade o último projeto de Soderbergh antes de sua “aposentadoria” do trabalho comercial, e focaliza o complicado mas apaixonado relacionamento de seis anos entre o pianista e cantor Liberace (Michael Douglas) e Scott Thorson, seu motorista e namorado, 39 anos mais moço (Matt Damon). O candelabro do título era a piece de resistance dos cenários das apresentações de Liberace, sempre repletas de lamê, purpurinas, capas e adereços diversos (sim, ele é uma inspiração e referência para Elton John). Rob Lowe e Debbie Reynolds também estão no elenco, e o roteiro é do sempre exemplar Richard LaGravenese

Aqui nos EUA, Behind the Candelabra estreia (na TV) dia 26 de maio.

 


Alta moda na campanha de Jogos Vorazes: Em Chamas
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Ana Maria Bahiana

O filme estreia (nos EUA e na maior parte do mundo, inclusive Brasil) dia 22 de novembro, mas a Lionsgate começou hoje a campanha do lançamento do segundo episódio da saga Jogos Vorazes. Fiel a um tema do livro de Suzanne Collins, a estratégia de marketing de Em Chamas explora as ideias de “imagem pública” e “estilo” em seu impulso inicial. Usando twitter, facebook e instagram a Lionsgate criou uma “revista de moda aprovada pela Capital“, Capitol Couture. (Se bem que agora eles já tem a seu favor 1. o sucesso do primeiro filme e 2. uma certa Jennifer Lawrence e todas as suas estatuetas de metal…)

Algumas criações:

Elizabeth Banks como Effie Trinket

 

Jena Malone como Johanna Mason


Si, tenemos telenovela
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Ana Maria Bahiana

As coisas estão mudando mais rápido do que todos esperavam no mundo do entretenimento tela-pequena. E ontem, terça feira, pode ter sido uma dessas datas-marco no calendário dessa evolução (ou revolução)

Eis o que aconteceu ontem, dia 12 de fevereiro :

  1. A Netflix anunciou a abertura de mais uma frente na oferta de conteúdo original, investindo no público infantil com Turbo, nova série baseada no longa de animação carro-chefe da DreamWorks para este verão norte-americana.
  2. Na TV aberta, DUAS novelas mexicanas da Univision deram uma surra em grande estilo na produção angla, na faixa de público mais cobiçada , 18 a 39 anos. Na noite de ontem as novelas Amores Verdaderos e Por Ella Soy Eva  foram respectivamente o primeiro e o segundo lugar de audiencia entre 18 e 39 anos nos Estados Unidos, deixando um tímido terceiro lugar para NCIS-LA. Como se isso não bastasse, uma terceira novela mexicana, Amor Bravio, apareceu no top 10, em sexto lugar na mesma faixa de audência.

 

Certo que era, como a Variety coloca, uma noite atípica, dominada pela transmissão do discurso anual do Presidente (que ficou em quinto lugar e quase quase perde para Amor Bravio…) e com a maioria das redes abertas ainda com episódios em reprise (NCIS-LA era uma repetição).

Mas é impossível não ver uma mudança rápida do perfil do consumidor de entretenimento doméstico nos EUA. O modelo “novela” ganha vantagem na TV aberta graças à explosão da população latina (que majoritariamente não compra os pacotes mais caros da TV paga, ou simplesmente não tem TV por assinatura) e o modelo “série/mini-série/telefilme” migra cada vez mais velozmente para as novas opções (pagas) da TV por assinatura (incluindo, e principalmente, a TV fora-da-caixa, como a Netflix) onde um modelo de produção aproximado ao do cinema é possível graças a um fluxo controlado e previsível de renda,  um perfil bem definido de audiência e maior liberdade criativa para os realizadores.

Vai ser interessante ver onde isso vai dar….