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Novo filme de Christopher Nolan: através das estrelas, em outra dimensão
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Ana Maria Bahiana

Interstellar, o novo filme de Cristopher  Nolan, finalmente acertou os derradeiros detalhes de financiamento e já tem luz verde e data de lançamento: a Paramount, onde o projeto estava ancorado  desde 2006, vai arcar com metade do (certamente generoso) orçamento e lançar o filme nos Estados Unidos; a Warner, onde Nolan é o rei da cocada branca, preta e puxa, paga pela outra metade da festa, e distribui o filme internacionalmente. Data prevista: 7 de novembro de 2014. O que já diz muito a respeito das expectativas dos dois estúdios para o filme.

Dois estúdios rachando custos e renda de um filme de grande porte é uma estratégia cada vez mais comum desde que Fox e Paramount dividiram a conta de Titanic, em 1997, com os resultados que se sabe. Em um período de crise financeira nos EUA e Europa, a parceria é uma solução mais que sensata, com cada estúdio trazendo para a mesa de negociação sua especialidade: Paramount, a distribuição doméstica; Warner, o poderio de seu marketing internacional.

Interstellar começou 28 anos atrás com uma troca de correspondência entre o autor e astrofísico Carl Sagan e o físico teórico Kip Thorne, a respeito do livro de Sagan, Contato (que seria transformado em filme por Robert Zemeckis). Thorne e Sagan debatiam a possibilidade de saltos dimensionais e viagem no tempo através de wormholes, e a conversa entre os dois acabou inspirando um super nerd sempre interessado na conexão ciência/fantasia: Steven Spielberg.

Spielberg encomendou a Thorne um argumento exatamente com essa ideia e, em 2006, colocou o projeto em andamento na DreamWorks, anunciando que seria “a primeira história científicamente correta sobre um grupo de exploradores que viaja através de um wormhole e atinge outra dimensão.”

Wormholes podem levar a outras dimensões no mundo da física teórica, mas ainda não salvam bons projetos da longa e árdua jornada pelo purgatório do desenvolvimento. Durante anos, a DreamWorks e sua parceira e distribuidora, a Paramount, tocaram o projeto com físicos da CalTech (sim, a mesma CalTech de The Big Bang Theory…), Thorne e, a partir de 2007, Jonathan Nolan, o irmão roteirista e parceiro de Christopher Nolan.

Em janeiro deste ano, as crescentes dificuldades financeiras da DreamWorks fizeram Spielberg passar a bola para Chris Nolan, que tem um acordo de produção com a Warner. E aí as coisas deslancharam, graças ao imenso cacife que os irmãos, juntos, tem no estúdio.

Agora é aguardar a escalação do elenco, que arrisca ser tão interessante quanto o tema de Interstellar


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