Blog da Ana Maria Bahiana

Categoria : Gritos e sussurros

O que significa a mudança nas regras do voto do Oscar 2014
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Ana Maria Bahiana

Michael Haneke, Oscar de filme estrangeiro em 2013. Como será ano que vem?

Uma mudança importante nas regras de escolha do Oscar, anunciada hoje na tão antecipada reunião de todos os membros da Academia, pode alterar, e muito, os resultados das categorias documentários, curtas e filme estrangeiro.

Pela primeira vez em sua história, a Academia vai permitir que todos os quase 6 mil acadêmicos em atividade votem em todas as  24 categorias, na fase final das escolhas. Mas já não era assim? Não. Para votar em documentários, curtas e filme estrangeiro os acadêmicos precisavam , primeiro,  ver o filme no cinema da Academia ou numa das salas pré-qualificadas,  e assinar um “livro de presença”. Agora – e abrindo um precedente inédito e importante – a Academia liberou o voto para todo mundo, sem ficha de ponto, e podendo ver os filmes em cinemas comerciais ou através de DVDs/ Blu Rays.

Parece coisa pequena, numa era em que muitos de nós, na plateia, no meio ou na imprensa, assistimos filmes de mil modos diferentes – em computadores, tablets, telefones – em lugares e horas diferentes. Os Globos de Ouro, por exemplo, sempre aceitaram  a submissão em DVD e cinema comercial em todas as categorias. E, este ano, acabamos de aprovar a exibição online ou através de plataformas móveis, imediatamente qualificando as séries e filmes originais da Netflix,  DirecTV , Amazon e semelhantes.

Mas, para a Academia, que se move lentamente, possibilitar esse acesso é uma mudança imensa, que vai ter um impacto imediato sobre categorias –principalmente documentários e filmes estrangeiros — cujas escolhas frequentemente despertam controvérsias no pior sentido possível. Um grupo infinitamente maior de acadêmicos vai, agora, escolher os Oscars nessas categorias , expressado mais claramente a tendência de gosto e preferência dessa enorme massa de votantes.

Claro que isso também significa que as mesmas questões que  pairam sobre as demais categorias — será que todos os filmes vão mesmo ser vistos? Qual será a incidência do voto de orelhada, por influência, por troca de favor?- vão afetar os filmes estrangeiros, curtas e documentários… Mas até nisso vamos ver, pela primeira vez, uma unificação maior do modo de pensar e escolher de toda a Academia.

Certo, as indicações vão continuar nas mãos dos comitês de curtas, documentários e filme estrangeiro… Mas… prevejo mudanças aí também… Fiquemos na escuta…


Spielberg volta ao filme de guerra, agora com Bradley Cooper
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Ana Maria Bahiana

O verdadeiro Chris Kyle…

…e Bradley Cooper.

Steven Spielberg vai voltar a um assunto que é tão constante em sua carreira quanto os extra-terrestres: a guerra.

Depois de muitas idas e vindas, inclusive um falso começo com o projeto Robopocalypse, que acaba de ir para a geladeira, Spielberg disse sim a American Sniper, uma adaptação do best seller autobiográfico do ex-Navy Seal Chris Kyle, considerado o franco-atirador mais preciso dos Estados Unidos, assassinado este ano por um veterano de guerra, numa galeria de tiro ao alvo.

Comprovando que sua carreira está mesmo em ascensão, Bradley Cooper já está escalado para o papel principal, colhendo os frutos da opção pelos direitos do livro, que desembolsou ano passado, já de olho no personagem. O roteiro é de Jason Hall (Jogando com Prazer e Paranoia, o novo filme de Robert Luketic), a produção é da DreamWorks com a Warner  e as filmagens estão marcadas para o início de 2014.

Para se concentrar em American Sniper, Cooper teve que deixar aquele projeto que está completamente coberto de urucubaca: Jane Got a Gun. Aquele no qual a diretora sumiu no primeiro dia de filmagem, e que perdeu talentos essenciais do seu elenco.Bradley tinha entrado no lugar de Jude Law, cujo contrato era vinculado ao de Lynne Ramsey, a diretora fujona…

Ano passado, na época do lançamento de Lincoln, Spielberg refletia sobre o poder da guerra como tema cinematográfico: “A guerra é a base de toda virada crítica na história da humanidade. Não sou obcecado com guerra _ tenho uma consciência muito clara do horror de qualquer guerra, ainda mais porque sou filho de um veterano da Segunda Guerra Mundial.”


Sucesso na TV: história, com uma pitada de fantasia
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Ana Maria Bahiana

O verdadeiro Lawrence da Arábia…

…e Peter O’Toole no filme de David Lean, 1962.

 

E a lista de diretores tela-grande migrando para a tela pequena continua…

Roland Emmerich fechou com a Fremantle – uma das maiores vendedoras mundiais de formatos e conteúdo para TV—uma minissérie sobre a vida do T.E. Lawrence, o oficial britânico que unificou as tribos do deserto contra os turcos, durante a Primeira Grande Guerra, e que entrou para a história como Lawrence da Arábia. Sim, é o mesmo do maravilhoso, épico e oscarizado filme de David Lean que lançou mundialmente a carreira de Peter O’Toole, por isso neste momento é bom respirar fundo e pensar nas implicações dos nomes “Roland Emmerich” e “Lawrence da Arábia” juntos no mesmo projeto.

Rod Lurie, um ex-coleguinha jornalista transformado em realizador (A Conspiração, A Última Fortaleza, Sob o Dominio do Medo versão 2009) com o inglês Clive Bradley (da série da BBC Waking The Dead). Ainda não há noticias sobre escolhas de elenco nem início de produção.

A minissérie vai fazer comanhia a vários outros projetos da mesma escala no catálogo da Fremantle: The Drivers, sobre a corrida de Le Mans nas décadas de 50 e 60, produzida pela Scott Free de Ridley Scott e sendo escrita por Michael Hirst (The Tudors, Vikings, Rome); Hitlerland, a história da ascensão do nazismo pelos olhos dos correspondentes e diplomatas estrangeiros na Alemanha dos anos 39, sendo adaptada por Marshall Herskovitz (O Último Samurai); e The Maid, a biografia de Joana D’Arc, sendo escrita por Craig Pearce, velho colaborador de Baz Luhrmann, roteirista de O Grande Gatsby, Moulin Rouge!, Romeu + Julieta e Vem Dançar Comigo.

E não se esqueçam que Vikings já ganhou uma segunda temporada e que Michael Bay está produzindo a série Black Sails, sobre pirataria no século XVII, para a Starz…

Há uma conclusão interessante nesta história: a TV está assumindo um lugar de importância na manutenção e desenvolvimento de um gênero que era o pão com manteiga da tela grande em idos tempos: o drama histórico.  O gênero se tornou caro demais para os estúdios (quando tratado como história e não como aventura fantástica) e agora, graças à multiplicação de plataformas e aumento do poder de gasto das produtoras de conteúdo doméstico, faz sucesso com as plateias que ficam em casa . Que o digam Tudors, Borgias, Spartacus, Vikings, Da Vinci’s Demons, Magic City e, de certa forma, Game of Thrones.


Johnny Depp e Meryl Streep em clima de conto de fadas
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Ana Maria Bahiana

Vocês achavam que a moda do filme baseado em conto de fadas tinha acabado? Nem pensar. Neste final de semana, dois projetos dentro dessa tendência, ambos com raízes na Broadway, ganharam novo fôlego:

  • A Disney está acabando de fechar contrato com Johnny Depp e Meryl Streep para estrelar a adaptação cinematográfica do musical Into de Woods. Depp fará o padeiro que não consegue ter filhos e viaja com sua esposa através da floresta encantada, buscando a bruxa — Meryl Sreep — que o teria amaldiçoado. Rob Marshall (Chicago, Nine, Memórias de uma Gueixa, Piratas do Caribe IV) vai dirigir.
  • A Universal pos uma pilha nova no projeto de trazer para outro musical de sucesso_ Wicked, a história revista das bruxas do Mágico de Oz. O que me contam é que o lançamento de Oz Mágico Poderoso mexeu com os brios da concorrência _ há anos e anos a Universal, que detem os direitos da peça, vem empurrando o projeto sem nenhum entusiasmo. Agora, o diretor Stephen Daldry  e o produtor Marc Platt (Nine, Scott Pilgrim Vs The World, Legalmente Loira) estão no comando, com ordens para acelerar as coisas, visando um lançamento em 2014.

E para continuar no clima, aqui vai mais uma foto dos preciosos arquivos da HFPA: Johnny Depp em junho de 2003, divulgando o primeiro Piratas do Caribe.


Cannes 2013: a minha lista
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Ana Maria Bahiana

Embora Cannes tenha se tornado uma proposta financeiramente inviável para mim, todo ano sigo com maior interesse o que se passa na Croisette e arredores. Durante mais de 10 anos deixei sangue, suor e lágrimas entre o Palais e o Hotel du Cap, e tive algumas das mais maravilhosas experiências cinematográficas  da minha vida (combinadas com alguns dos momentos mais surreais, fora das salas de exibição…)

Mas estou sempre de olho em Cannes, por vários motivos. Um deles é porque dali saem sempre títulos que vão longe, marcando, influenciando e, ocasionalmente, acumulando prêmios pelo mundo afora. Os prêmios podem ser a parte mais visível (alô, O Artista!) mas o mais importante é como esses filmes dialogam com plateias e realizadores pelo mundo afora, a partir do impulso em Cannes.

Estes são os que estou acompanhando este ano:

Only God Forgives (em competição, Nicolas Widing Refn) Estou exagerando quando digo que Refn e o britânico Steve McQueen são dois dos realizadores mais interessantes neste momento? Vejo em ambos uma nova abordagem da violência que foge da noção de entretenimento e espetáculo e vai fundo nas causas e consequencias de atos que infelizmente nos acostumamos a ver como banais. Ryan Gosling como um traficante no submundo de Bangkok me interessa, também.

The Bling Ring (Un Certain Regard, Sofia Coppola) O caso foi manchete aqui em LA entre outubro de 2008 e agosto de 2009 _ casas de celebridades estavam sendo invadidas e roubadas. Quando finalmente os responsáveis foram apreendidos – depois de roubar 50 mansões e mais de três milhões de dólares – veio a surpresa maior: eram todos adolescentes ricos e mimados de um condomínio fechado numa região caríssima da cidade.  Há uma oprtunidade enorme, aqui, para Sofia Coppola exercitar sua sensibilidade em comentário social e seu mordaz senso de humor.

 

Soshite Chichi Ni Naru (em competição, Hirokaru Kore-eda) Sou fã de Kore-eda desde Além da Vida, um filme que me comoveu profundamente. Sua preocupação com a natureza humana e os laços de família estão todos aqui, na história de um homem de negócios ambicioso que descobre que o filho que criou não era, de fato, seu filho.

 

Inside Llewyn Davis (em competição, Joel e Ethan Coen) Mergulhar fundo e recriar micro-universos e subculturas – vagabundos profissionais em LA, família judaicas dos subúbrios, moradores de pequenas cidades do meio oeste- é algo que os irmãos Coen fazem como poucos. Neste caso, o microcosmo é a cena folk de Nova York nos anos 1960 e o elenco tem Carey Mulligan, Justin Timberlake e John Goodman. Já me interessei.

Le Passé (em competição, Asgar Farhadi) Para todo mundo (eu, inclusive) que queria saber o que Farhadi faria depois da perfeição de A Separação, esta é a resposta: um drama romântico em Paris, em Berenice Bejo (de O Artista) e  Tahar Rahim (Un Prophète). Pra mim já basta…

Behind the Candelabra (em competição, Steve Soderbergh) O fato deste ser, na verdade, um filme feito para TV já diz muita coisa sobre o nível da produção de TV, especialmente da TV por assinatura. Este também é o último filme de Sodebergh, pelo menos por algum tempo (se formos acreditar nas promessas dele de se aposentar da “narrativa formal”). Como se sabe, é a história do estranho amor entre Liberace (Michael Douglas), pianista e astro de Las Vegas, e seu motorista muito mais jovem, Scott (Matt Damon). Precisa dizer mais?

Nebraska (em competição, Alexander Payne) Como seus companheiros de geração, Alexander Payne tem a precisão do olhar necessária para compreender e compartilhar o universo individual de cada personagem e a sociedade à sua volta. Aqui, ele centra sua história num tema recorrente nesta safra de Cannes, a relação entre pais e filhos,mais especificamente um pai alcóolatra e o filho que ele perdeu de vista. E o elenco de Bob Odenkirk, o “Saul” de Breaking Bad!!!

 

All is Lost (fora de competição, J. C. Chandor) Li este roteiro muito cedo no processo de criação deste filme e quase me envolvi com ele. Fiquei absolutamente intrigada: a história tem apenas um personagem, um homem do lado de lá da meia idade, sobrevudendo a um naufrágio em alto mar, e não tem diálogo. Não, não é nem As Aventuras de Pi nem Náufrago, mas é uma pequena gema de estrutura e composição. Quero muito saber o que aconteceu com ele, agora que Robert Redford é o homem e Chandor (Margin Call) é o diretor…


Oscar 2014 já tem produtores: os mesmos de 2013
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Ana Maria Bahiana

Se você adorou a entrega do Oscar este ano, fique feliz: Doug Meron e Craig Zadan vão voltar como produtores do evento em 2014. Se você não gostou, prepare-se espiritualmente: provavelmente vem aí mais números musicais a propósito de nada e mais menções aos trabalhos da dupla, que este ano conseguiu incluir menções a três dos seus filmes (Chicago, Dreamgirls e Hairspray) na festa.

Resta agora saber quem será o host. Seth McFarlane já disse que não volta, e  a dupla dos Globos de Ouro, Tina Fey e Amy Poehler declarou que não tem a menor intenção de trocar de evento.  “É muito estressante”,  Fey disse. “Especialmente para as mulheres, ter que experimentar todos aqueles vestidos…”

Um fator que está dando  que falar dentro da Academia: é tradicional que os produtores do Oscars sejam a primeira escolha do novo presidente, que é eleito e toma posse em julho de cada ano. Mas o atual presidente, Hawk Koch, decidiu se antecipar, deixando para seu sucessor o legado de produtores que ele escolheu… duas vezes…

O Oscar 2014 será dia 2 de março.


Museu da Academia: agora vai (se tudo der certo)
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Ana Maria Bahiana

Fiquei três dias sem internet, TV e telefone. Foi bizarro. Mais bizarro ainda foi o motivo da pane: esquilos tinham invadido a caixa de controle (que é super selada e vedada para impedir a entrada de chuva, poeira e outras ameaças naturais) e roído todos cabos e conexões…

Crise resolvida  (por enquanto…) percebo que perdi o grande acontecimento do fim de semana _ a festança para apresentar formalmente o projeto do muitas vezes anunciado, há muito tempo esperado Museu da Academia.

Rápido flash back: desde a criação da Biblioteca Margaret Herrick em 1928 (o nome é uma homenagem à sua criadora) a Academia vem acumulando um imenso e valiosíssimo acervo de documentos, imagens e objetos relativos à história do cinema. A ênfase, é claro,  é na indústria e na produção norte-americanas, mas não exclusivamente: a Biblioteca tem, por exemplo, 119 itens na coleção dedicada a François Truffaut (inclusive o roteiro original, anotado, de Os Incompreendidos) e 58 livros dedicados à vida e obra de Akira Kurosawa.

Desde o início deste século a Academia vem procurando um lugar para exibir, publicamente, uma parte dessas coleções – a Biblioteca, mesmo no novo e lindo prédio onde se instalou em 1991, não comporta visitantes além de estudiosos e pesquisadores. O projeto de um museu migrou por vários locais – inclusive um terreno vazio em Hollywood, que exigiria a construção de um prédio desde as fundações—até chegar, ano passado, ao edifício da antiga loja de departamentos May Company, ao lado do museu de arte de Los Angeles, o LACMA.

Um lindo prédio art deco construido em 1939, o May Company coloca o futuro museu da Academia no coração de uma das mais movimentadas áreas culturais da cidade, onde já estão, além do LACMA (que tem um vigoroso programa de cinema e neste momento abriga a exposição Kubrick), os museus do Automóvel, do Folclore e de História Natural.

O projeto dos arquitetos Renzo Piano e Zoltan Pali vai manter intacta a estrutura do prédio original, acrescentando uma cobertura (com vistas espetaculares da cidade, e um restaurante/salão de festas), um pátio externo conectando-se com o vizinho LACMA e um gigantesco globo abrigando o teatro David Geffen e uma vasta área para exibições interativas.

Apesar dos 25 milhões de dólares doados por David Geffen (vocês não acham que o teatro tinha sido batizado por conta dos belos olhos dele, certo?) ainda falta muito – em tempo, dinheiro e recursos—para que o Museu da Academia possa abrir as portas em 2017, como previsto.

Por isso, a festa _ para que os acadêmicos possam ver de perto os planos para o museu e abram as carteiras e contas bancárias… as suas ou a de seus estúdios…

Jeffrey Katzenberg, a produtora Kathleen Kennedy, a CEO da Academia, Dawn Hudson e Laura Dern na festa de apresentação do Museu da Academia

 

Dawn Hudson, Joe Manganiello e Paul Reubens

 

Warren Beatty encontra Dick Tracy…

 

Sid Ganis, executivo de marketing e ex-presidente da Academia; o diretor Alexander Payne; e Jim Gianopulos, poderoso chefão da Fox


Glen Mazzara, de Walking Dead para o Hotel Overlook
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Ana Maria Bahiana

Glen Mazzara e uma amiga, nos bons tempos de The Walking Dead

Agora sabemos porque o Glen Mazzara não choramingou muito quando foi saído  como showrunner de The Walking Dead: ele está desenvolvendo o projeto do prequel de O Iluminado, com a Warner, que detém os direitos cinematográficos da obra de Stephen King.

Pausa para um momento de silêncio em desagravo a Stanley Kubrick.

Muito trabalho sem diversão…

Retomando: Mazzara está trabalhando em cima de um texto inédito de King, Before the Play, que é, de fato, o prólogo de O Iluminado, focando no hotel Overlook e o que aconteceu nele antes da família de Jack Torrance/Jack Nicholson chegar lá e no próprio passado do personagem de Nicholson, sofrendo nas mãos de um pai abusivo.

O projeto, por enquanto, chama-se The Overlook Hotel, e Mazzara está ligado a ele apenas como roteirista. Num acordo separado, Mazzara fechou com a Fox TV para desenvolver projetos de série para TV por assinatura.

Em setembro deste ano sai Dr. Sleep, a continuação de O Iluminado que Stephen King anunciou em 2009. Dr. Sleep conta a história de Dan, o menino vidente de O Iluminado, agora um homem de meia idade lutando contra as forças do mal. Embora nenhum deal tenha sido oficialmente anunciado, é inevitável que esta obra também será opcionada para o cinema. Com a Warner no começo da fila.

 

 


Tema do novo filme de José Padilha: corrupção na polícia (de Nova York)
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Ana Maria Bahiana

José Padilha não consegue se livrar do mundo de policiais e bandidos mas, pelo menos, seu próximo projeto vai levá-lo a um universo que conhece bem: policiais corruptos. Padilha está em negociações finais para dirigir The Brotherhoods, uma adaptação do livro homônimo de William Oldham e Guy Lawson, assinada por Bill Dubuque (que também escreveu o novo filme de Robert Downey Jr., The Judge). O estúdio é a Warner, que adquiriu os direitos do livro ano passado, e a produção é de Dan Lin ( o mesmo da franquia Sherlock Holmes e, como executivo do estúdio, supervisor de Os Infiltrados).  

 

The Brotherhoods segue a trajetória (verdadeira) de Oldham, um policial de Nova York que se torna agente secreto da Procuradoria de Brooklyn, Nova York, investigando dois colegas acusados de trabalhar para a máfia. As semelhanças com Os Infiltrados, como vocês podem ver, não são mera coincidência.

 

Ainda não há nem data para início da produção, nem elenco anunciado – mas as expectativas do estúdio são altas. Isso é muito bom – Robocop , filme anterior de Padilha aqui nos EUA, teve uma jornada tortuosa e difícil na MGM/Sony e, neste momento, tem lançamento marcado, aqui nos EUA, numa data muito ruim, 7 de fevereiro de 2014.


Picadinho de Hollywood: a crise, os FX e a Academia
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Ana Maria Bahiana

Esta época do ano é sempre devagar por aqui _ ainda não é a pipocada do verão, e a temporada-ouro parece estar longe (só parece… como veremos a seguir). As coisas mais interessantes estão acontecendo na TV ….e nos bastidores da indústria. Como por exemplo:

A Entertainment Weekly desta semana saiu com uma matéria sobre o mesmo assunto que abordei aqui no blog três semanas atrás: a aparentemente contraditória crise na indústria dos efeitos especiais num momento em que cinema e TV  estão mais do que nunca utilizando FX. O básico é o que expus naquele post, mas o artigo me lembrou duas coisas importantes: que a ilustríssima Digital Domain, fundada por James Cameron e Stan Winston em 1993 e pioneira em vários aspectos dos FX (Titanic, Benjamin Button, Transformers, o holograma do Tupac Shakur…) , também pediu concordata em setembro de 2012, e acaba de fechar completamente seu departamento de produção, que estava criando o longa de animação The Legend of Tembo; e que uma das razões da crise é o atual sistema de operação entre os estúdios e produtores e as empresas de FX – os realizadores pedem várias versões de um efeito, mas pagam apenas pelo que escolheram; e se não aprovam nenhum a casa de FX cai num buraco maior ainda (porque arcou sozinha com o custo da mão de obra, equipamento, etc. das versões que não foram aprovadas…)

O prédio executivo dos estúdios Disney, em Burbank

Um outro reflexo da crise – ou, melhor dizendo, das transformações profundas que estão sacudindo a indústria, hoje – são as demissões em massa na Disney, esta semana. Semana passada, a Disney acabou de liquidar a LucasArts, a divisão de games da LucasFilm – uma decisão que afetou também a Industrial Light and Magic, gerando muitas demissões de profissionais que trabalhavam para as duas empresas. Agora, a Disney está pondo na rua 150 funcionários nos departamentos de marketing, entretenimento doméstico e animação, no quartel general aqui de Burbank. E no entanto… ao contrário das empresas de efeitos, a Disney está indo muitissimo bem de finanças, e reportou  5.7 bilhões de dólares em lucro no exercício 2012. O que está acontecendo? Acionistas querendo ainda mais lucro. E para fazer a magia, é preciso diminuir os custos… ou seja, baixar cada vez mais os gastos de produção, apostar ainda mais no que pode dar certo (e apenas nisso) e… demitir muita gente.

O futuro Museu da Academia

Enquanto isso, na Academia… Vem aí a primeira reunião geral dos mais de seis mil integrantes ativos da Academia. Dia 4 de maio, ao vivo no teatro Samuel Goldwyn aqui de Beverly Hills, e via skype para Nova York e a sede da Pixar no norte da Califórnia (vejam como a Pixar tem peso…), os acadêmicos vão receber notícias sobre: o projeto do Museu da Academia, que está sendo construído ao lado do Museu de Arte de Los Angeles, o LACMA (e cujo teatro já foi batizado em honra de David Geffen, que doou 25 milhões de dólares para o projeto); a votação eletrônica para o Oscar, ano que vem; e, nas palavras do presidente Hawk Koch, “o impacto da tecnologia nos Oscars e na Academia em geral”. Hummm… Isso promete… Estou de olho….