Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : janeiro 2014

Ben Affleck como Batman? Provavelmente não.
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Ana Maria Bahiana

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Eis o que aprendi hoje de uma fonte muito segura: Ben Affleck  NÃO será o Batman do filme Super-Homem X Batman de Zach Snyder. A Warner apertou todos os botões de pânico com a violenta rejeição dos fãs à escolha do novo homem morcego e está há meses estudando um modo de resolver a batata quente sem perder a pose. Segundo o meu (muito informal) terno Armani. o estúdio sabe perfeitamente para quem está fazendo o filme — para os fãs dos dois super-heróis– e, portanto, sabe exatamemte o risco que corre se não agradar a galera.

A questão é como fazer a troca de tal modo que não pareça que a poderosa Warner está se curvando aos gostos e desgostos dos fãs…

O anúncio da nova data de estreia do projeto – 2016- é parte dessa estratégia, um modo de ganhar tempo para escolher o novo Batman e fazer o movimento anti-Affleck esfriar um pouco. Em alguns meses, me garante o Armani, Snyder e Affleck terão uma “divergência criativa”  e/ou Affleck terá um “conflito de agenda” com o novo cronograma de produção.

E quem assume a máscara? O paladino do Leblon provavelmente não. Nomes que ouvi até agora: Josh Brolin e , de novo, Michael Keaton.

E vocês, o que acham? Quem seria um bom Batman-coroa?


Como fica a disputa do Oscar depois dos prêmios dos produtores
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Ana Maria Bahiana

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O empate de ontem nos prêmios da Producers Guild – o primeiro na história do prêmio – confirmou uma teoria que lancei aqui faz tempo: a de que todo ano a disputa do Oscar, reta final da Corrida do Ouro, se dá entre dois filmes que polarizam as opiniões dos votantes e significam, muitas vezes, realizações diferentes do mesmo tema.

O tema deste ano sendo “sobrevivência”, 12 Anos de Escravidão e Gravidade  se encaixam perfeitamente. A questão agora é – o que vai acontecer com Trapaça, que vem correndo por fora com grande ânimo?

Temos seis semanas pela frente até o Oscar, e as campanhas, agora, vão partir com tudo para a briga. Frozen já está bem estabelecido como o vitorioso da animação. Entre os atores, Cate Blanchett, Matthew McConaughey e Jared Leto são os donos da bola, mas eu ainda não descartaria Amy Adams, Chiwetel Ejiofor e Michael Fassbender. Entre as atrizes coadjuvantes, a disputa é entre Lupita Nyong’o e Jennifer Lawrence, e, por enquanto, as duas estão empatadas.

Temos ainda,até 2 de março (contando apenas os premios das Guildas, que tem impacto direto sobre os Oscars, por incluirem os mesmos votantes):

  •  Directors Guild, dia 25 (diretores). Ajuda a definir a preferëncia entre diretores e reforça as possibilidades do filme que o vencedor dirigiu. Cuaron e McQueen (Gravidade e Escravidão respectivamente) não são americanos… será que isso vai desempatar para David O. Russell (espero que não).
  •  Annie Awards, dia 1 de fevereiro (animadores). Frozen vai levar mais esse.
  •  Writers Guild, 1 de fevereiro (roteiristas) Nem  John Ridley (Escravidão)  nem os Cuaron pai e filho estão for a dessa graças à antipaticíssima regra que só permite o voto em membros da WGA. A vantagem é de Trapaça, mas a exclusão dos dois outros favoritos pode diminuir o peso da premiação na hora de definir tendências.
  •  VES Awards (efeitos especiais), 12 de fevereiro. Gravidade tem a vantagema aqui – independente de ganhar ou não, Cuarón receberá um troféu especial como “visionário”.
  •  ACE Eddie Awards (montadores), 15 de fevereiro. Os três principais competidores estão na briga, e dois deles podem ser premiados – a ACE tem categorias separadas para drama e comédia.

E lembrem-se: em qualquer um desse prêmios que tenha categoria “TV”, podem cravar Breaking Bad. É a única unanimidade certa deste ano. E com razão.


Indicações ao Oscar 2014: o que eu gostei, o que detestei
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Ana Maria Bahiana

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Não é porque eu vi de relance as palavras “Jackass” e “Jonah Hill” no press kit das indicações ao Oscar 2014 que fiquei brevemente em choque – afinal, Jackass estava indicado na categoria cabelo e maquiagem, onde apenas o trabalho técnico é apreciado (O Cavaleiro Solitário também está lá…) e por menos que eu goste de Jonah Hill, Scorsese extraiu dele um desempenho excelente (que eu mesma destaquei na minha resenha para o Just Seen It).

Não, não foi isso: foi quando eu fiz as contas e vi que Trapaça tinha dez indicações e 12 Anos de Escravidão tinha nove.

Vamos então dizer logo de cara: amigas e amigos, 12 Anos de Escravidão é o filme mais importante da safra 2013. Mesmo com os dez minutos de Brad Pitt e seu sotaque bizarro (ator-produtor tem seus privilégios…) o filme de Steve McQueen já está na história do cinema como a mais profunda, exata e poderosa visão de  um assunto que os americanos preferem empurrar para baixo do tapete.

Ei! Acho que acabei de descobrir o porque da diferença de indicações.

Sim, Gravidade e Trapaça são filmes muito mais confortáveis de serem indicados e premiados.

Não me levem a mal: gosto muitíssimo de Gravidade e acho Trapaça o melhor filme de David O. Russell desde Three Kings. Mas 12 Anos de Escravidão é o filme do ano. Ponto. Parágrafo.

Então vamos ao que gostei nas indicações de hoje de madrugada:

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  •  Chris Hemsworth ao lado da presidente Cheryl Boone Isaacs apresentando os indicados. Colírio de manhã cedo é sempre bom.
  •  Da Academia não ter caído no engodo de O Mordomo da Casa Branca. O filme é ruim, é muito ruim. A histeria da mídia norte-americana praticamente cobrando uma indicação para Oprah me faz imaginar as dimensões da campanha de relações públicas correndo solta por baixo dos panos…
  •  Da inclusão do meu querido Alabama Monroe entre os indicados a melhor filme estrangeiro. Meus colegas não fizeram o mesmo, e agora a injustiça foi corrigida.
  •  De Ela, Nebraska e Philomena estarem entre os indicados a melhor filme, além de outras indicações. Pequenas, gloriosas gemas que merecem todo reconhecimento.
  •  De terem se lembrado de Leonardo DiCaprio por Lobo de Wall Street. Leo merece, e seus colegas da Academia tem o hábito de esquece-lo.
  •  Ver The Wind Rises e Ernest & Celestine entre os longas de animação. As manobras dos estúdios conseguiram tirar os dois da categoria nos Globos. Agora, justiça é feita (vocês já sabem por qual estou torcendo).

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Agora, vamos ao que não gostei de jeito nenhum:

  •  Clube de Compras Dallas não é um dos melhores filmes do ano. Mas de jeito nenhum. Queriam honrar um independente? Que tal Fruitvale Station, que vocês ignoraram por completo?
  • Terem ignorado Rush e Daniel Bruhl. Ao menos por essa eu já esperava – os americanos não entenderam aquilo que faz o filme, e o desempenho de Bruhl, absolutamente espetaculares.
  • Eu entendo que vocês gostam de Bradley Cooper. Vocês caíram nessa ano passado também. Mas ele super-atua. Sempre, e no mesmo, único tom. (A não ser em Place Beyond the Pines, onde o Cianfrance deu um jeito nele… mas esse vocês não viram, certo?)
  • Aliás, todo mundo em Trapaça super-representa. Mas agora vocês todos aí no departamento de atores estão querendo trabalhar com o mito que vocês mesmos inventaram, David O. Russell – é isso?
  •  Como assim Blackfish fora dos indicados a documentário? Não  é apenas excelente, é um dos docs que está causando mais repercussão real. Além disso a diretora, Gabriela Cowperthwaite, é brasileira- seria um modo de se torcer pelo país, certo? Torçamos então por The Square, igualmente ótimo e editado por um brasileiro, Pedro Kos.
  •  Ver Oscar Isaac e Joaquin Phoenix de fora.
  •  Ver Robert Redford e All is Lost de fora. Nem a trilha, minha gente? Aquela trilha do John Williams para A Menina Que Roubava Livros é pura sacarina. Cadê a modernidade, pessoal?
  •  E Thelma Schoonmacher pela montagem de Lobo de Wall Street? Nada? Como assim?

No balanço final tenho que admitir que a média não foi ruim. A Academia está mesmo rejuvenescendo, ficando mais atual e mais internacional. Agora é ver como vai ser essa longa, longa temporada de campanhas e estratégias – os Oscars são dia 2 de março este ano. Até lá, muita coisa pode acontecer….

Tags : Oscar 2014


Globos de Ouro 2014: álbum de retratos
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Ana Maria Bahiana

Amanhã é a madrugada das indicações, e a largada da nova etapa da Corrida do Ouro: o Oscar. Para dizer adeus e até o ano que vem aos Globos de Ouro, um álbum de recordações…

leo lupirtaLeonardo DiCaprio e Lupita Nyong’o: beleza pura

julia lupta

Julia Roberts também quis conhecer Lupita…

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…Oscar Isaac e Tom Hanks, também.

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Reese, o viorioso Matthew McConaughey e nossa bela Camila.

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Lady Edith! Lady Mary!

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Cate, dominando. Como de costume.

sandra alfonso e cia

Quantas estrelas você consegue achar nesta foto? Além dessa conversa animadíssima entre Alfonso Cuarón, Sandra Bullock e Ben Affleck?

marty e jonah

Outra conversa animadíssima: Jonah Hill (que preferiu cerveja light a Moet et Chandon) e Martin Scorsese.

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Congestionamento de estrelas. Contem vocês…

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Taylor Swift num mar de celebridades (Alexander Payne e o chefão supremo dos estúdios Fox, Jim Gianopolus, ao fundo).

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A reação de Matt Damon à história da “amnésia” de Melissa McCarthy.

Reese

Reese Witherspoon estava direto no Instagram…

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Na onda do momento: Oscar Isaac e mamãe.

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U2, melhor canção por “Ordinary Love”, a caminho da sala de imprensa. Até o ano que vem!

 


Analisando os Globos de Ouro 2014: quem realmente ganhou no domingo
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Ana Maria Bahiana

Todo mundo (ou quase) sabe que torci feito uma louca (e votei em ) 12 Anos de Escravidão, O Lobo de Wall Street,  Ela, Top of the Lake e Breaking Bad. E que não me conformo de jeito nenhum com a vitória daquele série boboca do Andy Samberg. Fora isso…. uma pequena análise da estratégia dos prêmios daqui para a frente.

 

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Se é verdade que os Globos de Ouro antecipam outros prêmios – principalmente os Oscars – então Trapaça, 12 Anos de Escravidão e Cate Blanchett já largaram na frente.  Mas, no fim das contas, essas sempre foram certezas nesta temporada-ouro.

Eu, pessoalmente, não tenho tanta certeza por um grande motivo: porque o corpo votante dos Globes é completamente diferente dos acadêmicos que escolhem o Oscar – ou os prêmios das Guildas, que tem a mesma composição demográfica. Mas esperem ver estes nomes, com certeza, entre os indicados a tudo, daqui para a frente. Esse, eu acredito, é o fator de peso dos Globos – definir o campo de disputa a cada ano, a cada nova safra.

Por essa lógica mesmo Gravidade, que despontou rapidamente como um favorito mas encolheu nas premiações dos Globos, reduzido a uma estatueta de Melhor Diretor para Alfonso Cuarón, ainda está absolutamente na disputa, assim como  12 Anos de Escravidão, que também é um pole do ano mas saiu da noite dos Globos com um único prêmio – se bem que o maior de todos, melhor filme/ drama.

Premiados de outras categorias, como Frozen (Globo de Ouro de melhor longa de animação) e A Grande Beleza (Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro) também acabam de se tornar certezas absolutas entre futuras indicações.

É mais interesssante notar os filmes cujas órbitas estavam mais distantes do Sol dos prêmios, e que, agora, viram suas carreiras aquecidas graças aos Globos de Ouro.

A delicada, feliz e inusitada combinação de ficção científica e comédia romântica de Ela, que valeu a Spike Jonze o Globo de Ouro de melhor roteiro está, com certeza, mais visível agora, capaz até de superar dois obstáculos – a relutäncia em premiar os dois gêneros que compõem sua mistura, e o fato do desempenho vocal de Scarlett Johansson (excepcional) não ser elegível. (Nota importante: o primeiro elemento, a automática má-vontade com ficção científica dos outros prêmios, ainda pode pesar para Gravidade. Mas veremos…)

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Mas quem realmente disparou depois dos Globos de Ouro foi Clube de Compras Dallas, que saiu da noite com seus dois atores reconhecidos – Jared Leto como melhor ator coadjuvante e Matthew McConaughey como melhor ator/drama. Filme independente com uma longa e complicada trajetória de recusas e falsos começos, Clube de Compras Dallas ganhou, agora, a tração que precisa para ser incluído entre indicados.

A vitória de Leonardo DiCaprio por O Lobo de Wall Street, mais do que justa – especialmente depois de muitas outras grandes performances nos últimos 20 anos – pode ter menos peso na continuidade da temporada de prêmios.  O Oscar, por exemplo, ao contrário dos Globos de Ouro, tem apenas cinco vagas para atores e atrizes, e tende a priorizar os dramas. Poderá a vitória nos Globos de Ouro vencer a resistência dos votantes da indústria a uma farsa da dimensão de O Lobo de Wall Street, com todos os seus palavrões, drogas e excessos de todo tipo? Aí está uma trajetória interessante de acompanhar e que pode dizer muito a respeito de onde estão as cabeças de quem escolhe os outros prêmios da temporada.

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Entre os Globos de Ouro de televisão, a vitória inconteste de Breaking Bad – melhor série/drama, melhor ator/série/drama para Bryan Cranston– serviu de fecho de ouro à trajetória de um dos trabalhos mais importantes da tv contemporânea.

Mantendo seu tom de apoiar novidades, os Globos de Ouro distinguiram quatro estreantes que ainda não tiveram tração em outros prêmios: as minisséries Top of The Lake (melhor atriz/minissérie ou telefilme para Elisabeth Moss) e Dancing on the Edge (melhor atriz coadjuvante/ série, minissérie ou telefilme para Jacqueline Bisset, certamente o não-discurso de agradecimento mais eletrizante da noite…), e as séries Ray Donovan  (melhor ator coadjuvante/ série, minissérie ou telefilme para Jon Voight) e Brooklyn Nine-Nine (melhor série/comédia).

Vai ser interessante também ver o quanto estas escolhas irão ou não pesar nas futuras trajetórias dessas séries…


Globos de Ouro 2014: palpites, considerações e sentimentos variados
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Ana Maria Bahiana

O International Ballroom do Beverly Hilton, quinta dia 9, final da tarde.

O International Ballroom do Beverly Hilton, quinta dia 9, final da tarde.

Fim de semana de Globos de Ouro  – e pouco depois, na quinta, anúncio das indicações ao Oscar. Agora sim começou pra valer a Corrida do Ouro.

Este ano, sorte minha, não estou diretamente envolvida na produção da festa (pedi licença por conta do trabalho no novo livro que venho escrevendo desde outubro, e que sai em março pela Companhia das Letras- o Almanaque de 1964). Coisa boa: pela primeira vez em muitos anos vou poder me instalar no salão do Beverly Hilton, curtir o show, os amigos e, quem sabe, saber de muita fofoca boa para contar a vocês (estarei tuitando direto do International Ballroom até meu Iphone descarregar… e estou levando um carregador portátil comigo!)

Antes de continuar para o que vocês estão mais querendo saber – meus palpites para domingo- algumas considerações.

Não sei onde estava a cabeça de meus colegas no comitê de eligibilidade (ou talvez suspeite mas…)  quando cometeram a série de absurdos que me deixou embatucada na hora de votar, deu motivo pros coleguinhas americanos descerem o pau e, de um modo geral, tirou pontinhos dos Globos deste ano. Por que desenhos como The Wind Rises e Ernest & Célestine foram parar em filme estrangeiro e não em animação, especialmente num ano em que as opções americanas eram tão fracas? (Ora, diz o diabinho sussurrante pousado no meu ombro… exatamente por causa disso…) Em qual planeta Álbum de Família é uma comédia? (No planeta onde Meryl Streep e Julia Roberts precisam ser indicadas de qualquer maneira, sussurra o diabinho…) E por aí vão meus resmungos…

Devidamente registradas as minhas ressalvas, vamos aos palpites:

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Filme/drama

Quem  vai ganhar: 12 Anos de Escravidão

Quem deveria ganhar : 12 Anos de Escravidão

Notas: É o filme mais importante do ano, e já na história do cinema como o mais profundo olhar sobre escravidão.

 

Atriz/drama:

Quem  vai ganhar: Cate Blanchett (Blue Jasmine), mas não descontem Sandra Bullock (Gravidade)  e Judi Dench (Philomena)

Quem deveria ganhar : Cate ou Judi.

Notas: Sem elas, Blue Jasmine e Philomena não seriam os ótimos filmes que são.

 

Ator/drama

Quem  vai ganhar:  Chiwetel Ejiofor, 12 Anos de Escravidão. Mas não descontem Matthew McConaughey por Clube de Compras Dallas.

Quem deveria ganhar : Chiwetel Ejiofor.

Notas: Chiwetel tem um desempenho que, como o filme, já entrou para a história. Meus colegas resistirão ao fator estrela-reinventada de Matthew? Humm…

 

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Filme/comédia ou musical

Quem  vai ganhar: Trapaça (American Hustle)

Quem deveria ganhar : Ela (Her) ou O Lobo de Wall Street

Notas: Já disse por aqui mas repito- pra mim Trapaça é Scorsese diet. Não sei como tem tanta gente caindo nessa arapuca.

 

Atriz/comédia ou musical

Quem  vai ganhar: Meryl Streep (Álbum de Familia) pelos motivos acima. Ou Amy Adams (Trapaça)

Quem deveria ganhar : Meryl Streep, ou Julia Louis-Dreyfuss (Enough Said)

Notas: Meryl de fato arrasa, mas Álbum de Familia não é comédia nem por decreto.

 

Ator/comédia ou musical

Quem  vai ganhar: Leonardo di Caprio (Lobo de Wall Street) ou Christian Bale (Trapaça)

Quem deveria ganhar : Leo ou Bruce Dern (por Nebraska)

Notas: Leo dá show, assim como Bruce, num papel super complicado. E de novo, chamar Nebraska de comédia…. Enfim…

 

Filme estrangeiro

Quem  vai ganhar: A Grande Beleza ou Azul É a Cor Mais Quente

Quem deveria ganhar : A Grande Beleza

Notas: O filme de Paolo Sorrentino está uma escadaria romana acima de seus quatro colegas.

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Atriz coadjuvante

Quem  vai ganhar: Julia Roberts (Álbum de Familia) ou Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão)

Quem deveria ganhar : Lupita Nyong’o

Notas: Outra interpretação para a história do cinema.

 

Ator coadjuvante

Quem  vai ganhar: Bradley Cooper (Trapaça) ou Jared Leto (Clube de Compras Dallas)

Quem deveria ganhar : Barkhad Abdi (Capitão Phillips) ou Michael Fassbender (12 Anos de Escravidão)

Notas: Embora eu tenha gostado da direção de Paul Greengrass em Capitão Phillips, o que deixou presa ao filme foi o que Abdi, um estreante, fez com seu personagem.  E Fassbender é a visão exata do Mal. Sem risadinhas. Sem caricatura.frozwen

 

Diretor

Quem  vai ganhar: Alfonso Cuarón (Gravidade)

Quem deveria ganhar : Steve McQueen (12 Anos de Escravidão)

Notas: A vontade de democratizar os prêmios talvez entregue esse para Cuarón. Tudo bem. Escravidão, contudo, é uma obra visceralmente autoral, e este prêmio seria mais coerente destacando McQueen.

 

Roteiro

Quem  vai ganhar: John Ridley (12 Anos de Escravidão) ou Eric Warren Singer, David O. Russell (Trapaça)

Quem deveria ganhar : Ridley ou Spike Jonze (Ela)

Notas: Precisa explicar?

 

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Animação

Quem  vai ganhar: Frozen

Quem deveria ganhar : The Wind Rises, que nem está concorrendo.

Notas: O adeus de Miyazaki é melhor que qualquer um dos indicados.

 

Trilha

Quem  vai ganhar: Steven Price (Gravidade) ou Hans Zimmer (12 Anos de Escravidão)

Quem deveria ganhar : Steven Price

Notas: No universo cuidadosamente pensado de Gravidade, a música de Price é, praticamente, um personagem.

 

Canção

Quem vai ganhar: “Let It Go” (Frozen)

Quem deveria ganhar: “Ordinary Love” (Mandela: The Long Walk to Freedom)

Notas: É a melhor coisa de Mandela.

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TV/série/drama

Quem  vai ganhar: Breaking Bad

Quem deveria ganhar : Breaking Bad

Notas: Não tem pra mais ninguém, este ano.

 

TV/atriz/série/drama

Quem  vai ganhar: Julianna Margulies (The Good Wife) ou Robin Wright (House of Cards)

Quem deveria ganhar : Taylor Schilling (Orange is the New Black)

Notas: Schilling tem uma personagem muito mais complicada, que exige um desempenho muito mais sutil.

 

TV/ator/série/drama

Quem  vai ganhar: Bryan Cranston, Breaking Bad

Quem deveria ganhar :Bryan Cranston, Breaking Bad

Notas: Não tem pra mais ninguém, este ano.

 

TV/série/comédia

Quem  vai ganhar: Girls ou Modern Family

Quem deveria ganhar : Girls

Notas: Modern Family seria cacoete.

 

TV/atriz/série/comédia

Quem  vai ganhar: Lena Dunham (Girls) ou Amy Poehler (Parks and Recreation)

Quem deveria ganhar : Laura Dern, por Enlightened, que não foi nem indicada.

Notas: Mas se uma das outras duas ganhar, tá tranquilo.

 

TV/ator/série/comédia

Quem vai ganhar: Michael J. Fox (The Michael J. Fox Show) ou Andy Samberg (Brooklyn Nine-Nine)

Quem deveria ganhar: Don Cheadle (House of Lies)

Notas: MJF e Samberg são os xodós dos meus colegas… mas eu amo a complexidade da performance de Cheadle.

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TV/minissérie ou telefilme

Quem  vai ganhar: Behind the Candelabra

Quem deveria ganhar : Top of the Lake

Notas: Eu gosto da minha TV original, ousada e esquisita. Mas Candelabra está bem, também.

 

TV/ atriz/minissérie ou telefilme

Quem  vai ganhar: Helena Bonham-Carter (Burton and Taylor) ou Jessica Lange (AHS:Coven)

Quem deveria ganhar : Elisabeth Moss (Top of the Lake)

Notas: Meus colegas não resistem a uma nostalgia… Não vou brigar com eles por essa escolha, mas ainda fico com Elisabeth.

 

TV/ator/minissérie ou telefilme

Quem  vai ganhar: Matt Damon ou Michael Douglas (Behind the Candelabra)

Quem deveria ganhar : Matt Damon ou Michael Douglas.

Notas: Show de bola em papéis que, com uma meia inflexão a mais, seriam caricatos.

 

 TV/atriz/ coadjuvante

Quem  vai ganhar: Sofia Vergara (Modern Family)

Quem deveria ganhar : Hayden Panettiere (Nashville)

Notas: Hayden é a principal razão para seguir esse novelão country.

 

TV/ator/coadjuvante

Quem  vai ganhar: Aaron Paul (Breaking Bad)

Quem deveria ganhar : Aaron Paul

Notas: Não tem pra mais ninguém, este ano.

 

Um apanhado mais temático das indicações em cinema este ano, está  neste texto meu para o site dos Globos de Ouro.

 


Pelos intestinos de Wall Street, guiados pelo Lobo.
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Ana Maria Bahiana

Esta foi minha resenha de O Lobo de Wall Street para o programa Just Seen It, da rede PBS.

Para facilitar, a tradução da resenha que está no site do programa… Divirtam-se!

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Retornando ao territorio que explorou em Os Bons Companheiros e Cassino -um grupo de homens unido pela mais profunda cumplicidade fazem, juntos, uma jornada sinistra por baixezas cada vez maiores – Martin Scorsese está no topo de sua forma com O Lobo de Wall Street, uma comédia super-hiper-negra sobre a era da ganância desenfreada em Wall Street.

Baseado na autobiografia homônima  de Jordan Belfort, o Lobo aborda um período de abusos de todos os tipos com a absoluta falta de respeito que o tema amplamente merece. Nada da solenidade trágica com que Oliver Stone tratou o mesmo assunto em Wall Street, ou a sensação de huis clos e vazio existencial de J. C. Chandor em Margin Call. Scorsese tem exatamente o pudor que o tema merece, ou seja, nenhum : seus anti-heróis são um bando de vira-latas sarnentos que se vêem elevados a lobos (graças a uma matéria da Forbes que é para ser crítica, mas tem o resultado oposto).

Do entretenimento circense envolvendo pessoas de baixa estatura à sensacional sequência em que Belfort (um desempenho espetacular de Leonardo di Caprio ) enfrenta uma overdose literalmente paralisante de mandrix, o Lobo dispara a toda velocidade , sem remorso, às gargalhadas, pelos intestinos do sórdido negócio de enganar trouxas e vender papel enquanto (nas palavras do mentor de Belfort, uma ponta sensacional de Matthew McConaughey) “se tira o dinheiro do  bolso do cliente e se põe no nosso bolso”.

Um conselho, aliás, que Jordan e sua turma  – um grupo de atores  dando o melhor de si, liderado por Jonah Hill num desempenho de primeira – seguem à risca, saltitando de fraude e roubo a orgias regadas a drogas a grande golpes financeiros sem sequer piscar.

Um roteiro impecável de Terence Winter (Sopranos, Boardwalk Empire), a fotografia incandescente de Rodrigo Prieto e mais uma montagem absolutamente precisa de Thelma Schoonmaker (lembrem-se de que Thelma e Marty editam levando o conteúdo emocional da cena em conta em primeiro lugar…) completam um filme imperdível, uma verdadeira festa de cinema (embora com um travo amargo).

Nota 1: com 165 minutos de duração, o Lobo é longo. Mas… que cena você cortaria?

Nota 2: conseguiu achar os três colegas diretores que Marty colocou diante da câmera?

 

 


Adeus, Saul Zaentz, o produtor que amava o cinema
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Ana Maria Bahiana

Saul Zaentz, na ponta direita, com Jack Nicholson, Louise Fletcher e Milos Forman e seus Oscars por 'Um Estranho no Ninho"

Saul Zaentz, na ponta direita, com Jack Nicholson, Louise Fletcher e Milos Forman e seus Oscars por ‘Um Estranho no Ninho”

Saul Zaentz, 28 de fevereiro de 1921 – 3 de janeiro de 2014

“Para ser um produtor é preciso duas coisas: ter muita fé na própria capacidade de fazer o impossível, e muito amor pelo cinema.”


As mulheres, os mortos e os vivos: meus queridos da “TV” em 2013
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Ana Maria Bahiana

Este foi um ano espetacular para  aquilo que se chamava televisão e hoje se chama… humm.. ainda não descobriram como se chama, acho. De todo modo aqui vão 12 coisas que, na tela aqui da minha sala, mantiveram minha fé na narrativa audiovisual em qualquer plataforma…

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Breaking Bad – Porque é a perfeição e a suprema alegria para quem escreve e/ou ama a criação.

Les Revenants/The Returned – Porque oferece a primeira meditação profunda sobre a morte, a perda e a separação numa plataforma em que em geral essas coisas são vendidas a quilo, pelo valor do espetáculo.

The Bridge – Porque pela primeira vez que eu me lembre trouxe uma verdadeira história de fronteira, bilingue e bicultural, para dentro de nossas casas.

The Americans – Porque foi uma grata surpresa.

Top of the Lake – Porque abraçou o real e o surreal, o terrível e o belo, o absurdo e o lógico como eu não via desde Twin Peaks.

 Enlightened – Porque foi a série mais bem escrita e interpretada na qual poucos prestaram atenção.

 Game of Thrones– Porque tem uma ambição e uma competência que o cinema não tem mais.

 Girls – Porque eu já gostaria só porque é uma história de mulher, do ponto de vista de mulher. Mas ainda tem todas as complicações de uma geração sobrecarregada de informação e desprovida de expectativas. E por falar nisso…

 Orange is The New Black – Pelo mesmo motivo, mais uma dose de real compreensão da condição humana.

Arrested Development – Porque não perdeu nem um grama de seu delicioso absurdo. Talvez um grama. Não faz diferença.

 Mad Men – Porque continua ancorado num nível de qualidade que todo mundo tem que correr atrás.

 The Walking Dead – Porque me amarro num terror bem feito, e porque a temporada atual está voltando ao essencial da metáfora do apocalipse zumbi.

 

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E também: Drunk History, porque nunca ri tanto este ano; Time of Death, pelos mesmos motivos de Les Revenants, só que a vera; Behind the Candelabra, porque as complicações da paixão não tem rótulo; The Killing, por Peter Sarsgaard; Getting On, porque promete; Casting By, porque é um banquete pra quem gosta dos bastidores do cinema; e Hemlock Grove, porque era tão ruim que chegava a ser barroco.

Um 2014 cheio de boas histórias para todos nós!

 


Vivendo no passado: meus 10 filmes favoritos de 2013
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Ana Maria Bahiana

Não posso começar este post sem antes pedir desculpas pelo meu sumiço – estou na reta final da criação de um novo livro, dessa vez para a Companhia das Letras, e, embora o trabalho seja fascinante e cheio de prazer, também é super complexo e exige todo o meu tempo e atenção.

De um modo muito interessante, contudo, o trabalho no livro deu forma, sem a menor dúvida, a este post. O livro é sobre o passado, sobre o ano de 1964. Mergulhar no passado, coisa que não faço a não ser a serviço, teve um resultado parecido como o que me aconteceu quando escrevia o Almanaque dos anos 70 : me fez entender muito melhor o presente, e refletir sobre o peso do passado na minha vida.

Não é por acaso, acho, que todos os filmes desta lista sejam, na verdade, sobre o passado: sobre como as coisas vividas, as emoções, desejos e crenças que trazemos conosco definem nossas escolhas, emoções, desejos e crenças, hoje. Sim, O Passado, de Asghar Farhadi, está lá. A permanência do filme comigo, enquanto escrevia o livro, me deu a pista de que eu estava envolvida com o tema de uma forma muito mais profunda do que eu imaginava.

Uma nota: não sei se esses são os melhores filmes do ano. Eles são os que mais falaram comigo, e isso é tudo o que me aventuro a dizer. Já tem muita lista de melhor isso e aquilo por aí afora. Esta é apenas uma escolha completamente pessoal – façam agora as listas de vocês!



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12 Years a Slave, Steve McQueen.  Com o olhar distanciado de alguém que não tem o peso da escravidão em sua narrativa familiar e o talento e a disciplina de um verdadeiro realizador, McQueen faz o filme mais visceral, brutal, lírico e importante sobre o tema. Perdôo até os dez minutos de Brad Pitt com cara de Jesus Cristo de santinho. 

Ela (Her), Spike Jonze. Estranho, romântico, mais que um pouco assustador, Jonze explora ao mesmo tempo nosso fetiche pela tecnologia e a insustentável leveza do ato de se apaixonar. Pontos extras para a direção de arte, alucinante.

A Grande Beleza (La Grande Belleza) , Paolo Sorrentino. Fazer o inventário da vida que se construiu enquanto fazíamos outros planos possivelmente só é lindo assim em Roma, com o olhar de Sorrentino. Pontos extras para uma das melhores utilizações de trilha sonora e musical que vi/ouvi este ano.

Gravidade (Gravity), Alfonso Cuarón. Se fosse apenas pela audácia técnica eu já estaria comovida, porque, nerd que sou, me comovo com essas coisas. Mas não é só isso: é a dimensão exata de uma vida humana, no colo do cosmos.

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The Wind Rises (Kaze tachinu), Hayao Miyazaki. O ato de voar, tema comum a toda  obra do mestre Miyazaki, transcende aqui a biografia de uma pessoa ou do que ela fez – o engenheiro Jiro Horikishi e as aeronaves que desenhou e que se tornaram algumas das mais eficazes armas bélicas do Japão na Segunda Guerra Mundial- para se tornar um gesto de pura poesia sobre o desejo de ir além de nossas limitações.

Nebraska , Alexander Payne. Os filhos que somos são também os pais que seremos amanhã : o ciclo da vida e as possibilidades da compaixão no microcosmo de uma família que talvez não seja muito diferente daquela onde Payne, nativo de Omaha, Nebraska, nasceu.

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O Lobo de Wall Street  (The Wolf of Wall Street), Martin Scorsese. Que bom ver Marty voltar ao seu habitat natural: sociedades fechadas de pessoas absolutamente sem bússola moral, em queda livre e gargalhando até o fundo do poço.

Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown), Felix Van Groeningen. Amor e perda num profundo e dilacerante musical onde cada canção impulsiona a história para sua inevitável estação final.

O Passado (Le Passé), Asghar Farhadi. Aula mestra de como contar uma história não com o complexo de divindade das fórmulas feitas mas com a complicada imperfeição da vida das pessoas.

Fruitvale, A Última Parada (Fruitvale Station), Ryan Coogler. Se todos os anos eu tiver um filme de diretor estreante dessa categoria, serei sempre uma pessoa otimista.