Blog da Ana Maria Bahiana

Ainda o blockbuster: hora de redefinir “sucesso”?
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Ana Maria Bahiana

Algumas semanas atrás, quando o verão de Los Angeles ainda era ameno, tive um almoço muito interessante com um grande amigo que, hoje, ocupa uma posição-chave entre os ternos e tailleurs Armani da indústria.

Meu amigo parecia abatido: nos últimos anos seu posto, na linha de frente dos mercados internacionais, tinha se tornado um pouco como a tropa de choque de infantaria que, nos idos tempos em que a guerra era presencial e não por drones, era mandada para a linha de fogo depois que todos os outros recursos – canhões, bombardeios, etc – tinham sido esgotados. Sua missão, como a deles, era salvar os caros fracassos planejados pelos generais, às custas de combate corpo a corpo. Para cada  filme caríssimo que tenha afundado no mercado norte-americano as tropas de choque internacionais têm, agora, que gerar bilheterias suficientes para que o desastre, pelo menos, não seja tão terrível. E recuperar rápido, antes que essas pestes de blogs e mídias sociais e etc espalhem que o filme em questão é, de fato, uma porcaria.

Não esperava voltar tão cedo ao tema do futuro do blockbuster, mas realmente a progressão desta temporada-pipoca dá o que pensar. Por um lado, recordes foram batidos. Por outro, há uma espécie de pânico em câmera lenta se espalhando pelos estúdios, a ansiedade em ver se os miraculosos mercados internacionais vão salvar seus orçamentos de centenas de milhões, ou suas espetaculares bombas.

Para surpresa de absolutamente ninguém – fora, talvez, inexplicavelmente, a própria Disney – O Cavaleiro Solitário está afundando mais rápido do que se possa dizer “ai-ho Silver!”  Lá se vai mais um frankenfilme caríssimo, feito por alguma fórmula cabalística cuja lógica eu ainda não entendi.

 

 

Não é o primeiro naufrágio e , suspeito, não será o último. Uma olhada nas planilhas de bilheteria destas últimas semanas revela o tamanho das decepções: os cinco últimos grandes lançamentos desempenharam abaixo das estimativas dos estúdios. O pior caso foi o de  Invasão à Casa Branca Ataque à Casa Branca, onde nem Channing Tatum de camisetinha a la Bruce Willis em Duro de Matar conseguiu salvar nem Barack Obama Jamie Foxx, nem a bilheteria.

Nessa hora eu me lembro das olheiras do meu amigo: como salvar internacionalmente filmes sobre presidentes heróicos dos Estados Unidos ou baseados num seriado radiofônico que estreou nos EUA na década de 1930? Sinceramente alguém acha que basta rechear fimes de barulho, explosões e correrias ? Alguém leu o relatório da Nielsen divulgado no início do ano, que mostra quem vai ao cinema? Aqui está: o público que vai ao cinema é 51% mulher, entre 25 e 54 anos. Alô? Alguém em casa?

Sabem quem está realmente dando lucro? O ótimo independente Mud, com Mathew McConaughey, que custou 10 milhões de dólares e já rendeu mais de 20 milhões, só nos EUA. Antes da Meia Noite, que custou 3 milhões de dólares e já fez mais de 9 milhões pelo mundo afora. This is the End, que custou 32 milhões de dólares e já passou dos 80 milhões em todo mundo. Truque de Mestre, que custou 75 milhões de dólares, superou as estimativas do estúdio em seu lançamento nos EUA e já rendeu mais de 156 milhões de dólares pelo mundo afora. As Bem Armadas, que custou 43 milhões de dólares e, em uma semana, já fez mais de 62 milhões aqui e no mundo. Ou, é claro, longas de animação: Universidade Monstros, orçamento estimado de 20 milhões de dólares, renda de mais de 325 milhões de dólares; Meu Malvado Favorito 2, orçamento de 75 milhões de dólares, renda pra lá de 134 milhões (em uma semana…)

Uma coisa eu posso dizer com certeza: estes são tempos interessantes para cinemão e cineminha.


O blockbuster ainda tem futuro?
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Ana Maria Bahiana

Não muito tempo atrás, quando a temporada-pipoca começava exatamente agora, no feriadão do 4 de julho, dia da independência norte americana, os estúdios sabiam exatamente o que fazer: por um filmão de ação no máximo possível de telas, e esperar a grana pingar no caixa. Eu disse pingar? Palavra errada. Tsunami seria o mais correto.

Eram os bons tempos de Exterminador do Futuro 2, 31 milhões de dólares em 1991; Independence Day,  50 milhões de dólares na estreia em 1996; MIB Homens de Preto, 51 milhões de dólares em 1997; Transformers, 70 milhões de dólares em 2007.

Mas estes agora são tempos em que um filme como Homem de Aço quebra recordes, faz mais de 528 milhões de dólares pelo mundo afora e ainda não dá lucro (ele precisa fazer três vezes seu orçamento de 225 milhões de dólares para isso), e,ainda por cima, é deslocado do primeiro lugar na bilheteria por um longa de animação, Universidade Monstros. Fenômeno que deve ser repetir exatamente agora, no feriadão, quando outro filme criado dentro da fórmula para fazer sucesso na temporada pipoca – O Cavaleiro Solitário, bem ruinzinho, aliás –  vai levar  uma surra de outro longa de animação, Meu Malvado Favorito 2.

Não sei se os estúdios estão se fazendo esta pergunta, mas me parece o óbvio: o “frankenfilme”, o filme feito por comitê, com todo mundo dando palpite e anexando  o que acha que vai fazer sucesso, ainda funciona? E como é possível sobreviver numa era em que tais projetos só podem ser rentáveis se derem retornos que mais parecem o PIB de alguma pequena república do leste europeu?

Diante disso, ficou ainda mais interessante a leitura desta experiência feita pelo New York Times:  Red, White and Blood,  argumento fictício de um possível frankenfilme colando todos os clichês que, teoricamente, devem dar super certo na bilheteria – Velozes e Furiosos misturado com Duro de Matar, mais romance açucarado e muitas explosões — foi submetido a um produtor, dois executivos de marketing , um especializado nos Estados Unidos,outro nos mercados internacionais, um pesquisador de mercado, um executivo de estúdio e um roteirista.

Cada um deles deu seu palpite, e eis o que eu deduzi que, pelo senso comum hollywoodiano, funciona num filme, hoje:

–       Armas mortais, imensas e apavorantes. Dar tiro é pouco.

–       Ninguém mais aguenta heróis-presidentes. Chefes da CIA ou agentes secretos funcionam melhor.

–       É importante ter atores bonitões que tirem a camisa frequentemente.

–       Os elencos devem ser multi-culturais e multi-étnicos.

–       Se possível, incluir diálogo em outros idiomas,  especialmente espanhol.

–       Menos romance, mais ação. Segundo o marketeiro internacional, romance vende mal internacionalmente. Ação e muitas explosões é o que o público fora dos EUA gosta de ver.

–       Nada de sexo – o filme precisa ser para maiores de 13 anos.

–       Quando em dúvida, destrua coisas espetacularmente. Um monte dessas cenas resolve qualquer fraqueza do roteiro.

O que vocês acham?


Novidades de Game of Thrones: vem aí The Red Viper
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Ana Maria Bahiana

Pedro Pascal

As filmagens da quarta temporada de Game of Thrones  começam semana que vem, e já podemos ter uma boa ideia de onde a história vai nos levar com esta novidade no elenco: o chileno Pedro Pascal (Graceland, Nikita, Burn Notice) foi escalado para ser o príncipe Oberyn Martell de Dorne, também conhecido como The Red Viper. Quem leu o livro sabe  ( e para quem não leu, isso pode ser SPOILER) que Oberyn entra na história descontente com as tramóias de King's Landing e dos Lannisters, especialmente a morte de sua irmã nas mãos de The Mountain. E aí… bom, vou parar por aqui…

A quarta temporada de Game of Thrones – que inclui um terço do terceiro livro, Tormenta de Espadas, e um bom pedaço do quarto,O Festim dos Corvos – estreia no começo de 2014.


José Padilha e Eduardo Coutinho agora são acadêmicos
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Ana Maria Bahiana

José Padilha está entre os 276 profissionais de cinema convidados oficialmente a entrar para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, este ano. Padilha, contudo, foi convidado não pelo departamento de diretores mas, como Eduardo Coutinho , pelo de documentário, por seu trabalho em Ônibus 174 e Segredos da Tribo. Coutinho foi convidado por As Canções e Cabra Marcado Para Morrer (20 Anos Depois).

A Academia não divulga dados de seus integrantes por nacionalidade (''o cinema é internacional'', me disse um porta-voz) mas os brasileiros Walter Salles, Fernando Meirelles, Sonia Braga, Braulio Mantovani, Fábio e Bruno Barreto, entre outros, estão entre seus membros.

O processo de adesão à Academia é anual, e começa com esse convite oficial de ingresso, emitido pelos diversos departamentos, segundo as indicações de seus integrantes.

Os convites a diretores foram definitivamente internacionais este ano: Pablo Larraín , Nikolaj Arcel , Steve McQueen, Joachim Rønning , Espen Sandberg , Kim Nguyen , Jafar Panahi (que também foi convidado pelo departamento de documentário). Os independentes Benh Zeitlin (cujo pai, aliás, é brasileiro) e Ava DuVernay também receberam convites.

Entre atrizes e atores, os convidados incluem Emmanuelle Riva, Jennifer Lopez, Joseph Gordon Levitt, Rosario Dawson, Milla Jovovich, Danny Trejo e Lucy Liu.

Outros convidados interessantes incluem Prince (para o departamento de música); Matt Groening – até que enfim!!!– (para o departamento de animação); as atrizes Sarah Polley, Julie Delpy e Lena Dunham (para os roteiristas); e o tão mencionado, ultimamente, Kevin Tsujihara (para os executivos).

É uma seleção que mostra um esforço para tornar a Academia mais diversificada, jovem, multi-cultural e internacional, com certeza.

No atual processo de escolha do Oscar, os integrantes de cada departamento apontam os indicados em cada categoria. Na rodada final para escolha dos vencedores, votam todos os acadêmicos.

 


Um caos de vida e morte
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Ana Maria Bahiana

As primeiras  imagens de Guerra Mundial Z (World War Z, Marc Foster, 2013), logo nos créditos, dizem tudo o que precisamos saber para compreender porque este thriller  acaba mexendo com muitas outras áreas da nossa emoção: formigueiros, bandos de pássaros, manadas em migração pelas savanas, animais selvagens exibindo suas  presas, multidões comprimidas em metrôs, escadas rolantes, shoppings, ruas. Foster está propondo a ideia do animal que nós somos, e do quanto  nossa explosão demográfica sobre o planeta nos coloca  numa posição complicada, ao mesmo tempo de domínio e fragilidade.

Adaptado muito livremente do best seller homônimo de Max Brooks, Guerra Mundial Z, com todos os problemas de produção que teve – acidentes, paradas, recomeços, alterações impostas, etc—é um ótimo filme, muito mais inteligente do que tem necessidade de ser.  Não tem o tempo e a calma de uma série de TV para fazer, como The Walking Dead, uma reflexão sobre quem são e como se comportam os humanos quando confrontados com sua mortalidade. Mas tem a capacidade de dar uma dimensão maior e muito mais humana ao que poderia ser mais um desses blockbusters barulhentos cheios de efeitos onde nada realmente comovente acontece.

E sim, se você gosta da deliciosa/terrível sensação de sentir um medão na segurança de sua poltrona no cinema, este é o seu filme.

Brad Pitt, em seu modo operacional profético-salvador, com barba e grandes olhos azuis que parecem sempre à beira das lágrimas,  é Gerry, um investigador das Nações Unidas recém-aposentado. Embora não tenha os super-poderes de seus colegas de temporada, Gerry deve ter sido treinado pela turma do Bourne _ sabe usar armas, pilotar aeronaves e administrar cuidados médicos de emergência em qualquer situação. Mas o fato de Forster nos apresentar Gerry como um pai de família, fazendo panquecas para a esposa (Mireille Enos, ótima e infelizmente pouco aproveitada) e filhas imediatamente nos alerta para sua humanidade . Estamos convidados a ver o filme, por mais impossível que seja, pelos olhos dele, que tem tanto em comum com os nossos.

E muito rapidamente o caos anunciado na abertura e no ruído das notícias que serve de pano de fundo (artifício comum em thrillers, mas bem usado, aqui) invade a tela. Quem viu o trailer conhece, ao menos em parte, estas imagens, mas  a sequência inteira é uma aula de narrativa de ação, bem dirigida, bem pensada, bem editada. O risco é real, imediato e profundo: algo está transformando seres humanos em formigueiros loucos, presas à mostra, destruindo tudo no caminho.

Gerry é convocado pelas Nações Unidas, única entidade que parece ter sobrevivido ao apocalipse zumbi, e despachado mundo afora para tentar descobrir a origem do cataclisma e sua possível cura.  As costuras de onde a narrativa foi alterada e re-orientada estão bem aparentes, mas a precisão do ritmo e a consistência da visão de Forster mantêm Z no rumo certo o tempo todo.

Perde-se a maravilhosa Mireille Enos, que fica lá no porta-aviões da ONU com as filhas, reduzida a fazer caras preocupadas e ligações no telefone por satélite nas horas mais incovenientes. Ganha-se uma série de perfeitas sequências de ação, inclusive, ecoando o que David Denby disse em sua resenha no New Yorker, o melhor uso de efeitos digitais desta temporada-pipoca _ o assalto aos muros de Jerusalém por um tsunami de zumbis.

O final é meio assim-assim, com cara de ter sido arreglado na última hora para garantir uma continuação. Mas a essa altura você já está bem feliz de ter sobrevivido incólume a tantos sustos, e compreendido, quem sabe, um pouco mais sobre por que o mito do zumbi é tão popular, principalmente em épocas de crise financeira, política e moral: porque um zumbi não é um monstro, somos nós, desprovidos de nossa humanidade.

Guerra Mundial Z está em cartaz nos EUA e estreia dia 28 no Brasil


Starz abraça fantasia com Outlander
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Ana Maria Bahiana

 

Depois de fazer sucesso (em níveis variados) com séries de época,a rede por assinatura Starz está investindo firme no gênero fantasia com a nova série Outlander. Ronald D.Moore, de Battlestar Gallactica (e Deep Space Nine, Next Generation, etc) vai adaptar a série de livros de Diana Gabaldon sobre  uma enfermeira que, ao retornar do serviço na Segunda Guerra Mundial, descobre que tem uma vida paralela na Escócia do século 18.

Nessa hora é bom lembrar que o atual presidente da Starz, Chris Albrecht, foi, durante muitos anos, chefão da HBO, e continua de olho vivo acompanhando a trajetória do canal. Qualquer semelhança com Game of Thrones não é mera coincidência..

Ah! Não confundir com o filme do mesmo nome , de 2008, estrelado pelo Jim Caviezel…

Outlander é uma parceria entre a Sony TV e a Starz, e estreia em 2014.


Legendary acaba parceria com a Warner
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Ana Maria Bahiana

Vou ser obrigada a começar este post com mais um ''para surpresa de absolutamente ninguém'': a Legendary rompeu mesmo com a Warner. A parceria, iniciada em 2005, estava sendo re-negociada nestas últimas, tumultuadas semanas no estúdio. E agora terminou de vez.

Para quem chegou agora: a Legendary é uma empresa basicamente de financiamento, levantando por conta própria a maior parte dos custos (cada vez maiores) dos grandes projetos da Warner, em troca da posse de uma grande porção dos direitos e da receita dos mesmos.  Em muitos casos a Legendary foi a única financiadora – a Warner entrou com distribuição e marketing. Foi graças à Legendary que filmes como a franquia Harry Potter, a trilogia Batman, de Chris Nolan, e, agora O Homem de Aço e Pacific Rim foram possíveis.

Como vocês leram aqui em baixo, Bruce Rosenblum um dos grandes rivais derrotados do atual chefão da Warner, Kevin Tsujihara, saiu do estúdio para a Legendary há pouco tempo. Vindo da Warner TV, Rosenblum foi a peça que faltava nos planos atuais da produtora: tornar-se, na visão seu fundador e CEO, Thomas Tull, uma produtora global de conteúdo em todas as plataformas, inclusive TV e novas mídias.

É quase Game of Thrones, amigas e amigos.

Os planos de expansão de Tull e companhia, aliados a Rosenblum, bateram de frente com o shogun Tsujihara, que gosta de controlar todas as operações da Warner e não gosta nem um pouco da ideia de criar um rival dentro de seus domínios.

As duas perguntas para o próximo capítulo desta saga:

1. Onde a Legendary vai aportar? Claramente a empresa de Tull não se interessa (por enquanto) em investir em distribuição e marketing, e não vai demorar nada a achar um parceiro, numa indústria absolutamente voraz e necessitada de parceiros com grandes cofres e/ou contatos. Candidatos mais prováveis: a Universal (com quem eles estão reunidos neste momento) e Sony.

2.Onde a Warner vai achar quem co-financie seus filmes de 100, 200 milhões de dólares? Vai depender muito, arrisco dizer, de: o quanto dos direitos das propriedades co-financiadas com a Legendary eles conseguirem comprar de volta (a franquia Harry Potter está no topo da lista)); e o quanto esta safra, liderada por O Homem de Aço e, em breve Pacific Rim, vai render internacionalmente.

Aguardem a continuação…


O que muda na Warner com a saída de Jeff Robinov?
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Ana Maria Bahiana

E , para surpresa de absolutamente ninguém, Jeff Robinov deixou o cargo de presidente da Warner.  Não, O Homem de Aço não teve nada a ver com isso, embora haja uma trama paralela que tem uma ligação com Krypton (continuem lendo). Na verdade, se vocês viram o episódio final da sexta temporada de Mad Men, que foi ao ar ontem aqui nos Estados Unidos, a saída de Robinov tem um bocado  a  ver com a antepenúltima cena… Mas não falo mais sobre isso para evitar spoilers.

Para por em contexto a saída de Robinov do estúdio líder, é importante saber algumas coisas:

  •  É uma mudança importante, mas não tão importante quanto era, digamos, em meados do século passado. A autoridade de um presidente de estúdio, hoje, é considerável, mas limitada pela estrutura corporativa à qual  ele pertence. Um estúdio há tempos não é mais uma unidade autônoma, com decisões tomadas por poucos- é parte de um grande complexo, com decisões tomadas por muita gente, e contas a prestar, também.
  •  Quando, dois anos atrás, o então co-chairman e CEO da Warner, Alan Horn–  que dividia a liderança da divisão de entretenimento do conglomerado com, Barry Meyer, e, de fato, que geria o dia a dia do estúdio –  saiu do estúdio  e  Meyer anunciou que se aposentaria ao final do seu contrato, em 2013, começou uma briga interna feroz, digna de um filme de super-heróis. Três executivos – Bruce Ronsemblum, presidente da Warner TV, Jeff Robinov, o ex-agente que chefe do estúdio,  e  Kevin Tsujihara, líder da divisão de home entertainment e novas mídias – passaram os próximos 24 meses batalhando pelo cargo.

Em janeiro, Tsujihara venceu a disputa.

Rosenblum foi embora para a Legendary, a produtora que vem co-financiando e co-produzindo praticamente todos os arrasa-quarteirão do estúdio (inclusive Homem de Aço). Três semanas depois de Rosenblum aderir à Legendary, a produtora anunciou sua intenção de não mais parceirar com a Warner, em grande parte para  manter maior controle sobre o conteúdo, o custo e o retorno de seus projetos.

Robinov ficou. Batendo de frente com Tsujihara praticamente todos os dias. Não era ainda uma situação Kal-El/ Zod, mas estava bem perto de uma relação Thor/Loki. Que papel cada um tem, vocês escolhem.

De todo modo, Tsujihara saiu vitorioso mais uma vez. O que vai mudar no estúdio?

  •  O potencial de um projeto em todas as plataformas, não apenas os cinemas, vai passar a ser mais importante. O grande diferencial de Tsujihara, que lhe valeu a ascensão ao cargo de CEO, é sua formação em home entertainment e novas plataformas. Agora seu caminho está aberto para realizar essa visão.
  •  O poder está mais concentrado. A Warner não anunciou um substituto para  Robinov. Em vez disso, três executivos – um de marketing,dois de produção – ganharam novos títulos e passaram a se reportar diretamente a Tsujihara.
  •  A segmentação de repente é possível. Robinov acreditava apenas no arrasa quarteirão, e sua primeira medida como presidente da Warner foi acabar com a Warner Independent, deixando Quem Quer Ser um Milionário à deriva (para sorte da Fox Searchlight…). Tsujihara compreende o poder de consumo de mídias que não dependem de um  único fim de semana para dar retorno. E agora, se quiser, tem a possibilidade de abrir o leque de projetos – até porque um dos promovidos é Toby Emmerich, que vem do único selo de médio orçamento da Warner, a New Line.

E Robinov? Já mandou dizer que não vai querer virar produtor independente, como muitos executivos que caem do alto. Prefere outro emprego na mesma categoria, ou seja, chefe de estúdio. Que não tem exatamente um monte de vagas sobrando.


Academia anuncia prazos para o Oscar 2014
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Ana Maria Bahiana

Alô quem tem filme qualificado para o Oscar 2014 – aqui estão os prazos para submissão de suas obras!

  • Documentário, curta: 23 de setembro
  • Documentário, longa: 23 de setembro
  • Curtas: 1 de outubro
  • Curtas de animação: 1 de outubro
  • Filme estrangeiro: 1 de outubro
  • Longa de animação: 1 de novembro
  • Submissão de créditos de filmes qualificados para longa e demais categorias: 2 de dezembro

Regras de qualificação e outras instruções, aqui.

E lembrando: qualquer longa, em qualquer idioma, produzido por qualquer país, que tenha sido exibido comercialmente em Los Angeles entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2013 pode submeter seus créditos à Academia dia 2 de dezembro e, assim, concorrer ao Oscar.