Blog da Ana Maria Bahiana

Categoria : Gritos e sussurros

Ben Affleck como Batman? Provavelmente não.
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Ana Maria Bahiana

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Eis o que aprendi hoje de uma fonte muito segura: Ben Affleck  NÃO será o Batman do filme Super-Homem X Batman de Zach Snyder. A Warner apertou todos os botões de pânico com a violenta rejeição dos fãs à escolha do novo homem morcego e está há meses estudando um modo de resolver a batata quente sem perder a pose. Segundo o meu (muito informal) terno Armani. o estúdio sabe perfeitamente para quem está fazendo o filme — para os fãs dos dois super-heróis– e, portanto, sabe exatamemte o risco que corre se não agradar a galera.

A questão é como fazer a troca de tal modo que não pareça que a poderosa Warner está se curvando aos gostos e desgostos dos fãs…

O anúncio da nova data de estreia do projeto – 2016- é parte dessa estratégia, um modo de ganhar tempo para escolher o novo Batman e fazer o movimento anti-Affleck esfriar um pouco. Em alguns meses, me garante o Armani, Snyder e Affleck terão uma “divergência criativa”  e/ou Affleck terá um “conflito de agenda” com o novo cronograma de produção.

E quem assume a máscara? O paladino do Leblon provavelmente não. Nomes que ouvi até agora: Josh Brolin e , de novo, Michael Keaton.

E vocês, o que acham? Quem seria um bom Batman-coroa?


Woody Allen: voando para o Rio?
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Ana Maria Bahiana

Estava eu bem feliz acabando minha resenha de Bling Ring quando esta momentosa notícia atravessou minha tela: Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, teria oferecido “100% de financiamento” para que Woody Allen vá fazer um filme no Rio de Janeiro.

Existem alguns aspectos curiosos nessa notícia. A primeira é o modo como a oferta teria sido feita – de acordo com a matéria, os recados de Paes teriam sido enviados ao diretor através da irmã e do vizinho dele, o arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Não exatamente o modo como essas coisas são  acertadas, em geral.

Em segundo lugar, não sei bem como uma cidade pode financiar 100% de um filme. Allen contou com grande apoio, serviços e descontos fiscais em Barcelona, Roma, Paris, Londres e, agora, San Francisco, mas isso cobre apenas parte do custo de produção. Até porque dinheiro público, nesses lugares, é dinheiro público e não algo que possa ser desembolsado livremente segundo os caprichos do poder executivo.

Nota importante: embora os filmes de Allen custem pouco para os padrões daqui,eles ainda saem a um custo entre 15 e 25 milhões de dólares….

Há pelo menos cinco anos o Rio tenta atrair Woody Allen. Já houve uma negociação ao vivo, no Rio, entre a RioFilme e representantes do diretor. Ano passado perguntei a Allen como ele via essa possibilidade. Ele respondeu: “É claro que gosto muito da ideia. Sempre tive vontade de filmar na América do Sul, que é uma presença importante na minha formação como fã de cinema. Mas preciso achar a história certa. Uma história que tenha a cara do Rio.”

Perguntei o que, para ele, era “a cara do Rio” . Resposta: “Algo sensual, passional,exótico. Infelizmente não tenho nada assim na minha gaveta.”

 

Tags : Woody Allen


Go Brazil: Spike Lee e Imagine preparam filmes sobre o Brasil
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Ana Maria Bahiana

Spike Lee está desenvolvendo um documentário sobre a ascensão do Brasil no cenário mundial. O projeto tem o título Go, Brazil, Go! (espero que não traduzam como Pra Frente, Brasil no Brasil) e está no começo da pré-produção. Lee tem uma longa ligação com o Brasil, começando por sua primeira visita ao Festival do Rio em 1986 com seu primeiro longa, She’s Gotta Have It.

A versão norte-americana de Oldboy, dirigida por Lee, estreia dia 25 de outubro aqui nos EUA. Depois dele, e paralelamente a Go, Brazil, Lee realiza, para a HBO, um documentário do espetáculo de Mike Tyson que ele já havia dirigido na Broadway, The Undisputed Truth. Entre uma coisa e outra, junta-se a Zach Braff e os realizadores de Veronica Mars colocando um projeto, ainda sem título, no Kickstarter na esperança de levantar 1.2 milhões de dólares do público para sua realização.

Go, Brazil, Go! não é o único longa com um olhar de fora sobre o Brasil: os irmãos Jim e Michael Zimbalist, diretores do (excelente) documentário The Two Escobars, sobre o chefão da droga Pablo Escobar e o jogador de futebol Andres Escobar , estão em pré-produção em uma cinebio de Pelé. Jim e Michael são roteiristas, diretores e co-produtores (com a Imagine de Ron Howard e Brian Grazer) no que será seu primeiro longa não-documental. O projeto, ainda sem título, vai se ocupar especificamente da transformação do garoto Edson Arantes do Nascimento no craque Pelé, e será falado majoritariamente em inglês.  As filmagens estão previstas para o final deste ano, com lançamento em 2014.


Ainda o blockbuster: hora de redefinir “sucesso”?
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Ana Maria Bahiana

Algumas semanas atrás, quando o verão de Los Angeles ainda era ameno, tive um almoço muito interessante com um grande amigo que, hoje, ocupa uma posição-chave entre os ternos e tailleurs Armani da indústria.

Meu amigo parecia abatido: nos últimos anos seu posto, na linha de frente dos mercados internacionais, tinha se tornado um pouco como a tropa de choque de infantaria que, nos idos tempos em que a guerra era presencial e não por drones, era mandada para a linha de fogo depois que todos os outros recursos – canhões, bombardeios, etc – tinham sido esgotados. Sua missão, como a deles, era salvar os caros fracassos planejados pelos generais, às custas de combate corpo a corpo. Para cada  filme caríssimo que tenha afundado no mercado norte-americano as tropas de choque internacionais têm, agora, que gerar bilheterias suficientes para que o desastre, pelo menos, não seja tão terrível. E recuperar rápido, antes que essas pestes de blogs e mídias sociais e etc espalhem que o filme em questão é, de fato, uma porcaria.

Não esperava voltar tão cedo ao tema do futuro do blockbuster, mas realmente a progressão desta temporada-pipoca dá o que pensar. Por um lado, recordes foram batidos. Por outro, há uma espécie de pânico em câmera lenta se espalhando pelos estúdios, a ansiedade em ver se os miraculosos mercados internacionais vão salvar seus orçamentos de centenas de milhões, ou suas espetaculares bombas.

Para surpresa de absolutamente ninguém – fora, talvez, inexplicavelmente, a própria Disney – O Cavaleiro Solitário está afundando mais rápido do que se possa dizer “ai-ho Silver!”  Lá se vai mais um frankenfilme caríssimo, feito por alguma fórmula cabalística cuja lógica eu ainda não entendi.

 

 

Não é o primeiro naufrágio e , suspeito, não será o último. Uma olhada nas planilhas de bilheteria destas últimas semanas revela o tamanho das decepções: os cinco últimos grandes lançamentos desempenharam abaixo das estimativas dos estúdios. O pior caso foi o de  Invasão à Casa Branca Ataque à Casa Branca, onde nem Channing Tatum de camisetinha a la Bruce Willis em Duro de Matar conseguiu salvar nem Barack Obama Jamie Foxx, nem a bilheteria.

Nessa hora eu me lembro das olheiras do meu amigo: como salvar internacionalmente filmes sobre presidentes heróicos dos Estados Unidos ou baseados num seriado radiofônico que estreou nos EUA na década de 1930? Sinceramente alguém acha que basta rechear fimes de barulho, explosões e correrias ? Alguém leu o relatório da Nielsen divulgado no início do ano, que mostra quem vai ao cinema? Aqui está: o público que vai ao cinema é 51% mulher, entre 25 e 54 anos. Alô? Alguém em casa?

Sabem quem está realmente dando lucro? O ótimo independente Mud, com Mathew McConaughey, que custou 10 milhões de dólares e já rendeu mais de 20 milhões, só nos EUA. Antes da Meia Noite, que custou 3 milhões de dólares e já fez mais de 9 milhões pelo mundo afora. This is the End, que custou 32 milhões de dólares e já passou dos 80 milhões em todo mundo. Truque de Mestre, que custou 75 milhões de dólares, superou as estimativas do estúdio em seu lançamento nos EUA e já rendeu mais de 156 milhões de dólares pelo mundo afora. As Bem Armadas, que custou 43 milhões de dólares e, em uma semana, já fez mais de 62 milhões aqui e no mundo. Ou, é claro, longas de animação: Universidade Monstros, orçamento estimado de 20 milhões de dólares, renda de mais de 325 milhões de dólares; Meu Malvado Favorito 2, orçamento de 75 milhões de dólares, renda pra lá de 134 milhões (em uma semana…)

Uma coisa eu posso dizer com certeza: estes são tempos interessantes para cinemão e cineminha.


O blockbuster ainda tem futuro?
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Ana Maria Bahiana

Não muito tempo atrás, quando a temporada-pipoca começava exatamente agora, no feriadão do 4 de julho, dia da independência norte americana, os estúdios sabiam exatamente o que fazer: por um filmão de ação no máximo possível de telas, e esperar a grana pingar no caixa. Eu disse pingar? Palavra errada. Tsunami seria o mais correto.

Eram os bons tempos de Exterminador do Futuro 2, 31 milhões de dólares em 1991; Independence Day,  50 milhões de dólares na estreia em 1996; MIB Homens de Preto, 51 milhões de dólares em 1997; Transformers, 70 milhões de dólares em 2007.

Mas estes agora são tempos em que um filme como Homem de Aço quebra recordes, faz mais de 528 milhões de dólares pelo mundo afora e ainda não dá lucro (ele precisa fazer três vezes seu orçamento de 225 milhões de dólares para isso), e,ainda por cima, é deslocado do primeiro lugar na bilheteria por um longa de animação, Universidade Monstros. Fenômeno que deve ser repetir exatamente agora, no feriadão, quando outro filme criado dentro da fórmula para fazer sucesso na temporada pipoca – O Cavaleiro Solitário, bem ruinzinho, aliás –  vai levar  uma surra de outro longa de animação, Meu Malvado Favorito 2.

Não sei se os estúdios estão se fazendo esta pergunta, mas me parece o óbvio: o “frankenfilme”, o filme feito por comitê, com todo mundo dando palpite e anexando  o que acha que vai fazer sucesso, ainda funciona? E como é possível sobreviver numa era em que tais projetos só podem ser rentáveis se derem retornos que mais parecem o PIB de alguma pequena república do leste europeu?

Diante disso, ficou ainda mais interessante a leitura desta experiência feita pelo New York Times:  Red, White and Blood,  argumento fictício de um possível frankenfilme colando todos os clichês que, teoricamente, devem dar super certo na bilheteria – Velozes e Furiosos misturado com Duro de Matar, mais romance açucarado e muitas explosões — foi submetido a um produtor, dois executivos de marketing , um especializado nos Estados Unidos,outro nos mercados internacionais, um pesquisador de mercado, um executivo de estúdio e um roteirista.

Cada um deles deu seu palpite, e eis o que eu deduzi que, pelo senso comum hollywoodiano, funciona num filme, hoje:

–       Armas mortais, imensas e apavorantes. Dar tiro é pouco.

–       Ninguém mais aguenta heróis-presidentes. Chefes da CIA ou agentes secretos funcionam melhor.

–       É importante ter atores bonitões que tirem a camisa frequentemente.

–       Os elencos devem ser multi-culturais e multi-étnicos.

–       Se possível, incluir diálogo em outros idiomas,  especialmente espanhol.

–       Menos romance, mais ação. Segundo o marketeiro internacional, romance vende mal internacionalmente. Ação e muitas explosões é o que o público fora dos EUA gosta de ver.

–       Nada de sexo – o filme precisa ser para maiores de 13 anos.

–       Quando em dúvida, destrua coisas espetacularmente. Um monte dessas cenas resolve qualquer fraqueza do roteiro.

O que vocês acham?


José Padilha e Eduardo Coutinho agora são acadêmicos
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Ana Maria Bahiana

José Padilha está entre os 276 profissionais de cinema convidados oficialmente a entrar para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, este ano. Padilha, contudo, foi convidado não pelo departamento de diretores mas, como Eduardo Coutinho , pelo de documentário, por seu trabalho em Ônibus 174 e Segredos da Tribo. Coutinho foi convidado por As Canções e Cabra Marcado Para Morrer (20 Anos Depois).

A Academia não divulga dados de seus integrantes por nacionalidade (“o cinema é internacional”, me disse um porta-voz) mas os brasileiros Walter Salles, Fernando Meirelles, Sonia Braga, Braulio Mantovani, Fábio e Bruno Barreto, entre outros, estão entre seus membros.

O processo de adesão à Academia é anual, e começa com esse convite oficial de ingresso, emitido pelos diversos departamentos, segundo as indicações de seus integrantes.

Os convites a diretores foram definitivamente internacionais este ano: Pablo Larraín , Nikolaj Arcel , Steve McQueen, Joachim Rønning , Espen Sandberg , Kim Nguyen , Jafar Panahi (que também foi convidado pelo departamento de documentário). Os independentes Benh Zeitlin (cujo pai, aliás, é brasileiro) e Ava DuVernay também receberam convites.

Entre atrizes e atores, os convidados incluem Emmanuelle Riva, Jennifer Lopez, Joseph Gordon Levitt, Rosario Dawson, Milla Jovovich, Danny Trejo e Lucy Liu.

Outros convidados interessantes incluem Prince (para o departamento de música); Matt Groening – até que enfim!!!– (para o departamento de animação); as atrizes Sarah Polley, Julie Delpy e Lena Dunham (para os roteiristas); e o tão mencionado, ultimamente, Kevin Tsujihara (para os executivos).

É uma seleção que mostra um esforço para tornar a Academia mais diversificada, jovem, multi-cultural e internacional, com certeza.

No atual processo de escolha do Oscar, os integrantes de cada departamento apontam os indicados em cada categoria. Na rodada final para escolha dos vencedores, votam todos os acadêmicos.

 


Legendary acaba parceria com a Warner
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Ana Maria Bahiana

Vou ser obrigada a começar este post com mais um “para surpresa de absolutamente ninguém”: a Legendary rompeu mesmo com a Warner. A parceria, iniciada em 2005, estava sendo re-negociada nestas últimas, tumultuadas semanas no estúdio. E agora terminou de vez.

Para quem chegou agora: a Legendary é uma empresa basicamente de financiamento, levantando por conta própria a maior parte dos custos (cada vez maiores) dos grandes projetos da Warner, em troca da posse de uma grande porção dos direitos e da receita dos mesmos.  Em muitos casos a Legendary foi a única financiadora – a Warner entrou com distribuição e marketing. Foi graças à Legendary que filmes como a franquia Harry Potter, a trilogia Batman, de Chris Nolan, e, agora O Homem de Aço e Pacific Rim foram possíveis.

Como vocês leram aqui em baixo, Bruce Rosenblum um dos grandes rivais derrotados do atual chefão da Warner, Kevin Tsujihara, saiu do estúdio para a Legendary há pouco tempo. Vindo da Warner TV, Rosenblum foi a peça que faltava nos planos atuais da produtora: tornar-se, na visão seu fundador e CEO, Thomas Tull, uma produtora global de conteúdo em todas as plataformas, inclusive TV e novas mídias.

É quase Game of Thrones, amigas e amigos.

Os planos de expansão de Tull e companhia, aliados a Rosenblum, bateram de frente com o shogun Tsujihara, que gosta de controlar todas as operações da Warner e não gosta nem um pouco da ideia de criar um rival dentro de seus domínios.

As duas perguntas para o próximo capítulo desta saga:

1. Onde a Legendary vai aportar? Claramente a empresa de Tull não se interessa (por enquanto) em investir em distribuição e marketing, e não vai demorar nada a achar um parceiro, numa indústria absolutamente voraz e necessitada de parceiros com grandes cofres e/ou contatos. Candidatos mais prováveis: a Universal (com quem eles estão reunidos neste momento) e Sony.

2.Onde a Warner vai achar quem co-financie seus filmes de 100, 200 milhões de dólares? Vai depender muito, arrisco dizer, de: o quanto dos direitos das propriedades co-financiadas com a Legendary eles conseguirem comprar de volta (a franquia Harry Potter está no topo da lista)); e o quanto esta safra, liderada por O Homem de Aço e, em breve Pacific Rim, vai render internacionalmente.

Aguardem a continuação…


O que muda na Warner com a saída de Jeff Robinov?
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Ana Maria Bahiana

E , para surpresa de absolutamente ninguém, Jeff Robinov deixou o cargo de presidente da Warner.  Não, O Homem de Aço não teve nada a ver com isso, embora haja uma trama paralela que tem uma ligação com Krypton (continuem lendo). Na verdade, se vocês viram o episódio final da sexta temporada de Mad Men, que foi ao ar ontem aqui nos Estados Unidos, a saída de Robinov tem um bocado  a  ver com a antepenúltima cena… Mas não falo mais sobre isso para evitar spoilers.

Para por em contexto a saída de Robinov do estúdio líder, é importante saber algumas coisas:

  •  É uma mudança importante, mas não tão importante quanto era, digamos, em meados do século passado. A autoridade de um presidente de estúdio, hoje, é considerável, mas limitada pela estrutura corporativa à qual  ele pertence. Um estúdio há tempos não é mais uma unidade autônoma, com decisões tomadas por poucos- é parte de um grande complexo, com decisões tomadas por muita gente, e contas a prestar, também.
  •  Quando, dois anos atrás, o então co-chairman e CEO da Warner, Alan Horn–  que dividia a liderança da divisão de entretenimento do conglomerado com, Barry Meyer, e, de fato, que geria o dia a dia do estúdio –  saiu do estúdio  e  Meyer anunciou que se aposentaria ao final do seu contrato, em 2013, começou uma briga interna feroz, digna de um filme de super-heróis. Três executivos – Bruce Ronsemblum, presidente da Warner TV, Jeff Robinov, o ex-agente que chefe do estúdio,  e  Kevin Tsujihara, líder da divisão de home entertainment e novas mídias – passaram os próximos 24 meses batalhando pelo cargo.

Em janeiro, Tsujihara venceu a disputa.

Rosenblum foi embora para a Legendary, a produtora que vem co-financiando e co-produzindo praticamente todos os arrasa-quarteirão do estúdio (inclusive Homem de Aço). Três semanas depois de Rosenblum aderir à Legendary, a produtora anunciou sua intenção de não mais parceirar com a Warner, em grande parte para  manter maior controle sobre o conteúdo, o custo e o retorno de seus projetos.

Robinov ficou. Batendo de frente com Tsujihara praticamente todos os dias. Não era ainda uma situação Kal-El/ Zod, mas estava bem perto de uma relação Thor/Loki. Que papel cada um tem, vocês escolhem.

De todo modo, Tsujihara saiu vitorioso mais uma vez. O que vai mudar no estúdio?

  •  O potencial de um projeto em todas as plataformas, não apenas os cinemas, vai passar a ser mais importante. O grande diferencial de Tsujihara, que lhe valeu a ascensão ao cargo de CEO, é sua formação em home entertainment e novas plataformas. Agora seu caminho está aberto para realizar essa visão.
  •  O poder está mais concentrado. A Warner não anunciou um substituto para  Robinov. Em vez disso, três executivos – um de marketing,dois de produção – ganharam novos títulos e passaram a se reportar diretamente a Tsujihara.
  •  A segmentação de repente é possível. Robinov acreditava apenas no arrasa quarteirão, e sua primeira medida como presidente da Warner foi acabar com a Warner Independent, deixando Quem Quer Ser um Milionário à deriva (para sorte da Fox Searchlight…). Tsujihara compreende o poder de consumo de mídias que não dependem de um  único fim de semana para dar retorno. E agora, se quiser, tem a possibilidade de abrir o leque de projetos – até porque um dos promovidos é Toby Emmerich, que vem do único selo de médio orçamento da Warner, a New Line.

E Robinov? Já mandou dizer que não vai querer virar produtor independente, como muitos executivos que caem do alto. Prefere outro emprego na mesma categoria, ou seja, chefe de estúdio. Que não tem exatamente um monte de vagas sobrando.


Jonathan Demme adere à TV
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Ana Maria Bahiana

Enquanto isso, no cada vez mais interessante mundo da TV, mais um diretor de responsa adere à tela doméstica: Jonathan Demme, que já fez muitos documentários para TV e dirigiu um episódio da infelizmente cancelada, maravilhosa Enlightened, acaba de fechar com a AMC para produzir e dirigir o piloto do que pode vir mais uma série campeã do canal, Line of Sight. Blake Masters (Brotherhood) é o roteirista do que ele define como “um sci-fi cheio de twists” sobre um investigador especialista em desastres de avião que, miraculosamente, sobrevive a um deles. (Humm… Lost?)

Depois de ter ressuscitado The Killing das garras da execração pública, graças a uma parceria com a Netflix, o AMC está cheio de energia e projetos – a nova série policial Low Winter Sun estréia aqui em agosto, e em breve teremos Turn, história de espionagem no século 18, durante a guerra de independência dos Estados Unidos, e Halt & Catch Fire, sobre o boom dos computadores domésticos nos anos 1980.

Line of Sight, uma co-produção com a Fox, será filmado no segundo semestre, para estréia no início de 2014.