Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : fevereiro 2013

Oscar 2013: re-imaginando os nove indicados a melhor filme
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Ana Maria Bahiana

No que provavelmente é a melhor iniciativa em um ano repleto de pisadas na bola, a Academia  estendeu sua parceria com a Galeria 1988 e encomendou a nove jovens artistas plásticos e gráficos uma nova visão dos filmes indicados ao Oscar maior. Os nove cartazes estarão ao lado do poster que celebra os 85 anos do Oscar, na exposição For Your Consideration, na Galeria 1988, aqui em LA.

Além de Amour, o que mais me tocou, lá em cima (por Matt Owen), os meus favoritos (créditos: AMPAS/Galeria 1988):


85 anos de Oscar celebrados num poster icônico
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Ana Maria Bahiana

Como vai seu conhecimento do Oscar? Os 85 filmes vencedores do prêmio supremo — melhor filme — estão iconizados neste poster comemorativo dos 85 anos da estatueta, obra do designer britânico Olly Moss: cada estatueta “encarna” o espírito do filme que a recebeu.

O cartaz, uma edição especial, faz parte da exposição For Your Consideration, que começa dia 14 na Galeria 1988 aqui de Los Angeles, e está também disponível para venda (durante pouco tempo) através do site da Academia ou pelo telefone 1-877-335-8936

E então, sem colar: que filme ganhou em qual ano?


Netflix: a TV saiu da TV… e José Padilha pode estar nela
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Ana Maria Bahiana

Kevin Spacey e Robin Wright numa cena de House of Cards

 

A criação de material original  para exibição exclusiva no serviço on demand Netflix vai continuar – e José Padilha pode ser um dos realizadores a tirar proveito da nova plataforma.

A Gaumount International Television está em negociações com a Netlflix para produzir Narcos, uma série dramática de 13 episódios sobre a ascensão e queda de Pablo Escobar, o poderoso chefão do Cartel de Medellin. Doug Miro e Carlo Bernard, autores de Filhos da Esperança, serão os roteiristas e , se as negociações chegarem a bom termo, a série estreará na Netflix em 2014.

Desde 2011, com a série Lilyhammer – uma co-produção com a sueca Rubicon TV- a Netflix vem investindo pesado na criação de conteúdo original para complementar seu cardápio habitual de filmes e séries de TV para download/aluguel. Dia 1 de fevereiro a Netlflix estreou House of Cards, adaptação norte-americana , produzida por David Fincher e estrelada por Kevin Spacey, da série homônima da BBC (mais detalhes e uma resenha em breve aqui no blog). A Netflix não divulgou números de audiência, mas a empresa de análise de consumo online Procera indicou um ótimo perfil de retenção da série, com um núcleo substancial de fãs que preferiram  ver os 13 episódios ao mesmo tempo, em sequência – uma opção disponível em todas as séries da Netflix.

Dia 19 de abril a Netflix estreia  a série de terror Hemlock, criada por Eli Roth. A série de comédia Derek, criada por Ricky Gervais e co-produzida com a BBC, a volta da super cult Arrested Development e a série de dramédia Orange is the New Black, produzia por Jenji Kohan, criador de Weeds, são os lançamentos seguintes.


Almoço do Oscar, 2013: a festa antes da batalha final
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Ana Maria Bahiana

O Presidente da Academia, Hawk Koch, põe Steven Spielberg no devido lugar na “foto de turma” dos indicados ao Oscar 2013.

Quando a Academia inventou o Almoço dos Indicados, 32 anos atrás,  a ideia era promover um congraçamento entre rivais, à sombra do inevitável: os votos já estavam lançados, os contadores faziam seu trabalho, nada mais podia ser mudado, por que não celebrar? Nas palavras da então presidente Fay Kanin, “ é apropriado que a Academia crie um evento que possa homenagear individualmente o talento de cada um dos indicados ao Oscar.”

Isso foi nas priscas eras de março de 1982,  antes das mudanças de data, antes da queda de audiência de shows de premios e, é claro, muito antes de internet, midias socias e etc.  Em 2013, o Almoço dos Indicados  está  quatro dias ANTES do encerramento dos votos – não vou jurar, mas me parece que é a primeira vez na história do premio que isso acontece—e cumpre outras funções.

A principal delas: aquecer o interesse de midia e do público. O Oscar  alterou todo o seu calendário mas continua sendo o último prêmio a ser entregue na temporada. Em outros tempos, isso era o equivalente a ser o show principal depois que um monte de bandas tinham aquecido a plateia. Numa era de informação abundante e constante como agora, estar no fim da temporada implica em ter que estar sempre lembrando que está vivo,  que é importante e que merece mais atenção do que, digamos, o mais recente video de gatos no You Tube.

As coadjuvantes: Sally Field, Amy Adams, Jackie Weaver, Anne Hathaway e Helen Hunt no Almoço dos Indicados

Não é a toa que, este ano, a Academia só não fez streaming do almoço (e acho difícil que algum dia faça – este é um dos poucos momentos de privacidade que esta elite de indicados tem durante todo o processo). Teve twitter, instagram, posts no Facebook e live blogging, focalizando bastante na presença das estrelas, detalhes do cardápio, piadas, pequenos incidentes.

 

Altos papos: Jennifer Lawrence e Hugh Jackman…

..Bradley Cooper e Christoph Waltz.

Não é a toa também que, ao contrário do que acontecia nas duas primeiras décadas do almoço, as estrelas – 17 dos vinte indicados nas categorias dramáticas!,  a Academia divulgou, orgulhosa–  compareceram em peso: este é o momento de re-aquecer também suas campanhas, lembrar ao público que, além de todos aqueles outros premios, eles estão no olho do furacão do maior de todos. E também , é claro- por favor votantes, não se esqueçam de mim.

E este também é o momento em que, ansiosamente, a cada vez maior comunidade de prognosticadores do Oscar tenta ler as entranhas da festa para lançar seus penúltimos pronunciamentos oraculares. A verdade é que os aplausos durante o almoço – no qual os indicados se levantam, um a um, para tomarem seu lugar na “foto de turma” que celebra  os escolhidos de cada ano – representam muito mais os gostos da midia presente do que os dos 6 mil votantes que, em sua maioria, não estão no International Ballroom do Beverly Hilton (ironicamente, sede dos Globos de Ouro), onde cabem, no máximo, 1.200 pessoas.

O que minha experiência me mostrou é uma ideia plantada na cabeça de alguém na hora certa pode acabar virando fato, mais adiante. Os estrategistas de campanha sabem disso muito bem e nunca tiveram uma janela mais perfeita do que esta – semear “tendências” de votos meros cinco dias antes do começo das votações!

Outra tradição do Almoço dos Indicados é o discurso dos produtores pedindo – sempre, sempre, sempre-  que os vencedores encurtem seus agradecimentos. Este ano as coisas estão indo mais adiante: os produtores Craig Zadan e Neil Meron estão investindo firme na ideia da “descontração”, e insistindo que os oscarizados não preparem discursos, sejam espontâneos, façam dancinhas, joguem beijos, chorem, tudo menos aquela lista que em geral começa com a esposa ou esposo e o agente, mais ou menos nessa ordem.

Este ano, além de descontração, talvez tenhamos um show a toda velocidade: durante o Almoço Zadan informou que ele e Meron passaram horas vendo tapes das festas anteriores do Oscar e chegaram à conclusão de que o evento tem muito tempo morto. “O show tem pausas demais quando nada acontece”, disse Zadan. “Cortamos todas elas para dar mais tempo para homenagear os indicados e vencedores. E, é claro, para os outros grandes momentos, como a homenagem a James Bond e os números musicais de Barbra Streisand, Norah Jones e Adele.”