Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : fevereiro 2013

Senhoras e senhores, com vocês: os Oráculos do Oscar 2013!
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Ana Maria Bahiana

O Dr. Schultz , tiro certeiro, derrubou muita gente este ano, mas não impediu dois bicampeonatos: o de Danielle Lima, pitonisa de 2009 e de Carlos Cirne, oráculo de 2011. A esses dois bicampeões se somaram, com 21 fenomenais acertos, três bravos representantes dos pagos do sul: Nina Ferreira, de Criciúma, Santa Catarina, Wesslley Rafael Markus, de Teutônia, Rio Grande  do Sul, e Gustavo Cruz, de Florianópolis, Santa Catarina.

A prata, com 20 acertos, vai para Matheus Mafra, Matheus Bonez, Thiago Silva Mendes, Warwick Kerr, Raphael Valenti, Rafael Modolo Broio, Victor Hugo, Matheus Policarpo Correia, Alexandre Masato Anan, Afabio Gumercindo e Toni Diniz.

O bronze, com 19 acertos, teve tanta gente que não ia caber aqui…

A todos eles, os mais entusiasmados parabéns!! E a todo mundo que participou, meu muito obrigada!

E agora com vocês, em toda a sua glória, os Oráculos do Oscar 2013!!!

 

A Oráculo Nina (à direita) com sua filha cinéfila, Viviana, em Roma, Cidade Aberta.

Nascida em Curitibanos, SC, Nina Ferreira é, há 18 anos, especialista em educação no Colégio Rogacionista Pio XII,em Criciúma, lecionando para crianças de 9 a 10 anos as disciplinas de Português, Matemática, Ciências, História e Geografia.

Sou fã de cinema desde a infância, pois minha residencia ficava ao lado de um cinema. Foi lá que me apaixonei pela sétima arte, paixão esta que transmiti à minha filha Viviana, advogada com 25 anos (e transmitida à mim pela minha mãe, Antonia, fã dos filmes de Sergio Leone). Aprimorei o gosto pelo cinema e pela premiação do Oscar, em função de minha filha ter um blog de cinema (www.cinefilando.blogspot.com) e de colaborar para alguns sites especialistas do assunto (como DVD Magazine e Scoretrack.net). Todos os anos, a partir do mês de novembro, eu, minha filha, e familiares, assistimos a todos os filmes contenders da temporada. Este ano não foi diferente. Embora o corre corre semanal tenha limitado o nosso tempo, seguimos a nossa tradição, conferindo os favoritos e formulando as nossas apostas (sendo que neste ano teve um gostinho especial, pois a cerimonia ocorreu no dia 24 de Fevereiro, dia do aniversário da Vivi). Fico alegre em saber que sou o oráculo deste ano, e gostaria de dividir este prêmio com a minha filha e com os meus educandos, pois o cinema também faz parte da minha sala de aula. Que as pessoas continuem apaixonadas por este mundo mágico que deixa as nossas vidas melhores.”

Danielle Lima, bicampeã do Oráculo.

A carioca  bicampeã Danielle Lima é advogada e historiadora da arte, mas trabalha como bancária. Quando não está no cinema…
“Depois de algum tempo sem participar do concurso oracular, retornei com força total. Foi um ano previsível, pois minha única surpresa foi na categoria “Design de produção”. Assisti todos os filmes, com exceção dos documentários. Algumas apostas foram sentimentais: “Valente” e Ang Lee, pois me emocionaram e não consegui racionalizar (por sorte!).”

 

Wessley com cara de vitorioso

Wesslley Rafael Markus, é de Teutônia, Rio Grande do Sul, onde, aliás, não tem cinema.

”Mas sempre que posso vou ao cinema de uma cidade vizinha, que mesmo não sendo um cinema tão bom, dá para assistir filmes de vez em quando. Desde o primeiro dia após o Oscar 2012, eu visitava blogs e sites do Brasil e do Mundo especializados em cinema procurando saber quem eram os possíveis indicados e vencedores em cada categoria, e meu esforço foi premiado agora no Oscar 2013 e espero que se repita nos bolões do Oscar 2014, 2015, 2016… Boa sorte para vocês na próxima.”

Gustavo no antigo Kodak, hoje Dolby, antecipando sua vitória.

 

Gustavo Cruz e Silva é estudante de jornalismo em Florianópolis/SC.

Fico feliz de ter ido bem nas minhas previsões, este ano especialmente, com tantas categorias em aberto e em uma temporada atípica. Dedido meu “sucesso” a você, que sempre interage com os leitores e nos mantem por dentro de tudo. Você é uma “insider” em quem a gente confia. “

 

O bicampeão Carlos Cirne

O bicampeão Carlos Cirne, de São Paulo, SP, é designer gráfico especializado em identidade corporativa e branding, e jornalista da área de entretenimento; ele apresenta também o Colunas & Notas na Web, revista semanal sobre teatro.

No meu discurso não posso deixar de agradecer à Academia do Oráculo do Oscar, na figura de sua presidente Ana Maria Bahiana, aos meus pais e irmãos (praxe), o apoio dos amigos (idem) e o incentivo irrestrito de meu parceiro, Marcelo Pestana.

 

 

 

 


O que se sente ao ganhar um Oscar?
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Ana Maria Bahiana

As estatuetas do Oscar ficam organizadinhas numa mesa nos bastidores do teatro Dolby durante o show (nos idos tempos, quando o Oscar perambulava do Dorothy Chandler para o Shrine Auditorium, no centro de LA, elas ficavam na cozinha…)

As estatuetas são todas numeradas, sem nomes _ esses são gravados durante o Governors’ Ball, o grande jantar com que a diretoria da Academia celebra indicados e ganhadores.

Estas fotos aqui (de Sara Woods/A.M.P.A.S), capturam exatamente como se sente um/uma ganhador/ganhadora do Oscar…

 

 


Oscar 2013: sem surpresas, e interminável
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Ana Maria Bahiana

Ah, Oscar, o que fazer com você? Às vezes você parece uma criança teimosa que a gente quer muito bem, mas que não pára de fazer bobagens.

E não estou falando nem das escolhas, que foram praticamente como previstas. E na hora em que a gente pensa em quantos outros filmes são superiores ao (muito bom) Argo, é preciso repetir mentalmente aquele mantra: com todo o seu glamour e prestígio, o Oscar é apenas a manifestação da opinião de um grupo de pessoas num determinado momento.

No caso, o grupo de pessoas é a síntese da indústria cinematográfica norte americana – com um grande componente internacional, que cresce a cada ano – e suas escolhas refletem o consenso de seu gosto, neste ano. Curiosamente, a esnobada (ou teria sido um acidente de percurso por conta do novo esquema de votação? ) em Ben Affleck como diretor só serviu para chamar ainda mais atenção dos votantes para Argo. Com seus três Oscars, Argo foi o primeiro filme desde 1990 (Conduzindo Miss Daisy) a ganhar o prêmio maior sem ter uma indicação para seu diretor, e apenas a quarta vitoria desse tipo em 85 anos de Academia.

Quem definitivamente implodiu foi Lincoln – o super favorito na largada, acabou rendendo apenas o já muito anunciado Oscar para Daniel Day Lewis (o terceiro em sua carreira, outro recorde no Oscar) e outro para sua direção de arte (que, a meu ver, deveria ter sido de Anna Karenina).

As Aventuras de Pi e Django Livre entraram no vácuo deixado pelo filme de Spielberg, com Ang Lee ficando com o Oscar de melhor diretor (entre os quatro que o filme recebeu) e Quentin Tarantino com o de melhor roteiro original, mais o prêmio de coadjuvante para Christoph Waltz, repetindo a escolha dos Globos. (Aliás, contrariando até mesmo o que eu penso, as escolhas da Academia este ano foram praticamente idênticas às dos Globos. Menos aquele detalhe embaraçoso de Argo ter-se dirigido sozinho…)

Pi era mesmo a cara da Academia: épico mas íntimo, emotivo mas positivo, visualmente lindo. Django para mim foi a surpresa da noite: o tom, o tema e a linguagem de Tarantino nunca estiveram tão distantes do gosto médio dos acadêmicos. E no entanto…

Mas não, não estou falando das escolhas. Estou falando do evento. Pelos deuses do cinema, o que foi aquilo? Ninguém aprendeu nada com a Branca de Neve de 1989, ou a perpétua saia justa de James Franco e a pobre Anne Hathaway em 2011?

Acho que não. Os produtores Neil Meron e Craig Zadan estavam mais preocupados em louvar a si mesmos, mostrar o quanto Chicago – que eles produziram – foi importante para uma “volta dos musicais” que nunca aconteceu.

Números musicais se atropelavam sem estrutura e sem razão, salvos eventualmente pela classe de uma Shirley Bassey, o carisma de uma Adele e o fôlego de uma Jennifer Hudson. Houve uma “homenagem” aos 50 Anos de James Bond (para justificar os anúncios do Conselho Turístico da Grã Bretanha nos intervalos?) limitada a um número musical. Uma “homenagem” aos musicais que se limitou a três filmes dos últimos 10 anos (e Hairspray, que Meron/Zadan também produziram, citado nos painéis de abertura atrás do semi-mumificado John Travolta). E referencias a melhor canção tão desconcatenadas que quando o Oscar da categoria foi finalmente anunciado, ninguém mais se lembrava que ele existia.

O resultado final foi um espetáculo cansativo, tedioso, esticado além dos limites da paciência por números longos demais.

Oscar é sobre cinema. Transformar esse tema em um grande espetáculo não é fácil, concordo. Mas certamente o caminho escolhido neste domingo não foi exatamente o mais feliz.

E Seth…. Ah, Seth! Sim, ele sabe cantar, dança direitinho e, como criador de animação em TV, tem talento. Como host…

Eis duas coisas que um bom host não faz: achincalhar a plateia e o tema da festa que está apresentando; e fingir que não está achincalhando, pedindo desculpas falsas, dizendo que é tudo parte do número, que , ei, é uma piada.

Ninguém quer ver o Oscar – onde os presentes na plateia estão investidos com suas carreiras, e os espectadores em casa com suas emoções e sua torcida – para ser chamado de idiota, crédulo, irrelevante. Há uma fina arte em cutucar com elegância, fazer rir por expor absurdos e incoerências sem precisar realmente ofender ninguém. Em seu auge, Johnny Carson e Billy Crystal faziam isso sem o menor esforço. Já Seth resolveu abrir o Oscar com uma canção adolescente sobre peitos, fingir que chocava a plateia e depois retratar-se falsamente com a intervenção do Capitão Kirk/William Shatner vindo “do futuro” para recrimina-lo. Como melhorar depois disso? (Resposta: impossível.)

E ainda houve um patético número de encerramento com uma palavra que a Academia, em idos tempos, proibia de ser usada- “perdedores”. Sorte que ninguém no Dolby viu, já que todos os presentes correram para as saídas assim que a turma de Argo aceitou seu Oscar.

Não sei ainda o que pensar sobre a aparição de Michelle Obama para apresentar melhor filme. Será que a dupla de produtores preparou o número pensando que Lincoln iria ganhar? A Primeira Dama e sua franja são muito simpáticas, mas não seria melhor manter um prêmio de cinema dentro da esfera do cinema?

No final das contas os momentos de real graça, real beleza e real emoção da festa ficaram por conta do que ela tem de genuíno: o talento de seus protagonistas. O maior riso da noite veio por conta de Daniel Dany Lewis garantindo que tinha sido abordado para fazer o papel de Margaret Thatcher. Os maiores aplausos, para as gargantas de ouro de Shirley Bassey, Adele e Jennifer Hudson. As emoções mais fortes, na homenagem ao grande Marvin Hamlisch na voz de sua amiga Barbra Streisand (amplificada pelo fato da canção “The Way We Were”, de Hamlisch, já ser o tradicional tema do segmento “in memoriam” da noite) ; na empolgação de Ben Affleck e Jennifer Lawrence; e na revolta da plateia com a tentativa de calar Bill Westenhofer, presidente da falida Rhythm ‘n Hues, oscarizada por efeitos especiais.

Oscar, a gente gosta de você. Mas por favor, não abuse de nossa paixão. E até o ano que vem.


Oscar 2013: para as atrizes, muitas possibilidades
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Ana Maria Bahiana

Diretamente dos preparativos para o Oscar 2013, minha análise das principais categorias.

Nas categorias melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, existe uma quase certeza cercada de muitas opções por todos os lados: Jennifer Lawrence? Jessica Chastain? Emmanuelle Riva?

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Está lançado o Oráculo do Oscar 2013
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Ana Maria Bahiana

(foto: Matt Petit/A.M.P.A.S.)

 

A Academia mudou seus prazos de votação… por que não mudar os do Oráculo também? Está oficialmente aberta a temporada de palpites, chutes e pontapés conhecida inter-galaticamente como o Oráculo do Oscar.

O sistema é muito simples, mas este ano, também como a Academia, mudei um pequeno mas importante detalhe da votação. Vamos lá:

1. Mande seus palpites de quem vai ganhar o Oscar em TODAS as categorias para o email oraculo2013@bol.com.br  . APENAS emails enviados para este endereço serão considerados válidos.

2. O prazo para votação começa no momento em que você lê este post e termina INEXORAVELMENTE às 17 horas (horário de Brasilia) de domingo, dia 24 de fevereiro.

3. Agora a novidade: Depois dos Oscars conte seus acertos. Se você acertou um mínimo de 17 categorias, mande um novo email para o mesmo endereço, com o número de seus acertos. Assim, os resultados vão sair mais rápido e todos ficarão mais felizes (ou não…)

Quem tiver o maior número de acertos se torna automaticamente Oráculo do Oscar e reina absoluto em sua sabedoria oracular até o Oscar 2014.

Como sempre, os Oráculos 2013 serão homenageados com um post em grande estilo aqui no blog, e um pacote com itens exclusivos da temporada de prêmios.

E cuidado que este ano a pista está escorregadia…

Muito boa sorte a todos… Vejo vocês no Dolby Theater, certo?

 


Picadinho de Oscar: confusão de voto (ainda), corpo a corpo, apresentadores
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Ana Maria Bahiana

Apenas um fim de semana prolongado – segunda é feriado nos Estados Unidos – nos separa do prazo final para entrega dos votos para o Oscar.

Eis o que está acontecendo:

  • Os votantes AINDA estão reclamando do sistema de voto. Embora haja a opção da cédula de papel, ela tem que ser requisitada, e tem gente achando que isso é “trabalho demais”. Ligar para o número gratuito para obter a senha para a votação online também é “trabalho demais”. Espero desastres épicos.
  • Shirley Bassey foi confirmada no show do dia 24. Parte da homenagem aos 50 anos da franquia James Bond. Considerando que Adele e “Skyfall” são não apenas indicados mas favoritos, tudo fica muuuuito interessante.
  • Os indicados estão roucos de tanto falar. Esta é a essência da campanha, a esta altura: exibições dos filmes indicados seguidos de sessão de pergunta e resposta com a plateia, obviamente salpicada de votantes.
  • E esse é um elemento que pode prejudicar seriamente Emmanuelle Riva. Mesmo antes da vitória nos BAFTAs seu nome vinha crescendo em zum-zum entre votantes que demoraram a descobrir Amour. Mas Riva, do alto do esplendor dos seus 85 anos, tem mais o que fazer do que aturar 16 horas num avião para vir falar com os acadêmicos…
  • Apresentadores confirmados até agora: Ben Affleck, Jessica Chastain, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Sandra Bullock, Nicole Kidman,  Reese Witherspoon, Mark Wahlberg, Ted , Os Vingadores – Robert Downey Jr., Samuel L. Jackson, Chris Evans, Jeremy Renner e Mark Ruffalo – Jean Dujardin, Christopher Plummer, Octavia Spencer, Meryl Streep;  o elenco de Chicago – Richard Gere, Queen Latifah, Renée Zellweger e Catherine Zeta-Jones- Joseph Gordon-Levitt, Daniel Radcliffe, Channing Tatum e Charlize Theron.
  • Atenção ao domingo: premios da Writers Guild serão anunciados em cerimônias simultâneas em Los Angeles e Nova York. Em Nova York, uma homenagem especial a Nora Ephron.

Si, tenemos telenovela
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Ana Maria Bahiana

As coisas estão mudando mais rápido do que todos esperavam no mundo do entretenimento tela-pequena. E ontem, terça feira, pode ter sido uma dessas datas-marco no calendário dessa evolução (ou revolução)

Eis o que aconteceu ontem, dia 12 de fevereiro :

  1. A Netflix anunciou a abertura de mais uma frente na oferta de conteúdo original, investindo no público infantil com Turbo, nova série baseada no longa de animação carro-chefe da DreamWorks para este verão norte-americana.
  2. Na TV aberta, DUAS novelas mexicanas da Univision deram uma surra em grande estilo na produção angla, na faixa de público mais cobiçada , 18 a 39 anos. Na noite de ontem as novelas Amores Verdaderos e Por Ella Soy Eva  foram respectivamente o primeiro e o segundo lugar de audiencia entre 18 e 39 anos nos Estados Unidos, deixando um tímido terceiro lugar para NCIS-LA. Como se isso não bastasse, uma terceira novela mexicana, Amor Bravio, apareceu no top 10, em sexto lugar na mesma faixa de audência.

 

Certo que era, como a Variety coloca, uma noite atípica, dominada pela transmissão do discurso anual do Presidente (que ficou em quinto lugar e quase quase perde para Amor Bravio…) e com a maioria das redes abertas ainda com episódios em reprise (NCIS-LA era uma repetição).

Mas é impossível não ver uma mudança rápida do perfil do consumidor de entretenimento doméstico nos EUA. O modelo “novela” ganha vantagem na TV aberta graças à explosão da população latina (que majoritariamente não compra os pacotes mais caros da TV paga, ou simplesmente não tem TV por assinatura) e o modelo “série/mini-série/telefilme” migra cada vez mais velozmente para as novas opções (pagas) da TV por assinatura (incluindo, e principalmente, a TV fora-da-caixa, como a Netflix) onde um modelo de produção aproximado ao do cinema é possível graças a um fluxo controlado e previsível de renda,  um perfil bem definido de audiência e maior liberdade criativa para os realizadores.

Vai ser interessante ver onde isso vai dar….