Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : Meryl Streep

Oscar 2015, além do palco
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Ana Maria Bahiana

Foi uma noite chuvosa, fria e longa, e , no final, a audiência caiu em 16% em comparação com o ano passado, quando a efeverscência de Ellen garantiu o pique da noite. Mas para quem ganhou (e não ganhou) a emoção continuou sem igual. O que você não viu…

Nos bastidores do Dolby:

 

 

No Governors’ Ball:


Johnny Depp e Meryl Streep em clima de conto de fadas
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Ana Maria Bahiana

Vocês achavam que a moda do filme baseado em conto de fadas tinha acabado? Nem pensar. Neste final de semana, dois projetos dentro dessa tendência, ambos com raízes na Broadway, ganharam novo fôlego:

  • A Disney está acabando de fechar contrato com Johnny Depp e Meryl Streep para estrelar a adaptação cinematográfica do musical Into de Woods. Depp fará o padeiro que não consegue ter filhos e viaja com sua esposa através da floresta encantada, buscando a bruxa — Meryl Sreep — que o teria amaldiçoado. Rob Marshall (Chicago, Nine, Memórias de uma Gueixa, Piratas do Caribe IV) vai dirigir.
  • A Universal pos uma pilha nova no projeto de trazer para outro musical de sucesso_ Wicked, a história revista das bruxas do Mágico de Oz. O que me contam é que o lançamento de Oz Mágico Poderoso mexeu com os brios da concorrência _ há anos e anos a Universal, que detem os direitos da peça, vem empurrando o projeto sem nenhum entusiasmo. Agora, o diretor Stephen Daldry  e o produtor Marc Platt (Nine, Scott Pilgrim Vs The World, Legalmente Loira) estão no comando, com ordens para acelerar as coisas, visando um lançamento em 2014.

E para continuar no clima, aqui vai mais uma foto dos preciosos arquivos da HFPA: Johnny Depp em junho de 2003, divulgando o primeiro Piratas do Caribe.


A esperança brota, eterna, no novo filme de Meryl Streep
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Ana Maria Bahiana

Numa temporada em que tudo tem uma dimensão gigantesca, e cada lançamento parece querer derrubar o outro numa espécie de olimpíada do ruído, movimento, número de personagens, tiros e explosões, é um prazer estranho e delicioso ver um filme pequeno em todos os sentidos. Deliberadamente pequeno, como um concerto de música de câmara diante de uma sinfonia para coral e orquestra, um solo de violão versus um duelo de guitarras heavy metal.

Foi assim que me senti quando acabei de ver Um Divã Para Dois (Hope Springs, estreando hoje nos EUA e dia 17 no Brasil), uma iluminura de filme em tom menor, um concerto a oito mãos para três atores excelentes – Mery Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell- e o diretor David Frankel, trabalhando com uma partitura simples e perfeita de Vanessa Taylor, estreando no cinema depois de uma bela carreira na TV (Game of Thrones, Alias).

Fellini, Coppola e Chris Nolan sempre disseram que metade  -ou mais que isso- do trabalho de criação de um filme está na escolha do elenco. Este filme é uma prova eloquente disso : uma derrapagem na escolha desse trio e talvez o delicado roteiro de Taylor se transformaria em algo possivelmente sem graça. Porque toda a ação desse Divã se resume basicamente a quatro locações: a casa do casal Kay e Arnold (Streep e Jones), equipada com todos os confortos modernos mas vazia de filhos e emoções mais fortes que uma partida de golfe na TV gigantesca; o consultório do terapeuta Dr. Feld (Carell), ensolarado e, significativamente, caseiro; a boutique “para senhoras” onde Kay trabalha como vendedora; e o quarto de hotel, asséptico e indiferente, onde o casal se hospeda enquanto tenta, com a ajuda do psicólogo, reacender a chama do seu casamento de mais de três décadas.

E a história também se resume ao que se passa nesses poucos ambientes: um casal assentado confortavelmente em sua rotina de cuidadosa indiferença é acordado por uma incontrolável onda de desejo da mulher, Kay. Porque quem vive Kay é Meryl Streep, aprendemos logo , sem que ela diga coisa alguma, que esse mar de paixão não é um fenômeno recente mas vem, subterrâneo, há meses, anos, batendo contra os rochedos de um marido que fez da rotina sua defesa e seu castelo. Dois minutos de Meryl/Kay diante do espelho, logo na abertura no filme, nos contam mais sobre o mundo interior da personagem e as batalhas emocionais que teve que enfrentar, perder e negociar do que muitas linhas de diálogo interpretadas por atrizes de outro escalão. Essa onda do desejo e da esperança sacode a relação até as fundações _  cabe ao paciente e legitimamente interessado Dr. Feld propor  as saídas para o impasse – que, assustadoramente, incluem derrubar as estudadas defesas de Arnold.

Frankel é um diretor de rara sensibilidade, que fez de O Diabo Veste Prada um filme muito mais inteligente do que era preciso. Com este material mais sutil ele mostra o quanto compreende o ritmo da dramaturgia cinematográfica, o vai e vem das interações entre os atores, as pausas e os momentos mudos mas intensos de que grandes intérpretes são capazes. E, devo acrescentar, Jones e Carell estão absolutamente perfeitos em seus papéis, Jones olhando o mundo pelo visor estreito da armadura que construiu com tanto cuidado, Carell com uma mistura bem equilibrada de compaixão, rigor e entusiasmo. Há coisas hilariantes, há coisas comoventes, mas sobretudo há uma humanidade triunfante e sincera neste pequeno, delicioso filme.

E embora eu compreenda a necessidade da tradução brasileira, eu queria compartilhar com vocês o poema de Alexander Pope que inspirou o nome da cidadezinha fictícia – Hope Springs- que dá o título original do filme: “A esperança brota, eterna, no animal humano/ o homem nunca é mas sempre será abençoado/a alma, inquieta e confinada em sua casa/ repousa e se expatria numa vida que ainda virá.”

E este, amigas e amigos, é o tema desta obra-contraponto ao ruído dos acordes finais da temporada-pipoca.

 

 


Almoço com as estrelas: palmômetro indica os favoritos?
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Ana Maria Bahiana

 

Glenn Close, Kenneth Branagh, Michelle Williams e Janet McTeer no almoço dos indicados.

Com menos de 20 dias até a grande noite do Oscar, e apenas duas semanas até a data fatal de entrega dos votos finais – 21 de fevereiro às 17h, horário de Los Angeles – 150 indicados lotaram o International Ballroom do Beverly Hilton ( o mesmo dos Globos de Ouro), nesta segunda feira, para seu tradicional almoço de confraternização.

Brad Pitt e George Clooney continuaram o papo iniciado nos Globos,  Rooney Mara confirmou que realmente fez piercing no seio para viver Lisbeth Salander, Tom Hanks deu instruções (via video) de como fazer discursos curtos e o presidente Tom Sherak anunciou que o Governors  Ball não terá cadeiras ou poltronas para “todo mundo poder cicular, em clima de festa e não de jantar formal” Felizmente Sherak anunciou que haveria “muita comida” disponível. É uma tradição, todos os anos, a fila de gente chique, de longo e smoking, na porta da hamburgueria In and Out, a algumas quadras do Kodak, depois de quatro horas de fome durante a cerimônia ….

Sergio Mendes, indicado para melhor canção por “Real in Rio”, não parecia preocupado com a possibilidade de apresentá-la no palco do Kodak (os produtores  Bria Grazer e Don Mischer estão planejando cortar todos os números musicais da evento). Sérgio pipocava de felicidade em voltar ao Oscar. Com seu grupo Brasil ’66, Sérgio interpretou indicada “The Look of Love”, de Burt Bacharah e Hal David no Oscar de 1968, e a  apresentação que catapultou-o para o topo das paradas e para o grande público norte americano. Agora, ele era todo sorrisos enquanto conversava com a turma de O Artista e saía atrás de seu ídolo, Steven Spielberg.

Close da turma de "formandos": Glenn Close, Jean Dujardin, George Clooney, Chris Columbus e Damian Bechir

Depois , como estudantes em dia de formatura, um a um os indicados foram chamados – em ordem alfabética do sobrenome – para receber seu certificado de indicação e juntar-se ao grupo da foto oficial da “turma de 2012”. Não se sabe se cansada de esperar pela letra “S” ou entediada com os outros muitos certificados que já tem, Meryl Streep deitou-se no topo da arquibancada do cenário da foto oficial esperando sua hora.

Martin Scorsese e Max Von Sydow em papo durante a sessão de fotos oficiais

E, num ritual que ganha popularidade a cada ano, os jornalistas presentes anotaram cuidosamente o nível de aplausos dos convidados para cada nome chamado. Constam as escritas que quem é mais aplaudido tem mais chances de levar a estatueta para casa…. O palmômetro 2012 deu picos para Max von Sydow. George Clooney, Brad Pitt, Gary Oldman, Jean Dujardin, Meryl Streep, Michelle Williams, Kenneth Branagh, Octavia Spencer , Glenn Close ,Viola Davis e, inesperadamente, Demian Bichir (Christopher Plummer não foi ao almoço).

Arrisque-se quem quiser…

A turma de 2012


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