Blog da Ana Maria Bahiana

Categoria : Cursos e eventos

Na estrada, de volta a 1964
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Ana Maria Bahiana

Almanaque 1964.jpg

Mais uma vez, começo pedindo desculpas pelo sumiço. Emendei a finalização do meu novo livro com a temporada de prêmios e, finalmente, com uma viagem ao Brasil – onde estou agora…

O livro, Almanaque 1964, saiu esta semana pela Companhia das Letras. Foi um trabalho super intenso que exigiu uma imersão completa no mundo do ano que mudou tudo no Brasil.  E que, fora de nossas fronteiras, realmente inaugurou o que depois chamaríamos de “os anos sesssenta”: novas propostas, novos desafios, terremotos sociais, culturais, estéticos, políticos.

Estou bem orgulhosa do trabalho no Almanaque: foi quase um transe, uma viagem emocional para um tempo do qual tenho apenas memórias pessoais, fracionadas. O golpe de março, sim. Mas muito mais veio à tona: turmas de rua, mods e rockers; Beco das Garrafas, Rua Augusta, Arpoador; Beatles, Rolling Stones, The Who e a aurora da Swingin’London; Kubrick, Glauber, 007 e a cadelinha Baleia de Vidas Secas; monoquini, estampa mamãe dolores, Dener e concurso de fantasias de carnaval; lambretas, Aero Willis, trem bala; direitos civis,corrida espacial, guerra fria e a eclosão do movimento contra a guerra do Vietnã. E tanta coisa mais…

Aqui vai minha agenda de eventos do lançamento do Almanaque, por enquanto:

 Rio de Janeiro :

  • Sexta dia 28, Centro Cultural Banco do Brasil, 18 30, conversa com Arthur Dapieve sobre a cultura em 1964.
  • Quinta dia 3 de abril, livraria Travessa do Shopping Leblon, 19h, noite de autógrafos.

São Paulo:

  • Terça dia 1 de abril, livraria Cultura do Conjunto Nacional, 18h30, noite de autógrafos

Porto Alegre:

  • Quarta feira dia 9 de abril, Livraria Cultura, 19h, noite de autógrafos

Brasilia:

  • Sábado dia 12 de abril, evento na Bienal Brasil do Livro e da Literatura.

Além disso estou ministrando uma versão atualizada do curso Como Ver um Filme, incluindo séries de TV e as novas tecnologias digitais, em Porto Alegre:, dias 7 e 8 de abril. Mais informações e inscrições com a CenaUm.

Muito bom matar as saudades…Vejo vocês por aí!


Pé na estrada: Como Ver um Filme, de norte a sul
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Ana Maria Bahiana

Foram três anos escrevendo. Mas na verdade foi uma vida inteira de encontros com os sonhos alheios, da fatídica matinê de Bambi no Cine Pax de Ipanema, Rio de Janeiro (tive pesadelos durante várias semanas) ao mais recente BluRay que passou pela minha telinha (A Practical Guide to Belgrade With Singing and Crying, do sérvio Bojan Vuletic, meu voto no júri do recém-concluído SEEFest, festival do novo cinema do leste europeu).

Entre um e outro, tantos, tantos….. 2001 Uma Odisseia no Espaço no Roxy de Copacabana (fiquei tão desnorteada que tomei um tombo na saída); várias sessões enlouquecidas de Os Reis do Iê Iê Iê; Hatari!, de Howard Hawks (que me fez sonhar com a África…); uma cópia pirata (e preto e branco) de Blow Up, de Antonioni (proibido pela censura); hipnotizada por Dersu Uzala, de Kurosawa, no bom e velho Paissandu; Paris Texas, de Wim Wenders, sentada no chão do falecido Cine Ópera, onde certa noite também tentei, em vão, ver o documentário Gimme Shelter, dos irmãos Maysles (mas consegui apenas fugir da polícia).

E aqui, na usina do cinema e da TV, desde 1987, vendo em média dois filmes por semana – ou dois por dia, se estamos entre novembro e janeiro…- e perguntando a quem se dispõe a ouvir: Como é? Como se faz? Como é possível? Como se resolve? Como se realiza? Como se sonha?

Uma parte de tudo o que vi e aprendi está em Como Ver um Filme (Editora Nova Fronteira, 2012), neste momento nas boas casas do ramo e também em versão digital. Tenho um enorme débito de gratidão a um monte de gente: minha editora do coração, Cristiane Costa, de cuja inspiração saiu o conceito do livro; às Casas do Saber do Rio de Janeiro e de São Paulo, que acolheram a ideia quando ela ainda era um esboço; e a todos e cada um dos meus alunos e alunas, cujas ideias, perguntas, questionamentos e irresistível curiosidade e alegria contribuiram enormemente para o formato final de Como Ver um Filme.

A partir desta semana estarei no Brasil lançando Como Ver um Filme e ministrando o módulo Os Gêneros. Assim:

  •  26 e 27 de maio, 9h30: Porto Alegre. Como Ver um Filme: Os Gêneros no CineBancários. Informações e inscrições, CenaUm.
  • 27 de maio, 17h: Porto Alegre. Bate papo e autógrafos, Livraria Cultura, Shopping Bourbon. Informações, CenaUm
  • 28 de maio, 18 30h: São Paulo. Bate papo e autógrafos na Casa do Saber, Jardins. Informações e reservas (para o bate papo) na Casa.
  • 30 de maio, 20h: Rio de Janeiro. Bate papo moderado por Artur Dapieve, e autógrafos na Casa do Saber, Lagoa.  Informações e reservas (para o bate papo) na Casa.
  • 31 de maio, 19h: Fortaleza. Lançamento e autógrafos na Cecomil MegaStore, Av Dom Luís 920, Aldeota.
  • 2 e 3 e junho, das 14 as 18h, no mesmo endereço, curso Como Ver um Filme: Os Gêneros. Vagas limitadas. Informações e inscrições (85) 4012-5287 , (85) 4012-5295, (85) 9685 2225

De 1 a 8 de junho terei a honra de servir como jurada do 22 ° CineCeará _ se vocês estiverem por lá, dêem um alô!

E peço desculpas antecipadas por não ter ido à sua cidade. O Brasil é grande, Los Angeles é longe  e meu tempo, muito limitado. Mas você pode entrar em contato com a Shahid Produções.

Vejo vocês no cinema!


Na Academia, uma aventura pelo avesso do cinema
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Ana Maria Bahiana

Uma das coisas que mais me emociona no cinema é sua mistura em partes iguais de alta tecnologia e puro artesanato, indústria de larga escala e ofício manual, orgânico, simples.  Um dos maiores privilégios deste meu trabalho de observadora é justamente poder acompanhar de perto essa fusão mais que centenária, essa profusão de criatividade, improviso, acrobacia e engenharia que, como  sabem os grandes, – de Meliés a Fellini, de Griffith a Scorsese – tem em seu coração algo de circense.

Começa nesta sexta feira na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, aqui em Los Angeles, uma exposição que captura plenamente essa magia: Crew Call, reunião de 115 fotos de cena realizadas por 25 integrantes da Society of Motion Picture Still Photographers focalizando exatamente o trabalho que, se for bem feito, ninguém jamais vê: o das equipes de técnicos, artesãos e especialistas, os operários da indústria do sonho.

Por exemplo:

 

Fazendo Brandon Routh voar em Superman –O Retorno, de Bryan Singer. Foto de David James.

 

Almoço em família com claquete no set de uma cena fundamental de Touro Indomável. Foto de Brian Hamill.

 

Dando um banho de chuva em Owen Wilson no set de Dois é Bom, Três é Demais. Foto de Melissa Moseley.

 

Uma aventura náutica no set de Zé Colméia- O Filme. Foto de Phil Bray.

 

Tiffany e seus amigos no set de O Filho de Chucky. Foto de Rolf Konow.

 


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