Blog da Ana Maria Bahiana

Crise no Oscar resolvida: Billy Crystal é o apresentador

Ana Maria Bahiana

Os bons companheiros

 

Depois de muito doce de parte a parte- Academia dizendo que queria trazer novas pessoas, ele dizendo que não tinha tempo disponível- Billy Crystal pos sua capa de super-herói e veio salvar o atribulado Oscar 2012. Pela nona vez na história do prêmio ele será o apresentador da cerimônia – produzida em ritmo de urgência por Brian Grazer e Don Mischer.

Fora o fato de Crystal ter anunciado sua participação no Twitter, sua escolha representa, na verdade, um retorno a tempos mais amenos e clássicos para o Oscar. Não é de hoje que a Academia tenta “modernizar” a festa – os fantasmas de Rob Lowe dançando com a Branca de Neve em  1989 ainda chacoalham correntes pelos corredores do prédio da Wilshire com LaPeer. Mas a lição de cada tentativa parecia passar batido pelas diretorias da organização: com mais de 80 anos de vida a cerimônia tem uma bagagem histórica e emocional que reage muito mal a “modernizações” superficiais.

Este ano o universo ou quem sabe os deuses padroeiros do bom gosto criaram uma crise prévia para evitar o que poderia ter sido o armageddon a cerimônia: um espetáculo com a produção criativa de Brett Ratner e a apresentação de Eddie Murphy.

O nome de Crystal sempre esteve presente ao fundo de toda crise, como uma espécie de desejo secreto dos fãs e dos próprios acadêmicos. A diretoria devia ter prestado mais atenção à ovação estrondosa que Crystal recebeu este ano quando subiu ao palco do Kodak para a homenagem a Bob Hope – outro apresentador que agregava a unanimidade de público e Academia. A sensação, no Kodak e na sala de imprensa, era de alívio _ ah, se ele pudesse ficar ali até o final da noite!

Meses depois, num evento promovido pela American Cinematheque, Crystal confessou que a entusiástica acolhida durante a festa trouxe boas lembranças e acendeu a vontade de voltar ao posto. Mas essas coisas não funcionam quando as pessoas se oferecem _ era melhor que o convite viesse…

Curiosamente, toda essa confusão teve um interessante efeito colateral: tornou os Oscars empolgantes de novo…