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É a Copa das séries: qual será o próximo grande sucesso?
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Ana Maria Bahiana

 

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Enquanto a Copa arrebata corações por aí, aqui as apostas são em torno das novas séries _ o verão norte-americano é um excelente campo de provas para as séries estreantes dos canais pagos, um setor mais que aquecido.

Aqui vão algumas prévias para vocês:

The Leftovers (foto) HBO, estréia 29 de Junho. Carro chefe da HBO na ausência do mega-hit Game of Thrones (cuja quinta temporada está neste momento em filmagem),. Leftovers é uma adaptação do livro Os Deixados Para Trás, de Tom Perrotta (que a Intrínseca lançou no Brasil em 2012 ) com supervisão de Damon “Lost” Lindelof. Como toda a obra de Perrotta – que já vimos no cinema em Eleição, de Alexander Payne, e Pecados Íntimos, de Todd Field – Leftovers, o livro, tem um tom entre o drama e a sátira, com situações banais levadas até extremos que revelam o absurdo da “vida normal”. Aqui, no caso, o súbito e inexplicado desaparecimento de milhões de pessoas pelo mundo afora e o impacto do sumiço nas vidas dos que ficaram.

Depois de ver os quatro primeiros episódios da série, ainda estou esperando a sátira. Acho que, assim como os arrebatados, ela não vai aparecer tão cedo, provavelmente nunca. Tudo é muito sério na fictícia cidadezinha de Mapleton, o clima de tragédia pesando no ar, referenciando, o tempo todo, os atentados do 11 de setembro de 2001. Numa mudança importante do material original, o protagonista não é mais um poderoso homem de negócios, mas o chefe de polícia da cidade (Justin Theroux), às voltas com dramas coletivos e pessoais (a mulher que largou a família para juntar-se a uma das bizarras seitas que se multiplicam depois dos desaparecimentos, a filha que vive em estado de apatia crônica).

Talvez a série floresça na continuidade – há alguns momentos geniais, com um surrealismo perverso que flerta com possibilidades saborosas no futuro ( um deles envolve cachorros e uma corça, e mais não direi…)

 

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Halt and Catch Fire (AMC, estréia dia 1 de junho). Devemos nos preocupar com a AMC? O canal que durante alguns anos gloriosos teve no ar Breaking Bad e Mad Men agora tem TURN (que é muito bem acabada mas não consegue me pegar de jeito nenhum) e esta novidade criada por uma dupla experiente na TV – Christopher Cantwell e Christopher C. Rogers – que, tenho quase certeza, pitcheou a série como “Mad Men nos anos 80! No mundo da informática!”

Senão vejamos: temos um executivo jovem, ambicioso, brilhante e arrogante (Lee Pace, que é o “Elfo Malvado” da trilogia Hobbit); uma ainda mais jovem profissional de informática, também brilhante mas socialmente canhestra (a canadense Mackenzie Davis), ao léu num universo dominado por homens; e um engenheiro inseguro, que se sente dominado pelos colegas e pela mulher (Scoot McNairy, um dos diplomatas sitiados de Argo).

Parece familiar?

Troque a publicidade pela industria da informática engalfinhando-se para produzir a próxima grande novidade nos anos 1980 como o mundo-em-transe das aventuras desses três personagem e temos Halt and Catch Fire.

Os dois primeiros episódios não conseguiram me dizer absolutamente nada além da excelente trilha musical – sintetizadores! New wave! Pós punk! – e das impressionantes sobrancelhas de Lee Pace. Já o terceiro, que foi ao ar domingo passado, apontou para uma boa evolução possível – em grande parte porque subverteu um pouco a rigidez dos personagens, tornando o Joe de Lee Pace mais vulnerável e imprevisível, e o Gordon de Scoot McNairy um pouco mais complicado e manipulador. Como quase toda série, Halt ainda não consegue dar às personagens femininas a complexidade que merecem, e isso é um dos seus grandes problemas.

Os diretores são do primeiro time – Juan José Campanella, Jon Amiel e Karyn Kusama, entre outros – e a a narrativa visual mostra com precisão tanto talento. E a trilha continua excepcional.

No próximo post: Outlander e The Knick.


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