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Nove minutos com The Dark Knight Rises: “é um épico”
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Ana Maria Bahiana

 

Muito chique no seu habitual modelo -terno preto com colete- Christopher Nolan saudava os convidados na porta do cinema IMAX do complexo da Universal com o orgulho de pai em festa de escola.  Noite fria de quinta feira em Los Angeles, e a sala do IMAX não estava lotada como seria de se esperar: muita gente desanimou quando soube que a tão badalada “sessão mistério” de The Dark Knight Rises teria apenas 9 minutos.

“Eu sei, é estranho vir até aqui apenas para poucos minutos, mas eu realmente queria que vocês tivessem uma ideia de como o filme é em IMAX”, disse Nolan. “ É uma tecnologia criada no ano em que eu nasci, mas ainda é a maior qualidade de imagem que conheço, e a maneira mais imersiva de apreciar um filme. É minha contribuição para evitar o encolhimento do cinema que, infelizmente, vem acontecendo nos últimos tempos.”

As luzes se apagam (vocês podem achar SPOILER o que vem a seguir…) e com a tela negra ouve-se a voz de Gary Oldman/Comissário Gordon dizendo “Harvey Dent era meu amigo. Eu acreditava em Harvey Dent.” Rapidamente as coisas ficam menos filosóficas: há uma ação da CIA, homens encapuzados, o Dr. Pavel (Alon Aboutboul) da campanha viral defechada hoje (quinta) à tarde, equipamentos médicos, Bane (Tom Hardy)  e o mais inacreditável sequestro de avião que eu pelo menos já vi em filme. Seguem-se imagens do batmóvel disparando por Gotham, multidões em fúria, a Mulher Gato em toda a sua glória.

Com a música de Hans Zimmer bombando e as imagens de Tom Hardy, Joseph Gordon Leavitt e Marion Cotillard,  em alguns momentos tem-se a impressão de estar vendo Inception. E se vocês acharam difícil entender o que Christian Bale diz quando põe a máscara de Batman, esperem para (tentar) ouvir os grunhidos de Tom Hardy atrás da sua engenhoca de Bane…

A tela gigante do IMAX de fato  coloca o espectador no meio da ação, e compreende-se porque Nolan prefere este formato ao 3D que encanta tantos dos seus contemporâneos.

E de repente… pronto, acabou, entre muitos aplausos. “Não me perguntem o que acontece depois disso”, Nolan brinca. “Estou começando agora a montar o filme.”

Mais relaxado depois da exibição, Nolan conversava sobre sua paixão pelos grandes formatos: “O cinema que me apaixonou, o cinema da minha infância e adolescência, era o grande cinema, o que me transportava para além da vida cotidiana. Essa sempre foi minha meta como realizador, recapturar essa magia do cinema.” Sobre o repeteco de tantos atores de Inception Nolan tem uma explicação simples: “Por que não usar de novo atores tão maravilhosos, que se adaptam tão perfeitamente  aos papéis? Sim, sou um privilegiado em ter essa oportunidade.”

Este aperitivo (ou “prólogo”, como Nolan o chama)  , reduzido para sete minutos- estreará nos Estados Unidos no próximo dia 16 e na Grã Bretanha dia 21, antes das exibições de Missão Impossível 4. “É uma estratégia que já usamos em Cavaleiro das Trevas e que me agradou muito”, diz Nolan.

É claro que Nolan não espera que todo mundo vá ver Dark Knight Rises em IMAX, em julho – afinal existem apenas 100 telas pelo mundo afora. “Os fãs não vão ter dificuldade em achar lugares que estejam exibindo o filme em 35 mm. Mas espero que eles façam um esforço para ver em IMAX, nem que tenham que esperar um pouco mais. Pensei o filme com estas dimensões, filmei com estas dimensões. É um épico. É assim que tem de ser visto.”


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