Legendary acaba parceria com a Warner
Ana Maria Bahiana
Vou ser obrigada a começar este post com mais um ''para surpresa de absolutamente ninguém'': a Legendary rompeu mesmo com a Warner. A parceria, iniciada em 2005, estava sendo re-negociada nestas últimas, tumultuadas semanas no estúdio. E agora terminou de vez.
Para quem chegou agora: a Legendary é uma empresa basicamente de financiamento, levantando por conta própria a maior parte dos custos (cada vez maiores) dos grandes projetos da Warner, em troca da posse de uma grande porção dos direitos e da receita dos mesmos. Em muitos casos a Legendary foi a única financiadora – a Warner entrou com distribuição e marketing. Foi graças à Legendary que filmes como a franquia Harry Potter, a trilogia Batman, de Chris Nolan, e, agora O Homem de Aço e Pacific Rim foram possíveis.
Como vocês leram aqui em baixo, Bruce Rosenblum um dos grandes rivais derrotados do atual chefão da Warner, Kevin Tsujihara, saiu do estúdio para a Legendary há pouco tempo. Vindo da Warner TV, Rosenblum foi a peça que faltava nos planos atuais da produtora: tornar-se, na visão seu fundador e CEO, Thomas Tull, uma produtora global de conteúdo em todas as plataformas, inclusive TV e novas mídias.
É quase Game of Thrones, amigas e amigos.
Os planos de expansão de Tull e companhia, aliados a Rosenblum, bateram de frente com o shogun Tsujihara, que gosta de controlar todas as operações da Warner e não gosta nem um pouco da ideia de criar um rival dentro de seus domínios.
As duas perguntas para o próximo capítulo desta saga:
1. Onde a Legendary vai aportar? Claramente a empresa de Tull não se interessa (por enquanto) em investir em distribuição e marketing, e não vai demorar nada a achar um parceiro, numa indústria absolutamente voraz e necessitada de parceiros com grandes cofres e/ou contatos. Candidatos mais prováveis: a Universal (com quem eles estão reunidos neste momento) e Sony.
2.Onde a Warner vai achar quem co-financie seus filmes de 100, 200 milhões de dólares? Vai depender muito, arrisco dizer, de: o quanto dos direitos das propriedades co-financiadas com a Legendary eles conseguirem comprar de volta (a franquia Harry Potter está no topo da lista)); e o quanto esta safra, liderada por O Homem de Aço e, em breve Pacific Rim, vai render internacionalmente.
Aguardem a continuação…