Sucesso na TV: história, com uma pitada de fantasia
Ana Maria Bahiana
E a lista de diretores tela-grande migrando para a tela pequena continua…
Roland Emmerich fechou com a Fremantle – uma das maiores vendedoras mundiais de formatos e conteúdo para TV—uma minissérie sobre a vida do T.E. Lawrence, o oficial britânico que unificou as tribos do deserto contra os turcos, durante a Primeira Grande Guerra, e que entrou para a história como Lawrence da Arábia. Sim, é o mesmo do maravilhoso, épico e oscarizado filme de David Lean que lançou mundialmente a carreira de Peter O’Toole, por isso neste momento é bom respirar fundo e pensar nas implicações dos nomes “Roland Emmerich” e “Lawrence da Arábia” juntos no mesmo projeto.
Rod Lurie, um ex-coleguinha jornalista transformado em realizador (A Conspiração, A Última Fortaleza, Sob o Dominio do Medo versão 2009) com o inglês Clive Bradley (da série da BBC Waking The Dead). Ainda não há noticias sobre escolhas de elenco nem início de produção.
A minissérie vai fazer comanhia a vários outros projetos da mesma escala no catálogo da Fremantle: The Drivers, sobre a corrida de Le Mans nas décadas de 50 e 60, produzida pela Scott Free de Ridley Scott e sendo escrita por Michael Hirst (The Tudors, Vikings, Rome); Hitlerland, a história da ascensão do nazismo pelos olhos dos correspondentes e diplomatas estrangeiros na Alemanha dos anos 39, sendo adaptada por Marshall Herskovitz (O Último Samurai); e The Maid, a biografia de Joana D’Arc, sendo escrita por Craig Pearce, velho colaborador de Baz Luhrmann, roteirista de O Grande Gatsby, Moulin Rouge!, Romeu + Julieta e Vem Dançar Comigo.
E não se esqueçam que Vikings já ganhou uma segunda temporada e que Michael Bay está produzindo a série Black Sails, sobre pirataria no século XVII, para a Starz…
Há uma conclusão interessante nesta história: a TV está assumindo um lugar de importância na manutenção e desenvolvimento de um gênero que era o pão com manteiga da tela grande em idos tempos: o drama histórico. O gênero se tornou caro demais para os estúdios (quando tratado como história e não como aventura fantástica) e agora, graças à multiplicação de plataformas e aumento do poder de gasto das produtoras de conteúdo doméstico, faz sucesso com as plateias que ficam em casa . Que o digam Tudors, Borgias, Spartacus, Vikings, Da Vinci's Demons, Magic City e, de certa forma, Game of Thrones.