Mad Men, sexta temporada: alta ansiedade
Ana Maria Bahiana
“Não é por acaso que há um homem caindo no vazio na abertura da série.”, diz Matthew Weiner, numa manhã bem cedo no centro de Los Angeles. “ No fundo de tudo que foi escrito em todas as temporadas há a ideia de um olhar sobre a natureza do sucesso, e se, na realidade, o que na aparência é uma pessoa bem sucedida, no fundo não é, na verdade, uma queda livre existencial.”
Nos estúdios LA Center, no coração de LA numa manhã fria de março, Weiner, criador e showrunner de Mad Men, está supervisionando as filmagens da sexta – e possivelmente penúltima- temporada da série, que estreia aqui dia 7 de abril. E que, hoje, divulgou seu primeiro cartaz oficial, exatamente no tom que Weiner havia me antecipado, no estúdio: em plena Madison Avenue , Don Draper cruza com… um outro Don Draper?
A trama da quinta temporada terminou na Páscoa de 1967, “num tom que indicava alguma esperança”, segundo Weiner. A sexta temporada começa na turbulenta virada para 1968, “mas a série não é sobre a época, é sobre as pessoas. Os grandes acontecimentos- os assassinatos de Martin Luther King e Bob Kennedy, a guerra no Vietnã, a contracultura—são apenas o pano de fundo, e só me interessam na medida em que tocam e afetam as vidas dos meus personagens. Mad Men nunca foi sobre a História, mas sobre as histórias dessas pessoas, suas vidas cotidianas, aquilo que é importante para cada uma delas.”
Como sempre, Weiner não quer contar nada nada nada nadica de nada da nova temporada – e o elenco é igual a ele. Mas isto ele adianta: “Este é um período de rápida transformação social e cultural, o sempre gera grande ansiedade. Esta temporada vai acompanhar os processos que cada personagem tem para lidar com essa ansiedade. Também é um momento, depois desses anos todos nas vidas dos personagens, em que eles estão numa posição de aprender com seus erros. Mas eles serão ou não capazes, emocionalmente, de por em prática o que aprenderam?''