Blog da Ana Maria Bahiana

Hollywood sem Paul Walker: chocada, triste

Ana Maria Bahiana

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Tão cedo esta cidade não vai parar de falar sobre a morte estúpida de Paul Walker. Ontem à noite numa pré-pré estreia de O Lobo de Wall Sreet, na Paramount, o assunto não era nem Scorsese nem DiCaprio, apenas Paul Walker, Paul Walker, Paul Walker.

Há muitos motivos para isso: o inesperado da tragédia, ceifando uma vida de 40 anos e cortando uma carreira em ascensão; o cruel paralelo com os filmes que fizeram a fama de Walker, a franquia Velozes e Furiosos; a violência do acidente, acrescentando mais uma camada de lenda e luto a uma linhagem de tragédias sobre rodas que incluem James Dean, Jayne Mansfield e, mais recentemente, Ryan Dunn, da franquia Jackass.

Além de tudo isso, Walker era uma pessoa legitimamente querida no meio (não confundir com pessoas que todo mundo tem obrigação de gostar para manter uma carreira…) Como me lembrou um amigo produtor que trabalhara com ele nos dois primeiros Velozes e Furiosos, Walker era  pontual, super profissional , gentil com todos no set, e sempre disposto a ajudar os colegas. “Além de tudo, era um ser humano legal.”, me disse o produtor. “E um grande pai, o que poucas pessoas sabem.”

Walker tinha uma filha de 15 anos , Meadow Rain, com uma ex-namorada e os dois se viam muito, sempre. Meadow estava, inclusive, no evento beneficente organizado por Walker e seu amigo, sócio e companheiro de infortúnio, Roger Rodas, na oficina de carros ultra potentes Always Evolving.

A Polícia de Valencia, no vale de Santa Clarita, ao norte de Los Angeles, ainda está investigando as causas do acidente – e a identificação  dos corpos de Walker e Rodas, através da arcada dentária. Uma trilha de fluido deixada pelo Porsche Carrera GT 2005 nos meros dois quilômetros rodados da oficina até o local do desastre está levantando suspeitas de falha generalizada dos controles do veículo.

Um informante anônimo teria indicado à policia que Walker e Rodas estavam apostando corrida – um hobby ilegal e comum na região de Valencia, e mais uma nota de coincidência trágica com a carreira do ator. (Esta hipótese está sendo descartada pelos investigadores que agora estão focando na velocidade e nos possíveis problemas estruturais e mecânicos do Porsche).

 

Walker numa cena de Hours.

Walker numa cena de Hours.

Resta saber também o que será da franquia Velozes e Furiosos, uma das propriedades intelectuais mais valiosas da Universal, especialmente pelo enorme apelo que tem nos mercados internacionais. O sétimo filme da série estava sendo rodado quando Walker morreu – as filmagens estavam suspensas para o feriado do Dia de Ação de Graças e seriam retomadas em breve, em locação em Dubai.

Walker deixou dois filmes completos: Hours, sobre Nova Orleãs durante e depois do furacão Katrina, que será lançado aqui nos Estados Unidos, como previsto, semana que vem; e o policial Brick Mansions, produzido por Luc Besson e dirigido pela estreante Camille Delamarre, que tem estreia prevista para novembro de 2014.