Blog da Ana Maria Bahiana

Continuação de Blade Runner ganha embalo: isso é bom ou ruim?

Ana Maria Bahiana

Esta é o tipo da noíicia que não sei se lamento ou comemoro. Talvez a gente deva fazer as duas coisas…

Para comemorar: o projeto de uma continuação de Blade Runner,  que está em ritmo de vai e vem faz tempo, acaba de tomar embalo com a contratação do roteirista Michael Green para trabalhar o roteiro original, de 1982, escrito por Hampton Fancher. Na época, Ridley Scott e Fancher haviam pensado Blade Runner como uma trilogia, expandindo os personagens e tramas de Do Androids Dream of Electric Sheep?, a obra de Philip K. Dick que inspirou o  filme.

E agora começa a parte em que a gente, se não lamenta, pelo menos fica de orelha em pé: Michael Green é o autor, entre outros, dos seguintes roteiros – Lanterna Verde, e, na TV,  Heroes (da fase final…) e o hilariamente ruim The River, cancelado depois de uma temporada, com toda justiça.

Pausa enquanto Philip K. Dick mandar raios e trovões do Além.

Não quero ficar desconfiada, em princípio, do projeto de uma sequel. Acho, para começar, espetacularmente irônico, considerando a via crucis do primeiro filme, as brigas de Ridley Scott e Harrison Ford com a Warner, a primeira versão colocada nas telas de qualquer jeito, montada pelo pessoal da distribuição, o massacre da crítica… Este é o poder do público: descobrir, entender e abraçar um filme, transformando-o em algo tão valioso que…. merece uma continuação…

Se realmente esse sempre foi o projeto – expandir o mundo criado pelo texto e por Blade Runner — poderia ser algo super interessante. Mas essa escolha de roteirista está me deixando muito, muito preocupada…