Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : janeiro 2011

Um fim de semana de prognósticos: olho nos prêmios da DGA e SAG!
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Ana Maria Bahiana

Então, já se acostumaram com a safra Oscar 2011? Deixar gente importante e merecedora de fora faz parte do pacote, e é consequencia da natureza do prêmio, do seu sistema de votação preferencial ponderada (votantes tem que apontar seus indicados em ordem preferencial, e indicados em primeiro lugar “valem” mais que os outros) e da peculiar mistura de gosto, amizades, inimizades, interesses que forma o, digamos assim, “inconsciente coletivo” da Academia.

Nesse contexto, a iniciativa de Julia Roberts chamando a atenção para seu colega Javier Bardem é notável não porque seja ilegal ou rara por si mesma, mas porque Julia estava usando seu enorme prestígio na comunidade para endossar e aumentar a visibilidade de alguém com quem, no momento, não tem nenhuma relação de trabalho, num gesto de pura admiração profissional e coleguismo.

Convescotes desse tipo – mais telefonemas, bilhetes, sms, emails – são super comuns nesta época do ano. São, na verdade, a essência, o coração das campanhas, e não violam as regras do prêmio se feitas sem ataques aos concorrentes e sem o acompanhamento de brindes (ironicamente, grandes empresas podem dustribuir brindes à vontade aos votanets e apresentadores, desde que não sejam relacionados a filmes concorrentes– coisas como eletrônicos, jóias, roupas, acessórios). Harvey Weinstein, que destilou a estratégia e transformou-a numa arte nos anos 1990, só não beija bebê de votante porque os bebês em geral abrem o berreiro quando o vêem.

Para quem está em regime de treinamento para os palpites, vale prestar atenção aos dois prêmios deste final de semana: Directors Guild no sábado e Screen Actors Guild no domingo. Interpretações literais das vitórias nesses prêmios não serão muito produtivas:  a Directors Guild tem 14 mil integrantes, e o departamento de diretores da Academia (aquele que esnobou Christopher Nolan) tem 367; da mesma forma a SAG representa 125 mil atrizes e atores, enquanto o departamento de atores da Academia (que preferiu, por exemplo, James Franco em 127 Horas a Ryan Gosling em Blue Valentine), conta com apenas 1. 183 (ainda assim, o departamento mais numeroso da Academia; e a atual presidente é a indicada Annette Bening, o que não deve supreender ninguém….)

Ao contrario da Academia, a DGA lembrou-se de Nolan, mas não creio que ele leve o prêmio dos colegas, no domingo _ há uma espécie de vontade coletiva de premiar David Fincher, este ano. Mesmo assim, é uma gota no agora vasto mar dos Oscars, onde, agora, 6000 votantes estão escolhendo os vitoriosos de 2011.

As vitórias na SAG podem ser um pouco mais significativas, exclusivamente pelo peso numérico de seus integrantes na Academia. Olho vivo sobretudo na categoria “melhor conjunto de elenco”, que é o equivalente ao “melhor filme” para os atores _ frequentemente uma vitória aqui indica uma tendência importante para melhor filme.


Indicações 2011: para a Academia, a realidade sempre supera a imaginação
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Ana Maria Bahiana

Então, gostaram das indicações? Já estão preparando seus palpites?

Eu fiquei pensando primeiro no poder de Julia Roberts. Duas semanas atrás, na reta final para a entrega das cédulas, ela deu uma pequena recepção em sua casa de Los Angeles, apenas para alguns bem escolhidos colegas do departamento de atores da Academia. O tema: Javier Bardem, amigo e colega de tela em Comer, Rezar, Amar. Julia pediu claramente o voto para Bardem nas indicações, por Biutiful _ e conseguiu. Tarde demais para os prêmios da Screen Actors Guild mas Bardem, muito merecidamente, foi para os Oscars.

Jacki Weaver não teve uma madrinha dessas, mas foi uma delicia ve-la indicada para melhor coadjuvante, e Michelle Williams como melhor atriz na vaga que, eu antecipava e temia, poderia ter sido de Hillary Swank. Bom também ver L’Ilusioniste na vaga que seria de Meu Malvado Favorito (ironicamente, outro produto da animação francesa) e o carinho (10 indicações!) com Bravura Indômita e os irmãos Coen (não credito a esnobada nos Globos exclusivamente ao gosto duvidoso dos meus colegas – a Paramount praticamente escondeu o filme.)

A questão Inception-A Origem merece um pouco mais de vagar. Certo que ele tem 8 indicações, no mesmo pé de A Rede Social. Certo que uma das indicações é para melhor filme. Mas… ele se dirigiu sozinho? E se montou sozinho também? Ai se revelam as idiossincrasias do sistema atual de escolha dos Oscars _ existem 10 vagas para melhor filme, onde todo mundo vota; e 5 vagas nas outras categorias, onde votam apenas os departamentos. Isso deixa, automaticamente, 5 filmes como cidadãos de segunda classe, lembrados por estarem entre os melhores do ano sem que seus diretores possam ser igualmente reconhecidos.

Já me perguntaram no Twitter o que o Nolan fez para desagradar os colegas do Departamento de Diretores. Não tenho a menor ideia – seus companheiros da Directors Guild lhe deram a indicação, e muitos deles também são da Academia. Como expliquei no meu balanço para UOL Cinema, só posso atribuir isso à notória preferencia da Academia, em geral, pelo drama realista de época, e sua aversão ao cinema da imaginação – fantasia, sci-fi , terror e companhia. A correlação, tão comum na visão que a industria tem de si mesma, é que esses são gêneros para vender ingresso e pipoca, não para ganhar prêmio.

Agora, é ver como se resolve a disputa entre o príncipe gago e o nerd anti-social, ou como duas diferentes tecnologias – o rádio e a internet- mudaram o modo como nos relacionamos uns com os outros.


O dia antes de amanhã: quem eu acho que vai ser indicado
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Ana Maria Bahiana

Dá pra dar uma olhadinha? 5,755 envelopes com cédulas para indicação deixam a sede da Academia, dia 27 de dezembro

Amanhã é dia: indicações para o Oscar 2011  às 5h 30 da manhã,  plena madrugada daqui. Explicação: Los Angeles está três horas antes da Costa Leste, seis horas antes do Brasil e pelo menos oito horas antes da Europa _portanto, quanto mais cedo melhor para pegar o máximo de exposição na mídia.

Antes de antecipar que nomes ouviremos amanhã anunciados por Mo’nique (Oscar de atriz coadjuvante em 2010) e o presidente Tom Sherak, vale lembrar: indicações e prêmios são apenas as opiniões de um grupo de pessoas sobre o trabalho de outro grupo de pessoas.  O que torna as opiniões deste grupo _ a Academia_ especialmente importante é o fato da organização reunir 5,755 profissionais do cinema de todo o mundo, uma verdadeira elite de diretores, atores, roteiristas, produtores, diretores de fotografia, animadores, diretores de arte maquiadores, documentaristas, figurinistas, executivos, especialistas em efeitos visuais, montadores.

Na Academia só se entra de dois modos: por convite de quem já está lá (e mesmo assim o convidado tem que ser aprovado pela diretoria) ou sendo indicado a algum prêmio. Por isso a indicação ou a estatueta tem tando peso para quem a recebe _ é porque, como Sally Field disse aos berros, ao ganhar seu Oscar por Um Lugar no Coração em 1985 “vocês me amam! Vocês me amam mesmo!” Para o profissional, é o sinal máximo de reconhecimento de seus pares, de sua indústria.

O método mais simples para prever quem vai ser indicado é olhar quem já foi selecionado pelas associações profissionais: quase todos os membros das guildas são também da Academia e as indicações são votadas pelos departamentos respectivos da Academia (atores escolhem atores, diretores escolhem diretores, etc) É uma aritmética simples.

Por isso a vitória de O Discurso do Rei, sábado, na premiação da Producers Guild, é tão importante: o prêmio dos produtores indica a principal tendência de votação da Academia na categoria melhor filme . Produtores são, quase todos, acadêmicos também, e este é o seu prêmio (o Oscar de melhor filme vai sempre para o produtor). Como me disse um acadêmico animado: “Agora a disputa ficou quente – A Rede Social não é mais uma vitória certa.”

Então, amanhã cedinho, esperem ouvir estes nomes:

Para melhor filme: Inception-A Origem, A Rede Social, O Discurso do Rei,  Cisne Negro, O Vencedor, Minhas Mães e Meu Pai, Bravura Indômita, Atração Perigosa, Toy Story 3, 127 Horas.

Para melhor atriz: Nicole Kidman (Rabbit Hole), Jennifer Lawrence (Winter’s Bone), Natalie Portman (Cisne Negro), Annette Bening (Minhas Mães e Meu Pai), Hilary Swank (Conviction)

Para melhor ator: Rovert Duvall (Get Low), Jesse Eisenberg (A Rede Social), Colin Firth (O Discurso do Rei) , James Franco (127 Horas), Jeff Bridges (Bravura Indômita)

Para atriz coadjuvante: Amy Adams (O Vencedor), Mila Kunis (Cisne Negro), Melissa Leo (O Vencedor), Helena Bonham Carter(O Discurso do Rei), Hailee Steinfeld (Bravura Indômita)

Para melhor ator coadjuvante: Jeremy Renner (Atração Perigosa), Mark Ruffalo (Minhas Mães e Meu Pai) , John Hawkes (Winter‘s Bone), Christian Bale (O Vencedor), Geoffrey Rush (O Discurso do Rei)

Para diretor: Christopher Nolan (Inception-A Origem), David O.Russel (O Vencedor), Tom Hooper (O Discurso do Rei) , David Fincher (A Rede Social), Darren Aronofsky (Cisne Negro)

Filme estrangeiro, que é escolhido por dois comitês de voluntários (um em Los Angeles, outro em Nova York) é mais dificil de antecipar. Nove títulos já passaram para a seleção final _ quais quatro vão ficar de fora? Três que acho que caem dentro: Biutiful (México), Incendies (Canadá), Haevnen/In a Better World (Dinamarca).

Longas de animação têm apenas três indicados _ podem contar com Toy Story 3, Como Treinar seu Dragão e Meu Malvado Favorito.

E agora… até amanhã.


Globo de Ouro 2011: a noite, supreendentemente, foi boa
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Ana Maria Bahiana

Assim que anunciaram Carlos como vencedor na categoria filme para TV/mini-série eu achei que a noite, afinal, ia ser boa. Que íamos nos redimir das indicações bisonhas, e voltar ao nosso velho espírito de desencavar o original, o inusitado, o não-americano. Certo que, para o meu gosto, continuavam faltando indicações como a de Javier Bardem para melhor ator (falha que os BAFTAs corrigiram) ou Raising Hope em série/comédia, mas isso era detalhe diante dos horrores que inspiraram até o (genial, na minha opinião) monólogo de abertura de Ricky Gervais.

Vejam, aqui, como eu votei – e por que tive todo direito de celebrar…

Melhor filme/drama _ Praticamente sabendo que ia jogar o voto fora, cravei Inception-A Origem. Quem sabe… pensei. Mas minha segunda escolha, se a tivesse, teria sido A Rede Social, que é muito, muito mais que “o filme do Facebook”.

Melhor filme/comédia ou musical – Não tinha outro para votar, não é mesmo? Brinde geral ao redor da mesa 230 (“quem votou nos outros?” um colega me perguntou.)

Melhor atriz/drama_ Sem Natalie Portman Cisne Negro poderia ter sido um risco que desabaria em desastre. Outro brinde.

Melhor ator/drama _ Votei em Colin Firth ano passado, por A Single Man, e fiquei bem triste quando ele não levou. Este ano, meu voto foi para Jesse Eisenberg, cujo desempenho em Rede Social é preciso e complexo. Mas fiquei bem contente ao ver Firth reconhecido, ainda que um ano depois…

Melhor atriz/comédia ou musical_ Ia ficar com Minhas Mães e Meu Pai, mesmo : meu voto foi para Julianne Moore.

Melhor ator/comédia ou musical _ Fiquei super feliz com o reconhecimento a Paul Giamatti, que é muito superior ao filme em que está. Meu voto aqui foi para um caso semelhante: Kevin Spacey em Casino Jack.

Melhor atriz coadjuvante_ Amo Melissa Leo, e adoraria te-la visto ganhar anos atrás, por Rio Congelado,onde ela é absolutamente tudo. Este ano, meu voto (não convertido) foi para a igualmente extraordinária Jacki Weaver, de Animal Kingdom.

Melhor ator coadjuvante _ Aqui teria sido um bom lugar para honrar O Discurso do Rei: meu voto foi para Geoffrey Rush.

Melhor longa de animação _ Esse não tinha nem o que pensar- Toy Story 3. E um brinde por L’Illusioniste, tão lindo, pura poesia, ter sido lembrado.

Melhor diretor _ Continuei na linha Inception, com Chris Nolan. Mas aplaudi David Fincher, belo trabalho.

Melhor roteiro_ Aqui, depois de muito pensar e repensar, acabei cravando Aaron Sorkin, pela pura beleza do uso da linguagem em A Rede Social.

Melhor trilha_ Hans Zimmer, o Alemão Doido, ganhou meu voto, mas a dupla Trent Reznor/Atticus Ross mereceu- e o CD não sai do meu carro.

Melhor canção _ Minha favorita, “If I Rise”, de 127 horas, ficou de fora. As escolhas eram complicadas, optei pela canção de Enrolados, “I See the Light”, em honra da bela carreira de Alan Menken. Perdi.

Melhor filme estrangeiro _ Já que meu favorito, Incendies, não foi sequer indicado, votei em Biutiful, torcendo sobretudo por Javier Bardem. Mas entendo porque o dinamarques Haevnen ganhou, supreendendo todo mundo_ a diretora Susanne Bier tem a mão certa em dramas familiares que já lhe renderam dois remakes, Coisas Que Perdemos pelo Caminho e Entre Irmãos.

Melhor série TV/drama _ Num rasgo de loucura, cravei The Walking Dead, por pura insolência (minha e da série). Mas brindei a vitória de Boardwalk Empire com todo prazer.

Melhor série TV/comédia _ Minha querida Raising Hope ficou de fora (quem sabe ano que vem?) então votei na sempre infalível 30 Rock. Glee, nesta segunda temporada irregular, não merecia. Mas enfim – the kids are allright.

Melhor filme/ mini série_ Como assim Carlos? Uau! Brinde com grande entusiasmo_ e pensar que achei que era voto perdido…

Melhor atriz/ série drama _ Votei em Elizabeth Moss, cuja Peggy foi um farol de complicação e audácia nesta temporada de Mad Men. Mas fiquei feliz por Katey Segal, que deveria ter sido premiada um tempo atrás.

Melhor ator/série drama _ Brinde na mesa _ aparentemente todo mundo (eu também!) votou em Steve Buscemi, que os críticos americanos juravam ser errado para o papel.

Melhor atriz/comédia _ Laura Linney é tudo em The Big C. Ganhou meu voto_ e o Globo.

Melhor ator/comédia _Idem idem Jim Parsons. Outro que não acreditei quando ouvi o nome anunciado.

Melhor atriz/filme ou minissérie_ Não tinha pra mais ninguém, aqui. Claire Danes levou Globo e meu voto.

Melhor ator/filme ou minissérie_ Idem idem Al Pacino.

Melhor atriz coadjuvante/ TV_ Meu voto foi para a sublime Kelly McDonald em Boardwalk Empire. Com toda simpatia que tenho por Jane Lynch, nesta temporada eu não tinha como justificar meu voto.

Melhor ator coadjuvante/TV_ Este foi meu solitário voto em Glee – porque Chris Colfer está atacando com bravura um personagem complicado que teve bons momentos nesta temporada (e porque a competição era muito fraca _ embora Boardwalk tenha um belo elenco de apoio que não foi lembrado, aqui).

Meu balanço final dos Globos de Ouro, aqui.


Chuva de ouro: um guia prático da temporada de prêmios
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Ana Maria Bahiana

Ano novo: a temporada-ouro está em pleno vigor.  Antes que a gente comece a jogar palpites para todos os lados, achei mais proveitoso compartilhar com vocês o que são, como funcionam e o que representam cada um dos prêmios que estarão em nossos calendários nos próximos meses. Assim teremos todos a mesma base para as discussões com certeza acaloradas que vamos encarar.

Vamos lá:

Globos de Ouro Indicações: 14 de dezembro de 2010  Entrega: 16 de janeiro

O que são: Prêmios para destaques em cinema e TV no ano anterior. As principais categorias prevêem prêmios diferenciados para drama e comédia.

Quem vota: 85 correspondentes estrangeiros baseados em Los Angeles integrantes da Hollywood Foreign Press Association

Como votam: Por dever de ofício, os votantes (entre os quais me incluo) vêem todos os filmes e séries de TV que escolhem; mas com idades entre 30 e poucos e 80 e muitos e gostos, formação cultural e preferëncias pessoais tão diversos quanto os 55 países que representam, suas escolhas são as mais imprevisíveis entre todos os prêmios.

O que representam: A primeira munição para as campanhas do prêmio maior, os Oscars. O mito de que “os Globos antecipam os Oscars” não é inteiramente verdadeiro mas, de fato, a  a HFPA faz uma espécie de pré-seleção dos títulos que devem ser levados em conta a cada ano. Isso tornou-se ainda mais verdade com a mudança da categoria “melhor filme”, da Academia, de 5 para 10 títulos, o que de certa forma engloba os 5 dramas e 5 comédias que os Globos sempre destacam. Embora  que, este ano….

E também:  A festa mais divertida da temporada, um jantar à moda da velha Hollywood, com poucos discursos e muito champanhe. Ricky Gervais é o mestre de cerimônias este ano, Matt Damon apresentará o troféu Cecil B de Mille a Robert de Niro. (E eu escrevi os textos do livro-programa…)

Prêmios das Guildas (produtores, atores, diretores, roteiristas, diretores de arte, montadores, diretores de fotografia, efeitos visuais). Indicações: entre 4 e 12 de janeiro    Entrega: entre 22 de janeiro e 19 de fevereiro

O que são: Prêmios específicos para os diversos ofícios que compõem a arte e indústria do cinema

Quem vota: Membros das respectivas associações de classe ou “guildas”, que variam entre 800 (montadores, diretores de arte) e 4 mil integrantes (produtores).

Como votam: Com exceção dos produtores, cujo ofício é por natureza abrangente, os demais prêmios são absolutamente focados nos talentos específicos. São prêmios que destacam determinados aspectos dos filmes, vistos pelos olhos de alguns dos melhores praticantes dessas atividades.

O que representam: Como a maioria dos integrantes das associações profissionais tambem são membros dos departamentos específicos da Academia, suas escolhas são excelentes métodos de antecipar os Oscars, pelo menos na fase das indicações ( o vencedor do prêmio da Producers Guild costuma levar o Oscar…) . E, como eles se dedicam especificamente a certos aspectos da realização, muitas vezes destacam filmes que não tem oportunidades em outras áreas.

E também: Cada guilda tem regras próprias quanto a quem pode ser premiado.A Writers Guild tem-se mostrado a mais enjoada, não permitindo premiações para não-integrantes, o que, este ano, deixou de fora grandes roteiros como Toy Story, Another Year e O Discurso do Rei.

British Academy Indicações: Pre-selecionados, dia 7 de janeiro; indicados, 8 de fevereiro   Entrega: 13 de fevereiro

O que são: Os Oscars da indústria cinematográfica britânica

Quem vota: os 6,500 integrantes da British Academy of Film and Television, todos profissionais de cinema, TV e games

Como votam: Assim como seus colegas norte americanos, os integrantes da BAFTA votam nos filmes que eles mesmos fazem e, é claro, privilegiam não apenas as próprias obras ( e as de amigos/associados) mas as produções britânicas

O que representam: Muito importantes para filmes europeus e independentes, que frequentemente são realizados com recursos britânicos. Como muitos profissionais top são membros das duas Academias, pode indicar tendencias de voto para os Oscars.

E também: a festa é em Londres, no Covent Garden. E é o único prêmio com duas rodadas de indicação. Ah, esses britânicos…

Spirit Awards Indicações: 29 de novembro de 2010   Entrega: 26 de fevereiro

O que são: Os Oscars do cinema independente norte-americano

Quem vota: Os 4 000 integrantes da Film Independent, uma ONG dedicada ao apoio e incentivo do cinema independente; apesar de contar com grande número de profissionais (inclusive os indicados do ano anterior) , qualquer pessoa que pagar os 95 dólares de inscrição na Film Independent pode votar.

Como votam: Cada vez mais, os Indie Spirits tem ido para os lançamentos dos chamados independentes-de-luxo, as distribuidoras especializadas dos grandes estúdos, como Fox Searchlight e Sony Classics. Mas ainda é uma das únicas janelas para os filmes menores, mais autorais.

O que representam: Há muito pouco overlap com a Academia, em termos de corpo votante e gostos. Mas pode ser a diferença entre a vida e a morte para obras pequenas e de estreantes (como, este ano, Tiny Furniture e Night Catches Us)

E também: É uma festa divertidíssima, super informal, numa tenda armada na praia de Santa Monica.

Oscars Indicações: 25 de janeiro   Entrega: 27 de fevereiro

O que são: O prêmio que, assumidamente ou não, todo mundo que faz cinema quer ganhar, um dia.

Quem vota: Mais de 6 000 acadêmicos _  profissionais de todas as áreas da realização cinematográfica, de várias nacionalidades, divididos em departamentos de acordo com sua atividade profissional.

Como votam: Este é o voto da industria em si mesma. Todos os 6 000 votantes fazem ou fizeram cinema ativamente, em alguma capacidade. Embora em tese eles tenham que ver os filmes nos quais votam, na realidade muito poucos tem tempo para isso: os votos vão primeiro para suas próprias obras e depois para os trabalhos de gente amiga, associada ou, muitas vezes, sinceramente para quem se admira. Na etapa das indicações, cada departamento vota na sua categoria – atores em atores, diretores em diretores, etc. Na fase final, todo mundo vota em todas as categorias.

O que representam: Além da imensa massagem no ego, um profissional indicado tem um ganho imediato de 60%  em seu cachê e um filme acrescenta automaticamente 40% a mais de público. É uma das maiores alavancas de venda nos mercados internacionais e para plataformas secundarias como DVD/BluRay, TV e internet.

E também: Os prêmios-homenagem perderam espaço na festa, e agora são entregues num jantar privado, em novembro.


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