Blog da Ana Maria Bahiana

Arquivo : setembro 2010

David Fincher: “Tecnologia por si mesma não faz bons filmes”
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Ana Maria Bahiana

David Fincher no Walter Reade: "Social Network é o meu American Graffiti"

Esta manhã o cinema Walter Reade da Film Society, no Lincoln Center de Nova York, estava lotado até o teto com o creme de la crème da intellingentsia cinematográfica novaiorquina para saudar, com aplausos, a entrada de David Fincher para uma muito rara coletiva sobre The Social Network. O “filme do Facebook” (como ele já está sendo chamado de leste a oeste) , ovacionado, está abrindo o 48 Festival Internacional de Cinema de Nova York, mas Fincher parte hoje à tarde para Upsala, na Suécia, onde as filmagens de sua versão de The Girl with the Dragon Tattoo já estão rolando. “Para mim a maravilha da tecnologia é, por exemplo, o fato de eu poder ver, no meu computador, todas as opções de ângulo para uma cena complicada que vamos fazer em Upsala”, diz Fincher, depois de se confessar “não exatamente um fã da tecnologia pela tecnologia. Tecnologia não faz melhores filmes, apenas dá mais opções. O filme tem que ser bom por si mesmo.”

O que é um assunto pertinente, uma vez que The Social Network é uma história da geração amamentada em tecnologia digital. “Mas não foi por isso que quis fazer o projeto”, ele esclarece. “Quis fazer porque amei o roteiro (de Aaron Sorkin, o homem de, entre muitas outras coisas, a série West Wing), porque amei o grupo de pessoas envolvido com o projeto. E porque sempre quis fazer American Graffiti – a oportunidade de trabalhar com um grupo notável de atores no momento em que estão prestes a alçar vôo.”

O grupo notável inclui Jesse Eisenberg (no papel que provavelmente vai deslanchar de vez de sua carreira e levá-lo até as indicações, a versão cinematográfica de Mark Zuckenberg, um dos criadores e atual cappo do Facebook), Justin Timberlake, Andrew Garfield e Rooney Mara, que será a nova Lisbeth de Dragon Tattoo. “São atores capazes de compreender inteiramente a complexidade e a velocidade do diálogo de Aaron, transmitir duas, três emoções ao mesmo tempo e pensar em mais duas ou três”, Fincher define, no que pode ser a transcrição, para a arte dramática, do conceito de “multitasking”.

Aguardem minhas considerações sobre The Social Network em breve no UOL Cinema, mas podem já ficar sabendo: 1. é um filmaço, algo entre Rashomon, Cidadão Kane e, sim, American Graffiti ; e 2. Já é o principal desafiante de Inception/A Origem na disputa pelo ouro (e como todo ano há sempre dois carros na pole…já sabemos quais são os de 2010/2011…) “É um filme de um conjunto de atores, que vai triunfar ou não pelo desempenho deles e pela nossa compreensão comum do poder da narrativa”, Fincher resume. “Não é um filme sobre a internet – é sobre a natureza humana, sobre temas antiquíssimos como inveja, poder, paixão.”


O que Paul Thomas Anderson está fazendo?
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Ana Maria Bahiana

O cartaz-tentativa de The Master que circulou nos mercados:"obstáculos intransponíveis"

Como tantos outros fãs de Paul Thomas Anderson que frequentam o Hollywoodianas, estou há tempos querendo saber o que o diretor de Magnolia e Sangue Negro anda fazendo.

E a resposta, amigas e amigos é: neste momento, nada. Vítima em parte da implosão da produtora River Road, que comentei há pouco tempo aqui no blog (a mesma de Tree of Life, de Terence Malick, recém vendido para a Fox Searchlight), The Master, o drama político-religioso que PTA estava ensaiando com um mega –elenco (Philip Seymour Hoffman, Jeremy Renner, Reese Whiterspoon, Deborah Ann Woll), está oficialmente “suspenso indefinidamente”.

Numa entrevista para promover sua estréia como diretor, Jack Goes Boating, Hoffman confirmou o desacontecimento e lamentou-se: “É claro que estou triste e desapontado. Estávamos ensaiando, e o material era extraordinário. Mas encontrávamos sempre com o mesmo obstáculo que não conseguiámos superar.. Aliás, Paul não conseguia.”

O roteiro (de 124 páginas, ou seja, para um filme de mais de duas horas) segue o relacionamento entre um carismático escritor de ficção científica (Hoffman) e um alcoólatra sem-destino (Renner) que se torna seu braço direito. A história se passa no início dos anos 1950 quando o escritor, no auge de sua popularidade, resolve lançar uma nova religião.

Qualquer semelhança com L. Ron Hubbard e a Cientologia não é mera coincidência  _ e é aqui que as teorias na linha Arquivos X começam… Segundo um comentário anônimo no blog Playlist – que primeiro anunciou a paralização de The Master – tudo se deveria a dois poderosos clientes da agência CAA, que representa PTA e que conduziu todas as negociações para o financiamento de The Master: Tom Cruise, cientólogo praticante, e Will Smith, simpatizante. A teoria é que ambos teriam posto pressão total para tirar o projeto dos trilhos, por motivos óbvios.

Uma hipótese menos cabalística -e talvez ainda mais triste- é simplesmente a de mais um projeto ambicioso, complexo e inteligente sendo atropelado por um mercado cada vez mais brutal com esse tipo de filme.


Adrian Grenier explora o jogo de espelhos da celebridade em sua estréia como diretor
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Ana Maria Bahiana

Adrian Grenier e seu teenage paparazzo, Austin Visschedyk

O primeiro encontro com um paparazzo ninguém esquece. Para Adrian Grenier isso aconteceu em 1998, quando ele, ironicamente, fazia o papel de um amigo do personagem de Leonardo di Caprio em Celebridade, de Woody Allen, e uma nuvem destes mosquitos com câmeras cercou-o durante as filmagens de uma cena de rua. Seis anos depois, em outra  volta extremamente curiosa do destino, Grenier tornou-se ele mesmo a celebridade fictícia na série de TV Entourage, com sua própria corte de amigos e, em muito pouco tempo, o status de verdadeira celebridade, seguida por toda parte pelos flashes.

Quase quatro anos atrás, na saída de um evento, Grenier foi metralhado por uma das saraivadas de flash contínuo mais ferozes de sua vida. Sua surpresa só foi maior quando, ainda atônito, Grenier descobru que, atrás dos flashes havia uma garoto louro enfiado num casaco muito maior que ele, aparentando bem menos do que os já poucos 13 anos que dizia ter _ Austin Visschedyk, o mais jovem paparazzo do métier. “Fiquei imediatamente intrigado”, diz Grenier hoje, conversando num café de West Hollywood não muito longe de várias locações de Entourage (que acaba de concluir sua sétima temporada aqui nos EUA). “Não podia ser verdade que uma criança, um moleque, estivesse seriamente envolvido no business de caçar celebridades. Minha cabeça disparou em todas as direções. Eu não sabia o que fazer com aquela nova informação.”

Sua perplexidade resultou no excelente documentário Teenage Paparazzo, exibido em Sundance este ano e estreando na HBO dia 27. Grenier dirigiu, produziu e está diante das câmeras de Teenage Paparazzo, imerso numa jornada que começa em curiosidade, passa por pasmo, irritação , compaixão e desapontamento e termina numa conclusão simples- a cultura e a indústria da celebridade, no fim das contas, é apenas mais uma face de nossa eterna solidão como seres humanos, incessantemente buscando espelhos para nossas almas.

Grenier começa sua exploração gradual do mundo dos paps seguindo Austin, entrevistando sua família (os pais são separados: o pai tem reservas e impõe limites, a mãe considera o projeto uma aventura educativa) e observando seus dias e noites de trabalho. Em pouco tempo ele está comprando uma câmera nova para Austin, disfarçando-se de paparazzo e seguindo celebridades para conhecer “o outro lado da questão” e, aos poucos, transformando o jovem pap naquilo que, ele admite, sempre quis ser: uma celebridade.

É um quase interminável jogo de espelhos, que inclui Grenier testando  sua capacidade para criar uma notícia falsa alertando Austin que iria “dar um tempo” na casa de sua “boa amiga Paris Hilton”, e entrevistando editores de revistas de fofoca para compreender a hierarquia da fome por celebridades. “As revistas de fofocam não me afetam pessoalmente”, diz Grenier. “Não me tiram o sono, não me perturbam. Para mim elas são apenas entretenimento, e estou no business do entretenimento, não é?  Não posso começar a fazer campanhas contra eles  sem olhar para o que eu mesmo estou fazendo em Entourage. Seria hipócrita. Mas encontrar Austin me fez realmente encarar todas as questões que eu tinha não apenas com relação a paparazzi, mas sobre a cultura da celebridade em geral.”

Grenier diz que se sente “bem mais tranquilo” quando encontra os inevitáveis flashes, hoje – “eu agora compreendo o ponto de vista deles. E creio que mereço o respeito deles, porque os tratei com todo respeito. O que eu quis com o filme foi simplemente fazer todo mundo –eu, inclusive- refletir sobre a celebridade e sua relação com a mídia e com o público. Nossa necessidade, como seres humanos, de preencher nosso vazio com o que um professor que entrevistei chama de ‘relações para-sociais’ com pessoas que na verdade não conhecemos.”

Ou como o próprio Grenier diz na narração de um momento de Teenage Paparazzo: “Lá estávamos todos nós, uns filmando e fotografando os outros, e nada estava acontecendo.”


Era uma vez na América: em Boardwalk Empire, o crime compensa
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Ana Maria Bahiana

A Las Vegas do Atlântico em seu apogeu em 1920 é o cenário da nova série produzida por Martin Scorsese

Estréia daqui a pouco na HBO neste domingo, aqui nos EUA, Boardwalk Empire, a nova série criada por Terence Winter (o homem que nos deu Família Soprano), produzida por Martin Scorsese, Mark Wahlberg e  Stephen Levinson (Entourage, In Treatment). É o marco zero da temporada de outono na TV norte americana que, pelo que já pude ver, tem petiscos de alto nível: The Walking Dead, de Frank Darabont, Lone Star,  The Event, a nova temporada de Fringe, o Hawaii 5-0 reinventado e divertido. (E ano que vem ainda teremos a minissérie Mildred  Pierce, com Kate Winslet, Todd Haynes na direção; e Camelot, a saga arturiana por Ridley Scott.)

Boardwalk Empire está num outro plano. Vi seis dos 13 episódios da série e posso dizer, com segurança, que é, como Sopranos, um trabalho que vai estabelecer um novo padrão para a produção em TV. Ouso dizer que vai perturbar quem, na indústria da tela grande, ainda pensa em cinema também como projeto artístico – é mais uma cutucada que a liberdade criativa da TV, ancorada na certeza da distribuição e da presença do público, aplica no cinemão tão ansioso com a crise.

Para mim, três coisas imediatamente chamaram a atenção: a maturidade da linguagem narrativa, muito mais próxima do  bom cinema do que da TV; os valores de produção, que também são de filme de grande porte; e a uniforme e alta qualidade do desempenho de todo o elenco, com destaque para Steve Buscemi, que carrega toda a série num tipo de papel que ainda não o vimos fazer.

O rei de Atlantic City: Buscemi como Nucky Thompson

Teve gente na crítica norte-americana que cismou com Buscemi, achou-o deslocado no papel, reclamaram de sua “voz metálica”. Discordo completamente: Buscemi constrói seu Nucky Thompson, o imperador de Atlantic City, com todas as nuances de alguém capaz de ternura e corrupção ao mesmo tempo,  violento com toda a frieza e a calma dos verdadeiros gângsters, charmoso como todo bom político, irônico, tristíssimo, complicado. Sem ele, Boardwalk Empire não seria talvez tão hipnótico, tão irresistível de ver.

Nucky, escrito magistralmente por Winter e sua equipe, é cem por cento imprevisível, e seu universo inclui um andar inteiro do hotel Ritz Carlton (com um mordomo alemão), várias amantes, amigos em quase todas as máfias, inclusive o senado, e uma devoção por ternos italianos e bebês prematuros.

Boardwalk Empire nasceu do livro  “Boardwalk Empire: The Birth, High Times, and Corruption of Atlantic City” de Nelson Johnson, um ex-funcionário da secretaria de planejamento da cidade que, de tanto cavucar os detalhes do passado da “Las Vegas do Atlântico” tornou-se um de seus maiores historiadores. Johnson estava particularmente interessado na figura de Enoch “Nucky” Johnson (nenhum parentesco), tesoureiro da cidade na década de 1920, responsável tanto pelo boom de turismo que enriqueceu Atlantic City quanto pela criação de uma rede de corrupção e crime de dar inveja a Chicago.

Transformado no Nucky Thompson de Steve Buscemi, ele é o centro da série da HBO, um rei-sol do período da lei seca nos EUA, mantendo em sua órbita gângsters como Lucky Luciano (Vincet Piazza), Armold Rothstein (Michael Stuhlbarg, sensacional) e um jovem Al Capone (Stephen Graham, espetacular) ao mesmo tempo em que seduz as senhoras da Liga Contra o Álcool com passionais discursos, cem por cento mentirosos (a ótima Kelly McDonald, de Onde os Fracos Não Tem Vez, é uma delas) e educa um jovem veterano da Primeira Guerra, Jimmy (Michael Pitt, excelente) nos caminhos do sucesso a qualquer preço.

Young guns: Michael Pitt é Jimmy, braço direito de Nucky, e Stephen Graham encarna o jovem Al Capone

“Eu não podia resistir a uma série sobre as origens do crime organizado nos Estados Unidos”, disse Martin Scorsese para explicar seu papel como produtor da série  e diretor do primeiro episódio de Boardwalk Empire. E o que torna ainda mais interessante essa documentação de um outro tempo, quase 100 anos atrás, é o paralelo com uma outra América em apuros, fracionada por outros tipos de quadrilhas, outros tipos de corrupção, outros fanáticos conservadores – a América de hoje, na ressaca dos tempos em que a ganância era uma virtude.


Quem está achando graça na piada de Joaquin Phoenix e Casey Affleck?
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Ana Maria Bahiana

Retrato do artista enquanto astro atormentado (de mentirinha): Joaquin Phoenix em I'm Still Here

Qual a graça que Hollywood achou ao descobrir que o ataque de maluquice de Joaquin Phoenix, documentado por Casey Affleck no “documentário” I’m Still Here era de mentirinha? E que impacto isso pode ter na carreira dos dois, Phoenix e Affleck?

As respostas, nos dois casos, parecem ser: nenhuma e vamos ver.

A revelação feita por Casey Affleck nas páginas do New York Times, não foi exatamente uma supresa – a não ser para Roger Ebert, que tinha sido simpático ao filme achando que era mesmo a documentação de uma descida aos infernos do avesso da fama e deu guinada de 180 graus, ou para o (caretíssimo, na minha opinião) Owen Gleiberman, da EW, que também tinha levado o filme a sério e ainda não sabe bem o que pensar.

As raposas felpudas da indústria são mais espertas que isso. Elas mesmas estão acostumadas a fabricar e derrubar tendencias, a convencer multidões de que a verdade é mentira e a mentira, verdade. Já viram essa história tantas vezes, antes, que mais dois candidatos não são a menor novidade.

O x da questão seria se I’m Still Here fosse um sucesso. Se tivesse sido acolhido com grande entusiasmo, rapidamente expandindo o circuito a partir  de suas poucas telas e acumulando mais que os ínfimos 146 mil dólares de sua primeira semana em cartaz (ainda mais chocante considerando que The Town, o muito bom filme do irmão de Casey, Ben Affleck, está em primeiro lugar neste finde, com 8 milhões logo no primeiro dia em cartaz; atualizando: 23 milhões no fim de semana). Nesse caso eu acredito que Affleck teria mantido a farsa mais tempo, irritando ainda mais seus pares, e causando um dano ainda maior _ ou não. Eventualmente a “arte performática” seria revelada, e, se o filme estivesse estourado, poderia até ser visto como o novo Bruxa de Blair, o engodo que deu super certo.

Mas Affleck e Phoenix brincaram e não se deram bem, comercialmente.  Nenhum dos dois é uma grande estrela, e isso os preserva um pouco, também – se ambos estivessem no nível de um Leonardo di Caprio ou de um Matt Damon, o tombo seria grande e o dano, talvez irrecuperável.

Mas como está, a industria está disposta a esquecer I’m Still Here como a bobagem que é. Os dois vão ficar de castigo durante algum tempo.  Vai ser interessante ver quando ambos assinam contratos para projetos de certo vulto. Nesse caso, Joaquin está bem mais resguardado que Casey – seu talento é reconhecido até por quem não achou a menor graça na performance deste últimos dois anos, e depois de algum tempo no banco, deve ser chamado em campo sem grandes problemas – e com muitas histórias para contar, o que sempre ajuda a promover lançamentos.

A pergunta que mais interessa a todo mundo, no momento é _ quem mais sabia? David Letterman, a julgar por seus roteiristas estava por dentro, e batendo bola com toda competência…


George Clooney, produtor: “O segredo é manter o controle criativo e as portas abertas”
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Ana Maria Bahiana

Converso com George Clooney, o que é sempre um prazer. Meu ex-vizinho, cuja carreira acompanho desde as priscas eras de ER e The Peacemaker (sem falar em Batman & Robin…) continua o mesmo cavalheiro, centrado, simples, sem atitude, com uma clara consciência dos perigos e responsabilidades de sua fama e poder. Tão grandes, ambos, que Clooney conseguiu abrir The American –no qual é ator e produtor – em primeiro lugar na bilheteria dos EUA, apesar do filme (dirigido por Anton Control Corbijn) não ser nenhum espetáculo.

Quero saber como andam os planos de Clooney, o produtor e diretor, nestes tempos de crise. “Eu consigo realizar meus projetos porque mantenho os custos bem baixos”, ele diz, sem hesitar. “É a única maneira. Mantenho os orçamentos entre 15 e 20 milhões de dólares e com isso consigo fazer os projetos que quero, com as pessoas que quero. Não são, com certeza, os tipos de filmes nos quais os grandes esúdios investiriam, mas tudo bem. Eles também não precisam fazer enormes bilheterias para se pagarem. O mais importante, o segredo de tudo, é manter ao mesmo tempo o controle criativo e as portas abertas.”

O próximo projeto de Clooney como diretor/produtor deve ser Farragut North, uma adaptação da peça teatral homônima de Beau Willimon sobre um entusiasmado voluntário trabalhando na campanha eleitoral de um fictício candidato a presidente, e sua gradativa perda de fé e inocência. “Começamos a trabalhar neste projeto uns dois anos atrás,e aí Obama foi eleito… achei que não seria a época certa para sair com um filme assim. O roteiro é todo sobre as baixarias e as tramas que acontecem durante uma eleição, as jogadas…. É muito divertido, mas é cínico, e achei que aquele não era o momento certo para um filme cínico.” E agora, é certo? Clooney baixa o rosto com seu famoso meio-sorriso: “O mundo rodou, rodou e estamos todos um pouco mais cínicos, não? Agora já dá para fazer…”

Clooney será o candidato (Democrata, aliás) e Chris Pine, o Kirk do Star Trek de J. J. Abrams, o voluntário cheio de disposição. As filmagens devem começar em janeiro.

Na TV a Smokehouse, produtora de Clooney com o sócio Grant Heslov, está trabalhando para a TNT com a série Memphis Beat , sobre um policial de Memphis que também é fã e impersonator de Elvis. E Clooney não desistiu de fazer outro especial de TV ao vivo, como Fail Safe, em 2000. “O plano agora é fazer Rede de Intrigas ao vivo, numa TV aberta”, Clooney conta. “A primeira tentativa de armar o projeto não deu certo mas eu não desisti. Desistir de fato não é comigo.”


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